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Contradições Históricas da FEB: Os Três Heróis Brasileiros, quem são?

Já em vários momentos buscamos lançar luz sobre a obscuridade histórica, que é crônica em nosso país. Parece-nos que há um plano orquestrado de esquecimento, quando se trata do estudo do envolvimento do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Longe de ser objeto de estudo dos nossos cientistas da ciência História, a campanha da FEB é referenciada unicamente dentro dos círculos das associações ou dos grupos de interesse.

Um problema também muito sério ocasionado pela falta de pesquisa abrangente, é o risco que corremos em transformar um mito em fato histórico consagrado. Não podemos admitir que qualquer fato envolvendo a FEB seja diminuído, aumentado ou alterado para satisfazer o apetite verossímil daqueles que adoram desvirtuar os acontecimentos para atender uma demanda cinematográfica ou apenas para vender livros, desapegado da realidade histórica. É a velha mania hollywoodiana e seus personagens quase semideuses da guerra.

A História da FEB e do Brasil deve considerar novas interpretações, baseada em pesquisas sérias, para que o fato histórico possa evoluir; mudando segundo a exposição de novas evidências. Isso é importante para corrigir injustiças, trazer à luz personagens históricos injustiçados ou esquecidos. A História ela é elemento vivo em constante evolução.

Com o objetivo de contribuir para o aprimoramento do Fato Histórico, observamos algumas contradições em determinados acontecimentos que envolveram a atuação da FEB e seus integrantes. Um dos mais conhecidos:

 

OS TRÊS HERÓIS:

                Em 14 de abril de 1944, durante uma patrulha nas proximidades do Montese, três soldados Geraldo Baêta da Cruz, então com 28 anos, natural de Entre Rios de Minas; Arlindo Lúcio da Silva, de 25, de São João del-Rei; e Geraldo Rodrigues de Souza, de 26, de Rio Preto, morreram como heróis em Montese, Itália, palco de uma das mais sangrentas batalhas do conflito com a participação da FEB

Integrantes de uma patrulha, os três pracinhas mineiros se viram frente a frente com uma companhia alemã inteira. Receberam ordens para se render, mas continuaram em combate “até o último cartucho”, como se diz na caserna. Metralhados em 14 de abril de 1945, receberam, em vez da vala comum, as honras especiais do exército alemão.

              Admirado com a coragem e resistência dos mineiros, o comandante mandou enterrá-los em cova rasa e pôs uma cruz e uma placa com a inscrição: Drei brasilianische helden, que em bom português significa “três heróis brasileiros”. Acabada a guerra, eles foram trasladados para o cemitério de Pistóia, na Itália, e depois para o Monumento aos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro.

                O fato é registrado aqui, no próprio BLOG, e já motivou livros, séries e filmes.

Explicando algumas contradições.

                A questão que queremos abordar, que fique bem claro, não se trata de desmerecer ou duvidar dos méritos dos nossos soldados, pelo contrário, buscamos entender os fatos e tornar justo os personagens que estiveram envolvidos.

Vamos para alguns problemas:

                O Coronel Adhemar Rivermar de Almeida, então Chefe da 3º Seção, do 1º Batalhão do 11º Regimento de Infantaria registrou o que segue em seu livro: Montese – marco glorioso de uma trajetória:

              O inimigo desencadeou uma terrível barragem de fogos de Infantaria e Artilharia entre as encostas Sul de Montese, e suas orlas Leste e a base de partida (Montaurígola), conseguindo deter a ação do Pelotão Ary Rauen, que seu heroico comandante ferido mortalmente na cabeça, quando tentava neutralizar uma incômoda “lurdinha” que barrava o avanço de seu pelotão causando grande baixas em seu efetivo, cujos remanescentes ficaram detidos, sem se moverem, em meio a terrível campo minado

               Tomando conhecimento das pesadas baixas ocorridas naquele Pelotão, o Dr. Yvon, acompanhado do Tenente Ary, de padioleiros e do 1º Sargento Alfeu, sargenteante de minha Companhia e que se apresentara como voluntário, iniciaram a sua longa e perigosa caminhada, cortada de campos minados e varrida incessantemente pelo fogo alemão, em busca de elementos daqueles elementos, até alcançar estreita e rala ravina, entre Motaurígola e faldas de Montese, quando foram também detidos por fortes rajadas de “lurdinhas”, morteiros e artilharia.

               Logo explodiu uma granada sobre o padioleiro Geraldo Baeta da Cruz, de nossa seção de saúde, que morreu no mesmo instante. (ADHEMAR, 1985, pag. 146).

