0 PRIMEIRO TIRO DA ARTILHARIA DA FEB
Mais uma contribuição a História do Brasil:
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Em 31 de agosto de 1942 o Brasil declarou a existência do estado de guerra com a Alemanha e a Itália. Nesse contexto, foi criado, em 1943, o 1º Regimento de Obuses Auto-Rebocado (1º ROAuR), composto por dois grupos de obuses a três baterias de 105mm cada.
O 2º Grupo de Obuses, (2º Grupo, do 1º Regimento de Obuses Auto-Rebocado – II/1º ROAuR), foi então formado com o pessoal e o material do 1º Grupo de Artilharia de Dorso – 1º GADo , aquartelado no Forte Nossa Senhora do Campinho. Em seguida, foi incorporado à Artilharia Divisionária da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária.
O Grupo, com 510 homens e comandado pelo Coronel Geraldo Da Camino, embarcou para a Itália no primeiro escalão, dia 1º de julho de 1944, sendo a primeira Unidade de artilharia brasileira a cruzar o Atlântico. A tropa, embarcada no transporte americano General William A. Mann chegou à Itália, mais especificamente na baía de Nápoles, no dia 16 de julho, sendo, em seguida, deslocada para a região de Livorno, precisamente em Vada, onde foi incorporada ao V Exército Norte-Americano. Nessa mesma região, a Unidade recebeu materiais novos, como material de comunicações, viaturas e obuseiros. Passou-se, assim, aos exercícios de reconhecimento, escolha e ocupação de posição e, por fim, ao treinamento do emprego conjugado do Grupamento Tático, composto pelo Grupo e pelo 6º Regimento de Infantaria, caracterizado como o último exercício antes de entrar em operação.
Em 12 de setembro, finalmente, o V Exército decidiu empregar o Escalão Avançado da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE) em linha de frente, como força diretamente subordinada ao Comando do IV Corpo de Exército.
O Grupo estava em apoio direto ao Destacamento do qual faziam parte o 6º Regimento de Infantaria (6º RI), um pelotão de carros americanos e um pelotão de reconhecimento brasileiro, que tinham por missão ocupar ou conquistar a linha Massarosa – Bozzano – Marti -La Certosa – Via del Pretino – Santo Stefano.
Na noite de 15 para 16 de setembro de 1944, o Grupo iniciou o deslocamento, em total escuridão, para ocupar posição nas encostas do Monte Bastione. Não realizou regulação de tiro para não denunciar a progressão do 6º RI, que estava substituindo tropas norte-americanas. A Unidade aguardou em posição durante toda a madrugada. O Comandante da 1ª Bateria de Obuses era o Capitão Mário Lobato Valle; o Comandante da Linha de Fogo, 1º Ten R/2 Alceu Grisolia e o Chefe da 2ª Peça (peça diretriz), Sargento Miguel Ferreira de Lima. Durante toda a manhã do dia 16, a Bateria, entre tensa e ansiosa, aguardava os primeiros comandos de tiro. Mesmo com muita dificuldade para determinar as posições do inimigo, o 2º Tenente Ramiro Moutinho enviou, do Posto de Observação em Torre di Nerone, sua mensagem de tiro e, às 14 horas, a Central de Tiro encaminhou o comando de tiro à Linha de Fogo.
Precisamente às 14 horas e 22 minutos foi lançado contra o inimigo nazista o primeiro tiro da artilharia brasileira fora do continente sul-americano, atingindo com precisão o objetivo previsto: Massarosa. Era o primeiro dos milhares de tiros disparados pela nossa Artilharia Expedicionária no Teatro de Operações da Itália.
A foto do C3 (soldado carregador) Francisco de Paula, prestes a municiar o obuseiro 105mm com uma granada onde está escrito“A Cobra está Fumando”, foi estampada na capa de diversos jornais brasileiros, lhe rendendo a fama involuntária de ser o “autor” do primeiro tiro de artilharia da FEB. Mas a matéria transcrita nos jornais nacionais foi provavelmente mal traduzida da cobertura de uma equipe de reportagem norte-americana, criando um equívoco que durou muito tempo.
Num obuseiro 105mm, sob o comando de um sargento Chefe de Peça, os serventes cumprem missões específicas: o C1 (cabo apontador) realiza a pontaria em direção; o C2 (soldado atirador) registra a elevação e dispara a peça; o C3 (soldado carregador) municia o obuseiro, etc. O final desse processo resulta na ordem de FOGO! com o simultâneo e brusco puxão na corda do mecanismo de disparo, efetuado pelo C2.
Em momento cercado de grande emoção, às 14 horas e 22 minutos do dia 16 de setembro de 1944, o Cabo Adão Rosa da Rocha, C2 (atirador) da 2ª peça, disparou contra o inimigo nazista, nos contrafortes dos Montes Apeninos, o primeiro tiro da Artilharia brasileira fora do continente sul-americano, atingindo com precisão o objetivo previsto, Massarosa.
O Grupo prosseguiu em combate até o final da guerra e participou ativamente das conquistas de Camaiore, Monte Prano, Fornacci, Monte Castelo, Monte Belvedere, Gorgolesco, Abetaia, La Serra, Belvedere, Monte della Torracia, Montese, Vignola e Levizzano. No total, foram cumpridas 2.995 missões de tiro e disparadas mais de 55.000 granadas. A nossa poderosa Artilharia fez a diferença na Itália.
