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Como Eisenhower Morreu? – Parte I


Para entender como foi a repercussão da morte de um dos melhores comandantes de exército que os Estados Unidos já produziu. Segue abaixo um relato da reportagem da Veja de 02 de Abril de 1969, com a descrição da morte do General Dwight Eisenhower.

 

Ike fala com os primeiros a Pára-Quedistista de 101

Ike fala com Pára-Quedistas de 101ª Airborne

 

Washigton, 12h25. No terceiro andar de uma dos prédios amarelos do Hospital Militar Walter Reed, uma equipe de médicos interrompe bruscamente seu almoço. Eles atravessam correndo os corredores e entram no superesterilizado apartamento presidencial onde Dwight David Eisenhower  estava desde o dia 27 de abril. Um exame superficial já é o suficiente: o rosto pálido, a respiração ofegante, a mão direita comprimindo o peito, o velho general de 78 anos,  veterano de duas guerras mundiais, ex-presidente dos Estados Unidos durante oito anos, já não tem mais forças para resistir à morte. Mamie, sua mulher. O filho John, o neto David (genro de Richard Nixon) permaneceu junto à cabeceira do “Likely Ike”, acompanhando todos os gestos dos médicos. Mas, com o coração enfraquecido por oito enfartes, com os pulmões desgastados por uma forte pneumonia, com os intestinos mal cicatrizados de uma grave operação, o velho herói não suporta sua última batalha. Quinze minutos depois, os óculos escuros caídos sobre o nariz, o General Frederick Hughes, diretor do hospital e amigo pessoal de Ike, se aproxima dos cinquenta jornalistas que esperam à porta do quarto, e começa a falar em voz sombria: “O ex-Presidente morreu tranquilamente, após uma longa e heróica luta”.

Eu Errei” – Dia 6 de junho de 1944. Um suave sol de inverno começava a aparecer sobre as pesadas ondas do canal da Mancha, quando uma sirene de alarme interrompeu o sono dos fuzileiros navais americanos acampados na Inglaterra. Em muitas salas de reuniões espalhadas pelas costas britânicas, os oficiais mais graduados na “Marine Corps”, ouviram dos seus comandantes as mesmas frases: “Senhores, estamos no Dia-D. O General Eisenhower acaba de autorizar a invasão da França. Fiquem prontos em trinta minutos ”.

Trinta horas antes, o “Likely Ike” se trancara sozinho em seu gabinete para estudar as cartas de previsão de tempo, as marcações das marés e as variações de temperatura. O grande desembarque aliado na Normandia já fora adiado por causa do denso “fog” sobre o canal da Mancha, e o General não desejava que o plano tivesse qualquer falha. Em seu posto de comando do navio-capitânia da frota Aliada, Eisenhower passou todo o tempo de desembarque em silêncio, apenas suas mãos apertando um binóculo negro, demonstravam que ele estava emocionado. E, quando seus oficiais lhe confirmaram o sucesso da operação, ele pouco falou: foi breve e delicado, como sempre. Sua voz soou fria a austera. Seus olhos muito azuis permaneceram duros. Com algumas frases curtas, o General afirmou que alemães ainda não estavam derrotados, que a luta continuaria cada vez mais difícil. “Os senhores estão de parabéns”, ele terminou. “Peço que continuem me informando”. Homem estranho e melancólico, de poucas diversões e poucos amigos. O General Dwight Eisenhower costumava a dizer que “os grandes combates são sempre ganhos pelos soldados, enquanto as grandes derrotas são sempre provocadas pelos comandantes”. No campo de batalha e na Presidência aceita sozinho as suas falhas com uma simples frase: “Eu errei”.

Entretanto, mesmo envolvido pelas tensões de uma luta, era capaz de  um grande gesto carinhoso. Uma ocasião ainda na Inglaterra, ele soube que um de seus soldados nascera em Abilene, Kansas (onde Ike passou toda a sua adolescência), e mandou chamá-lo até seu gabinete. Eisenhower recebeu o rapaz com um largo sorriso: “Com que então o senhor veio de Abilene? Sente-se”. E conversaram por quase meia-hora, enquanto vários oficiais o esperavam para uma importante reunião. “Nós falamos sobre os trigais do Kansas, e as grandes festas de Abilene”, o soldado comentaria mais tarde. E, para provar aos seus companheiros que ele realmente estivera com o Comandante, pediu uma autografo do General. Eisenhower fez mais que isso. Deu ao soldado uma bonita fotografia, que já prometera enviar para a esposa Mamie, e assinou embaixo: “Para meu amigo Joe, do amigo Ike”.