                Nos registros de embarque da FEB, consta o soldado Geraldo Baeta como padioleiro, integrante do Seção de Saúde do 11º Regimento de Infantaria, o que reforça a tese de que ele estaria, conforme relato do Coronel Adhemar, indo em direção ao socorro do pelotão do Tenente Rauen. Outra evidência, é que o militar foi agraciado com a Medalha de Cruz de Combate de 2ª Classe, mérito de bravura em combate (coletivo), diferentemente do Arlindo Lúcio da Silva, recebendo o Cruz de Combate de 1ª Classe, mérito de bravura em combate (individual). Se eles participaram da mesma ação, quais os motivos da diferença nas honrarias?

                Sobre o Geraldo Rodrigues de Souza, o interessante é que o local da morte do soldado é identificado como Natalina e não Montese, como os demais.

Classe 1919. 11º Regimento de Infantaria. Embarcou para além-mar 20 de setembro de 1944. Natural do Estado de Minas Gerais, filho de Josino Rodrigues de Souza e Maria Joana de Jesus, residente à rua Cajurú nº 4, Serra Azul, SP. Faleceu em ação no dia 14 de abril de 1945, em Natalina [crivo nosso], Itália, e foi sepultado no Cemitério Militar brasileiro de Pistóia, na quadra B, fileira 9, sepultura nº 98, marca: lenho provisório.

Sobre o Arlindo, temos o relato do Decreto que lhe concedeu a medalha:

“Foi agraciado com as Medalhas de Campanha, Sangue do Brasil de Combate de 1ª Classe. No decreto que lhe concedeu esta última condecoração, lê-se: No dia 14 de abril, no ataque a Montese, seu Pelotão foi detido por violenta harragem de morteiros inimigos, enquanto uma Metralhadora alemã, hostilizava violentamente o seu flanco esquerdo, obrigando os atacantes a se manterem se manterem colados ao solo. O Soldado Arlindo, atirador de F.A, num gesto de grande bravura e desprendimento, levanta-se, localiza a resistência inimiga e sobre ela despeja seis carregadores de sua arma, obrigando-a a calar-se nessa ocasião, é morto por um franco-atirador inimigo”. (Decreto de Concessão da Medalha)

                Os detalhes da descrição da ação não se referem a três soldados lutando bravamente por suas vidas em combate contra uma Companhia, se referem a um ataque sobre um ponto fortificado e, com testemunhas dos fatos, que relataram posteriormente.

                Por mais surpreendente que seja, outro acontecimento idêntico como o relato dos três soldados brasileiros mortos em Montese. Em janeiro daquele mesmo ano, uma cruz fora encontrada durante o avanço brasileiro, com fantástica similaridade. Portanto, as covas de Montese não seriam as únicas a guardar os corpos de bravos brasileiros que foram honrados pelo inimigo. Assim registra Joaquim Xavier da Silveira em seu livro A FEB por um Soldado:

Ao conquistarem Castelnuovo, as tropas de depararam com um testemunho da coragem do soldado brasileiro. Desde janeiro, três soldados do Regimento Sampaio figuravam na lista dos desaparecidos em combate: Cabo José Graciliano Carneiro da Silva, Soldado Clóvis Paes de Castro e Aristides José da Silva. Em Castelnuovo havia uma tosca cruz de madeira com a dística em alemão: 3 Tapfere – Brasil – 24.01.1945 (Três bravos – Brasil – 24.01.1944). Essa singular homenagem feita pelo inimigo é uma eloquente demonstração da coragem do soldado brasileiro. (SILVEIRA, 2001, pag. 177).

Conclusão

                Não são respostas que movem o mundo, mas as perguntas.

                Ocorreu o fato dos três heróis brasileiros em Montese?

                               Pelo relato oral dos integrantes do 11º RI, não há dúvidas sobre o fato ocorrido em Montese, contudo, não podemos afirmar de forma concludente que os personagens envolvidos no fato são aqueles consagrados pela historiografia militar. Novamente, isso não tira o mérito do sacrifício dos militares do Regimento Tiradentes mortos, seja no caso da patrulha perdida; seja em outras condições de morte violenta.

                               O importante seria para a História Militar Brasileira a análise dos acontecimentos e a busca por respostas; ou confirmando o nome dos bravos soldados que morreram naquele confronto, sendo sepultados por seus inimigos, ou trazendo a justiça histórica para aqueles que efetivamente estiveram nessa ação de bravura.