Muitos dos que partiram com a Unidade não retornaram. Deram suas vidas à Pátria. Todos aqueles bravos merecem o nosso respeito e eterna gratidão.
* Pesquisa de Sérgio Pinto Monteiro. O autor é historiador e 2º Tenente R/2 de Artilharia. É presidente do Conselho Nacional de Oficiais R/2 do Brasil, membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil e autor do livro “O Resgate do Tenente Apollo” (Ed. CNOR, 2006)
Meu caro Chico, afastei-me um pouco de postar meus comentários em razão de não me tornar uma “figura carimbada”, alguém que já estaria incomodando com a sua presença tão seguida nos assuntos que tu colocas à discussão.
Mas a Segunda Guerra é minha predileção, e este espaço é o melhor que temos à disposição para comentar sobre este tema cada vez mais atual, paradoxalmente ao término da guerra e que o tempo trata de afastar.
Aquela história: quanto mais longe mais perto!
Mas, imagino a emoção do pessoal ao dar o pontapé inicial no combate ao Eixo. Dever ter sido algo memorável, inesquecível.
Lembro-me na PE, quando pela primeira vez fomos ao estande de tiros.
Pistola Colt 45; Mosquetão Mauser (!!!); Metralhadora INA, vê se pode um negócio desses, meu!!! E a fantástica carabina M1, com 14 tiros, coronha de madeira, calibre 7,62, uma arma verdadeiramente sensacional.
Depois, em manobras nos campos, atiramos com a .50, Browning, e a .30, da mesma marca.
Também aprendemos a usar o Lança-Rojão, a bazuca, para os civís.
Mais tarde, o mosquetão foi substituído pelo FAL, a INA pelo PARAFAL, com a coronha retrátil.
Hoje, o Exército usa armamento 9mm, o calibre 38. Beretta é a marca, estou certo?
Tanto a metralhadora quanto a pistola, me corrige Chico, por favor.
Enfim, emoções somente destinadas a quem serviu o EB ou Marinha e Aeronáutica.
Um abração, meu amigo.
Pois não pense assim meu AMIGO. Não há motivo para se afastar.
a cobra esta fumando …. kkkkkkk ate na guerra o brasil é fulero
Só mesmo quem desconhece a história do Brasil e da FEB poderia colocar um post como o anterior…
Bem,
É fácil falar asneiras quando não se tem conhecimento de causa do assunto
Sou descendente de um “Pracinha” com um imenso orgulho; se ponho a mão neste traste deste diego…não sei não.
Meu pai, Miguel Ferreira de Lima, o eterno SGTO LIMA, foi o comandante da peça que deu o primeiro tiro na Itália….ele voltou de lá, como HERÓI, e viveu até 2008….
Você, DIEGO, é um estúpido e ignorante….pegue um livro, e vá ler alguma coisa, se é que vc é alfabetizado….
Por ser Oficial R/2 de artilharia sinto profundo orgulho de ter antecessores como os que combateram na Itália. Obrigados artilheiros !
Meu nome é Antonio Carlos Alves Torres,sou primo do Ex-Pracinha,Jose Maria Alves Torres,Considerado o Pracinha que deu o Primeiro tiro da FEB,em território europeu,fato comprovado no Livro :O GLOBO ESPEDICIONÁRIO,onde aparece a forto do mesmo na pag.25 com os dizeres :”O SOLDADO JOSE MARIA TORRES,MINEIRO DE VIÇOSA,foi o pracinha que disparou o primeiro tiro contra os alemães”
Prezadso Torres.
Sou oficial de arilharia e fico orgulhoso de saber da informação que me deste. Parabens ao nosso heroi.
Saudações
Ten Soraino
Boa noite.
Eu me chamo Weber Demétrio Costa Sou filho de Walter Martins Costa. Febiano. Membro da Guarnição da 2 peça que efetuou o primeiro disparo contra posições alemãs na segunda grande guerra. gostaria de saber qual era sua função na peça pois ele era cabo artilheiro. Gostaria de algum email que eu possa enviar alguns docs. Obrigado.
Sr Weber. Seu pai ainda vive? Vi uma série de cartas pessoais dele à venda no Mercado Livre.
Meu pai era cabo da 2 peça que efetuou o primeiro disparo, então ele era o apontador??????? Weber Demétrio Costa filho do Cabo Walter Martins Costa da Guarnição da 2 peça.
Boa tarde, Meu Pai foi Febiano – 1º Escalão – serviu no 1º Grupo de Artilharia de Dorso – 1º GADo, era Edgard de Castro – obuseiro, foi Diretor social da Associação/Lavradio, infelizmente ele faleceu em maio/2005. Tenho muito orgulho dele e dos demais Veteranos. Esses sim são heróis. Edgard de Castro Filho.
Boa tarde
Sou José Lima araujo
Meu pai foi militar serviu no 1°regimento de artilharia pesada auto rebocado em Resende RJ o nome dele era JOSÉ DE ARAÚJO QUEZADO não sei nada sobre ele na vida militar, alguém pode dar informação
araujozeca@hotmail.com (agradeço )