Fernando de Noronha – Estratégico – Parte I
Há muito tempo sabemos que a História do Brasil é muito mais do que os livros didáticos tendenciosos contam. No contexto geral, somos muitas vezes indignos de nossa própria História. Isso é uma observação muito séria. Uma boa prova disto é um fato presenciado durante o II Seminário sobre a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial que nos deixa envergonhado não apenas como um entusiasta da História de nosso país, mas principalmente como brasileiro. Sempre pontuei como menosprezada a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, mesmo sendo uma participação pequena no contexto de uma guerra total, mas importante para nossa identidade nacional, pois os caminhos políticos e diplomáticos escolhidos naquele período atingiram diretamente o cotidiano do cidadão comum e, muito além disso, as vidas de milhares de brasileiros que sucumbiram no mar e na Itália, sangue nacional derramado. É como se nada disso importasse para nossos “gestores educacionais”.
Contudo um caso tão gritante, novo e inusitado se apresentou para nós. A História de Fernando de Noronha. Isso mesmo, esse arquipélago que fica a 380Km da costa do Brasil é um pedaço da soberania estratégica do nosso país; parte da nossa História que não é estudada pelos brasileiros, que não chega as nossos filhos. Quem conhece Fernando de Noronha? É óbvio que todos conhecem o paraíso turístico que atrai 60 mil visitantes por ano! Mas quem conhece a História além do paraíso ecológico? Ou quem já viu algum livro didático brasileiro fornecendo informações sobre a história das ilhas? Sabe por quê? Por que Fernando de Noronha sempre foi militarizada ou reduto de indesejáveis políticos e criminosos comuns, sendo fortificada e utilizada quando o país passou a ser alvo de nações inimigas, sendo sistematicamente ocupado por portugueses, ingleses, franceses, holandeses e americanos. E qual o interesse de se estudar a formação de um arquipélago com essa característica em um sistema de ensino com forte tendência ideológica e de interesse político? A própria história do arquipélago explica os diversos momentos políticos e sociais que o Brasil passou. Durante o período da Segunda Guerra, por exemplo, Fernando de Noronha esteve no foco das negociações de cessão de bases para os americanos. O paraíso brasileiro recebeu Baterias Antiaéreas e Artilharia de Costa. O objetivo principal era a primeira defesa contra uma possível invasão ao território brasileiro. E uma base americana inteira se instalou na ilha principal. De certo um Batalhão de Caçadores também foi instalado e não foram poucos os pracinhas nordestinos que antes de compor a Força Expedicionária Brasileira atuaram no Arquipelágo incorporados ao 30º Batalhão de Caçadores.
Para que possamos lançar luz sobre a história desse território e não nos conformarmos com a omissão com que nossos “gestores educacionais” tratam nossas bens imateriais e materiais, vamos começar a divulgar amplamente uma série de estudos históricos realizados pelos pesquisadores do próprio arquipélago, entre eles a Historiadora do Distrito de Fernando de Noronha Grazielle Rodrigues do Nascimento. Esse é apenas um, entre os muitos legados deixados pelo II Seminário Nacional Sobre a Participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Vamos em frente que a batalha está começando e a guerra é longa e difícil…
Fonte das fotos históricas: Historiadora Grazielle Rodrigues
II SENAB – Recife – IMPERDÍVEL
Depois de alguns dias de folga do BLOG e depois de algumas dezenas de emails cobrando a atualização, venho com essa novidade para aqueles que querem participar do maior evento de estudos da Segunda Guerra proporcionado pelo Exército Brasileiro.
Esse evento ocorrerá de 14 à 18 de outubro no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Recife (CPOR/Recife) e será uma oportunidade única para estudantes de História, professores, pesquisadores e aficionados pelo assunto.
E com muita honra, aproveito para agradecer o convite para ministrar palestra com o seguinte tema-A importância Militar de Recife em terra, no mar e no ar – no dia 15/10 (Terça-feira) –14:30-15:00
Data |
Atividades |
14 Out 13 |
–08:00– 17:00-Inscrições e Medidas Administrativas : ( 2 ) |
15 Out 13
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–07:00– 08:00–Café e deslocamentos. –13:00–14:00–Almoço (individual).
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–14:00–14:30–A Logística do Serviço de Vigilância e Defesa da Costa Brasileira: Gen R1 Marcio Tadeu Bettega Bergo – Chefe do CEPHiMEx. –14:30-15:00–A importância Militar de Recife em terra, no mar e no ar:Professor:Francisco Miranda. –15:00– 15:30–A Marinha Mercante na Campanha do Atlântico: Capitão-de-Longo-Curso – Francisco César Monteiro Gondar – Centro de Capitães da Marinha Mercante. –15:30–16:00– Café Cultural (vídeo institucional FEB). –16:00-16:30-Defesa, Segurança e Soberania: Fernando de Noronha na 2ª Guerra Mundial: Grazielle Rodrigues do Nascimento – Doutoranda Coordenadora do Memorial Noronhense. –16:30-17:00–Fernando de Noronha: uma ilha de defesa e a defesa da ilha: Prof Dr Marcos Albuquerque – Laboratório de Arqueologia da UFPE. –17:00–17:30–Campo Arqueológico de Fernando de Noronha (Acervo da 2ª Guerra Mundial): Arqueóloga Miriam Cazzetta – Gabinete de Arqueologia do Distrito Estadual de Fernando de Noronha. –17:3–18:00Debates
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–18:00 Jantar (livre) | |
16 Out 13 |
–07:00– 07:30–Café (individual). –08:00–09:30–Comunicações Livres ( 1 ). –09:30–10:00–Café Cultural (vídeo institucional FEB). –10:00–11:30–Comunicações Livres ( 1 ). –11:30–12:00-Debates. –12:00–13:00–Almoço (individual). |
–13:00–17:30-Visitas às posições ocupadas pelas Organizações Militares do Exército e Postos de Vigilância na Defesa do Litoral Norte. | |
–18:00Jantar Livre. | |
17 Out 13 |
–07:00– 07:30-Café (individua)l. –07:30–17:30-Visitas às posições ocupadas pelas Organizações Militares do Exército, Marinha e Aeronáutica na cidade do Recife e Postos de Vigilância na Defesa do Litoral Sul. |
-20:00–22:00–Coquetel de encerramento e entrega de certificados. |
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Observações:
(1) As comunicações não poderão exceder, na sua apresentação, 25 minutos.
(2) Modalidades de Participação (crachás):
A (AZUL)-apresentação de comunicação e visita de reconhecimento aos locais remanescentes das atividades de vigilância e defesa do litoral;
B (AMARELO)-participação como ouvinte e visita de reconhecimento aos locais remanescentes das atividades de vigilância e defesa do litoral;
C (VERMELHO)-participação como ouvinte.
D (VERDE)-Comissão Organizadora.
Segmento: Militar da Ativa ou da Reserva, Doutor, Mestre, Professor e Estudante