                Trata-se de um único episódio Montese /Castelnuovo?

                Como anteriormente citado, não há dúvida que trata-se de acontecimentos distintos. Contudo, é necessário que possamos expor evidências que não possibilite margem para debates e interpretações histórica erradas sobre os acontecimentos, objetivando que futuras gerações tenha a possibilidade de vivenciar a clareza histórica do passado de nosso Brasil e saber quem são seus heróis.

Quem foram os três heróis brasileiros em Montese?

                               De certo que há dúvidas bibliográficas levantadas sobre quem foram os três brasileiros que morreram conforme a descrição relatada do episódio: “Os três Heróis Brasileiros”. O que na prática deverá despertar o interesse de pesquisadores e de pessoas e instituições que possam financiar essas pesquisas para trazer para luz a verdade histórica sobre o fato. Os nomes desses bravos soldados brasileiros devem ser registrados de forma justa, seja os três mineiros atualmente apontado como protagonistas, ou outros que por ventura a História revele de forma inquestionável.

70 Anos da Tomada de Monte Castelo. A Batalha que Euclides da Cunha não viu.

Euclides da Cunha definiu o sertanejo como nenhum outro escritor o fizera antes ou depois, “O sertanejo é, antes de tudo, um forte” frase evocada em sua obra prima “Os Sertões”, materializando de forma clara o destemor do Sertanejo, do nordestino!

43 Anos depois da celebre frase, novamente em um campo de batalha, o vigor do Sertanejo é testemunhado. O seu destemor surge preponderante sobre um inimigo experimentado. Desta vez, não mais na sua própria terra, mas em terras estrangeiras, durante a Segunda Guerra Mundial. O temível Exército da Alemanha de Hitler encontrou-se frente a frente com à herança do sangue guerreiro dos jagunços de Antônio Conselheiro e deixou o alemão boquiaberto, sem acreditar no que os seus olhos arianos enxergam. Quem são esses? Pergunta um Alemão. Mesmo sob o fogo cerrado da metralhada o Sertanejo avança!

Mas não é um nordestino… É um mineiro! Integrante da 1ª Companhia do Regimento Sampaio, avança sem hesitar, um mineiro de coragem inquestionável, honra o nome do Patrono da Infantaria, em nome das Rainhas das Armas, avança sobre as posições inimigas. Risadas e piadas circulam no meio dos soldados Brasileiros: “Olha a Lurdinha!”, gritava um curitibano, “hoje ela tá braba…”, falava um paraibano risonho, “A Cobra vai Fumar!”, completava o carioca, enquanto o paulista e o pernambucano seguiam para o próximo abrigo. Eram todos brasileiros, eram todos febianos.

Hoje, enquanto celebramos 70 anos do maior feito militar da Força Expedicionária Brasileira, imaginemos: assim como testemunhou a bravura do Sertanejo, se Euclides da Cunha pudesse ver esses jovens lutando naquele hoje longínquo 1945? Tomando o Monte no norte da Itália do exército mais poderoso que esse mundo já presenciou. Queríamos ver Doutor Euclides enxergando com seus próprios olhos nossos soldados em cima do Monte, com certeza a frase seria: “O brasileiro é, antes de tudo, um forte”, e ainda acrescentaria: “… forte e o melhor soldado do mundo!” Daquele que, mesmo sob a adversidade, mantém o espírito do seu Povo, do Povo Brasileiro, pois o Soldado Brasileiro é, na sua essência, a representação máxima do seu povo, portanto, um forte por natureza.

Monte Castelo foi conquistado em 21 de fevereiro de 1945, mas o sangue daqueles valentes soldados brasileiros caídos durante a Batalha enaltece a gloriosa coragem de uma geração de jovens, para que jamais seu povo esqueça que somos uma nação forte em qualquer tempo. Celebremos, pois, não apenas os 70 anos de uma vitória militar, mas principalmente a coragem e a determinação do povo brasileiro, materializada na ação daquela geração de soldados da nossa Força Terrestre.

Francisco Miranda

ANVFEB-PE

Proibida a reprodução sem autorização.

TOMADA DE MONTE CASTELO – Especial dos 70 anos

Em 24 de novembro de 2014, lembrarmo-nos dos 70 anos do início dos ataques sobre Monte Castelo. Um dos maiores feitos militares do Exército Brasileiro ainda hoje é discutido e questionado, seja no contexto histórico militar ou simplesmente pela ideologia daqueles que criticaram o emprego da FEB.