 

SHAEF - Supremo Comando Aliado

SHAEF - Supremo Comando Aliado

Eisenhower em viagem com o Roosevelt

Eisenhower em viagem com o Roosevelt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ike sempre esteve em contato com suas tropas

Ike sempre esteve em contato com suas tropas

 

Categorias:Guerras, História, Mundo
  1. Clovis Pacheco F.
    18/02/2011 às 1:30 PM

    Uma das mais belas demonstrações do excelente caráter desse nobre soldado foi sua amizade com o general Júkov, o comandante supremo dos soviéticos. Deu-lhes os parabéns, por ter sido o primeiro a entrar em Berlim, e tornou-se se amigo pessoal, e correspondeu-se toda a vida com ele. Além disso, demonstrava grande respeito pelo general Charles de Gaulle, não só por suas qualidades miltares e nobreza de caráter, mas também pela persistência em não abandonar uma guerra que já parecia perdida para a França.
    Jamais deixou de se preocupar com o bem-estar dos soldados, e tratava os prisioneiros alemães com todo o respeito.
    Lofo ao voltar da guerra, foi um dia ao cinema com a esposa e passou por vários soldados fardados, que já estavam antes ele na fila da compra do ingressos, e eles quiseram dar-lhe o lugar, e o velho general delicadamente recusou, e foi para o fim da fila, como um cidadão comum. A reação dos soldados foi comprar os ingressos dele e da esposa. Ike retribuiu convidando a todos para irem lanchar, depois da sessão, o que ocorreu em clima de cordialidade.

  2. Clovis Pacheco F.
    18/02/2011 às 1:34 PM

    Outra vez, quando na Presidência, alguns cadetes de West Point e guarda-marinhas de Annapolis mandaram-lhe cartões de boas-festas, assinando-os como Cadete Fulano, turma de 1957, Guarda Marinha-Sicrano, turma de 1958, ele respondeu com a assinatura Cadete Eisenhovwer, turma do ano X!
    Um grande exemplo de democrata, como cidaão, e de comandante, como militar!

    • 18/02/2011 às 1:52 PM

      Realmente Clovis, pra mim Ike foi um exemplo de líder militar e humano, sua influência inspirou homens por várias gerações.

      Abraços

  3. Denner
    12/05/2011 às 10:34 PM

    e tratava os prisioneiros alemães com todo o respeito.

    bando de mentiras

  4. Joaquim Fernandes
    23/11/2011 às 11:16 AM

    Recentemente recebi um e-mail de um amigo em comun nosso Miranda o sgt r2 Ricardo que serviu conosco no 4bpe o texto diz que quando o supremo comandante das forças aliadas na europa o general Dwight D. Eisenhover ao ordenar que fossen feitos videos e fotos dos campos de concentrações de Auschiwitz (polónia),Bergen (alemanha) e outros, ordenou que a população das cidades alemães vizinhas que fossen testemunhar aqueles horrores perpetrados por um megalomaníaco, e que a humanidade nos dias de hoje nunca devem esquecer das vítimas do holocausto e devem a preocupação documental e histórica deste grande general.

    Abraços

  5. Marcos Roberto Marquesini
    14/03/2012 às 7:00 PM

    General Eisenhover faleceu em 1970 de causa natural

  6. kalebe
    18/09/2012 às 1:31 PM

    caramba esse maluco ai encima disse que o não houve o holocausto então como que 6 milhões judeus morreram,esse cara que fez o video é um nazista e um antissemita

    • amadeu filho
      27/09/2013 às 8:47 AM

      é meu cara calebe neste mundo assim como os loucos há também os que querem de alguma forma tapar o sol com uma peneira, pois o holocausto é bem maior que um elefante não há como esconder ou omitir. se não tivesse existido por a Alemanha e a pró Igreja católica pediram perdão aos judeus? e isso não tem 15 anos e é só observar o ódio que anida hoje é alimentado contra esse povo em qualquer parte do mundo.

  7. Sandro
    31/12/2012 às 6:15 PM

    Dwight “Ike” Eisenhower foi o responsável pela criação dos Campos da Morte de Ike, onde milhões de soldados e oficiais alemães foram presos e deixados a míngua em condições subumana, poucos sobreviveram, a maioria morreu de fome e doenças. Terá sido uma vingança americana que maculou os Aliados? Era desnecessário, pois a Alemanha já havia se rendido e está derrotada.

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