É importante notabilizar duas coisas acerca do emprego da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para que possamos nos balizar quanto a seu emprego. Primeiramente a FEB não foi empregada no ataque do dia 24 de novembro enquanto Divisão, participando apenas o 3º Batalhão do 6º Regimento de Infantaria e o 1º Esquadrão de Reconhecimento integrados a Task Force 45, sob comando americano. Portanto qualquer tipo de referência ao primeiro ataque deve levar em consideração não a Divisão Brasileira, mas a Grupo Tático 45. E as características e circunstâncias de emprego da tropa brasileiro segundo as expectativas do V Exército. Essa questão é bem clara quando realizarmos a análise da Conferência do Paso da Futa em 30 de outubro de 1944, quando o General Mark Clark realizou uma exposição sincera da situação do Exército Aliado deste o rompimento da Linha Gótica até os objetivos de tomada de Bologna.

Vamos a partir de hoje realizar um estudo detalhado, com a visão dos envolvidos, dos comandantes aos nossos pracinhas. A ideia é que possamos refletir  e realizar uma análise critica do primeiro ataque, em 24 de novembro, até a tomada final do Monte.

Próxima publicação: Considerações sobre a Preparação da FEB no Grupo Tático

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27 de Setembro de 2014 – Um Dia Memorável!!

Pernambuco sempre se orgulhou de seu passado de lutas. Não por acaso, a célula inicial dos preceitos pátrios de nosso País tem sua origem nas “terras dos altos coqueiros”, com expulsão dos flamengos nas memoráveis Batalhas dos Guararapes de 1648. Este mesmo ímpeto de luta e senso de justiça social retorna nas revoluções de 1817 e 1824, com objetivos de formar uma nova nação, um novo País, sendo um dos primeiros movimentos separatista a declarar independência do Império que se formava.  Esse é o povo pernambucano, sempre disposto a lutar por sua terra e defender sua gente.

Em 1943, quando na formação da Força Expedicionária Brasileira, divisão militar que iria ser enviada para o Teatro de Guerra, nosso Estado contribuiu com 681 militares pernambucanos compondo a Divisão do General  Mascarenhas de Morais. E eles lutaram bravamente. Infelizmente 13 perecerem em combate ou em decorrência da guerra.

Infelizmente, assim como todos os outros soldados da Força Expedicionária Brasileira, o esquecimento foi o flagelo que a política impôs a geração que lutou na Itália. Os 13 pernambucanos mortos na Itália, não teriam seus nomes assemelhados aos nomes como Felipe Camarão, Fernandes Vieira ou Frei Caneca, seus nomes estavam destinados ao esquecimento, estavam…

No meio do mar do esquecimento eis que surge uma lâmpada de esperança para o Brasil. Desde 2010 a Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira (ANVFEB-PE) vem estruturando um projeto de reforma e destaque do único memorial para os pernambucanos que morreram na campanha da Itália. Esse monumento foi inaugurado em 1971 no Parque 13 de maio, no centro do Recife, na gestão do Prefeito Geraldo Magalhães. Década depois, não havia qualquer referência ao monumento, anos de abandono e descaso. As placas que foram afixadas por ocasião da inauguração inexistem, e ninguém da administração pública sabia informar do que se tratava. Realizamos um projeto de resgate histórico e, com o apoio irrestrito do Comando Militar do Nordeste, a Prefeitura do Recife entrou no processo de restruturação do monumento.

Hoje, 27 de setembro de 2014, os mesmos veteranos que participaram da inauguração em 1971, puderam presenciar em vida a lembrança dos companheiros que tombaram na guerra que insistimos em esquecer.

Que outros 27 de setembro cheguem para iluminar nosso povo e nossa passado, para um futuro que possa sempre valorizar as gerações que viveram e morreram por nossa terra.

AO PRIMEIRO COMANDANTE! FELIZ DIA DO SOLDADO!

Lembrai-vos dos vossos Soldados!

Ser soldado para alguns desavisados e de conhecimento insípido, se reduz apenas a receber e executar ordens como se robozinhos fossem. Ser soldado para outros tantos é apenas um elemento acéfalo que mecanicamente responde a ordens de seus superiores. Ser soldado para aqueles que, ideologicamente sentem ódio pelo seu próprio Exército, são homens vis, que matam e torturam.

Mas será essa a verdade que representa ser um SOLDADO?

 Soldado, antes de tudo, tem na sua essência o antigo guerreiro, aquele que morre por sua terra para proteger sua família. O conceito de soldado vai muito além de ideias simplistas e equivocadas. Ser soldado é viver em função de sua pátria, por seu País. A vida de um soldado e sua alma repousam na farda que ele enverga. Essa segunda pele que representa tudo que ele acredita e por ela entrega a vida. Ser soldado é ter honra! Ser um disciplinado e privar-se para salvaguarda da coletividade. É ser vigilante enquanto outros dormem em berço esplêndido! Ser soldado é entregar tudo, sem nada esperar em troca! Enfim, ser soldado, é aceitar perder a vida nos campos de batalha, a viver uma existência na escuridão da covardia!

Neste Dia do Soldado, neste esquecido Dia do Soldado! Apresento-lhes um dos maiores soldados que esse País já teve. Um jovem Tenente Temporário que o Brasil e seu Exército insistem em não reconhecê-lo.

José Sabino Maciel Monteiro, natural de Porto Alegre, Rio Grande Sul, nascido em 20 de janeiro de 1917, cursou o primeiro ano do Curso de Cavalaria do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Paraná (CPOR/PR), onde foi matriculado em 20 de abril de 1934, cursando o segundo e o terceiro ano do Curso no CPOR/Rio de Janeiro, onde foi declarado Aspirante a Oficial em 1936. Em 1942, já como comandante de fração do 2º Regimento de Cavalaria, se destacou durante a realização de uma apresentação de Pista de Combate e o General de Divisão Mascarenhas de Morais, Comandante de Força Expedicionária Brasileira, convidou o jovem Tenente para servir na 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária. A designação para a função foi publicado no Diário Oficial em 08 de maio de 1944. Participando do 3º Escalão da Força Expedicionária Brasileira.

Não demorou muito para que o Tenente Sabino tivesse seus méritos reconhecidos. Foi convidado a assumir o comando do Military Police Platoon, a primeira fração de Polícia do Exército do Brasil. O Tenente Sabino tinha a perfeita noção da responsabilidade, isso explica sua dedicação devocional no cumprimento as missões do Pelotão de Polícia. Tanto que foi promovido a Capitão nos campos de Batalha. A documentação que embasa esse espírito,  refletindo a quantidade de elogios que foram direcionados a este militar. Os elogios partiram de todos os escalões de comando, destacando-se a referências elogiosas do Chefe do Serviço de Polícia, órgão a qual o Pelotão/Companhia estava subordinado, junta-se os elogios do Comandante da Divisão, General Mascarenhas de Morais. Das referências elogiosas e citações, uma em especial chama a atenção, o elogio pessoal do Major General do Exército americano Willis D. Crittemberger, comandante do IV Corpo, sobre as ações ofensivas. Uma referência elogiosa pessoal para um Oficial comandante de uma Companhia não era comum no contexto das operações de um Corpo de Exército. Segue resumo das citações elogiosas:

“[…] Tenho a honra de louvar o Capitão José Sabino Maciel Monteiro, pelo muito que fez na esfera de suas atribuições, para que a Divisão alcançasse o alto conceito em que se firmou no Teatro de Operações da Itália[…]”  Continua “…Recebendo cada nova missão entusiasticamente e cumprindo-a com eficiência, é um resultado de que se podem justamente orgulhar os oficiais e praças da 1ª DIE”.- Elogio registrados nas alterações do Capitão Sabino em 16 de junho de 1945.

A referência cita ainda “a atuação da Divisão no Vale do Serchio, vencendo o antigo inimigo e tomando suas posições; a rocada para o Vale do Reno e a sua entrada em posição; a participação nas operações da Ofensiva da Primavera, com contínuos avanços sob intenso fogo de artilharia e morteiros inimigos, as constantes substituições sempre excelentemente executadas, a arrancada agressiva para noroeste contra forte resistência inimiga, conquistando Zocca, Collechio, Fornovo e obrigando a rendição da 148º Divisão Alemã e a da Divisão italiana; refletem a capacidade a eficiência e o espírito combativo de sua tropa”.

Durante o período de atuação na Itália, sete elogios forma realizados pelo General João Batista Mascarenhas de Morais, Coronel Armando de Morais Ancora e pelos diferentes Chefes de Polícia que se reversavam na atividade, todos identicamente ricos ao ressaltar as virtudes militares do Capitão Sabino.

Recebeu as seguintes condecorações: Cruz de Combate, Medalha de Campanha, Medalha Mascarenhas de Morais, Medalha do Mérito Militar, Bronze Star (EUA), Medalha Croce al Valor Militare (Itália). Dentre as várias condecorações de campanha, versa a Bronze Star, uma das mais altas honrarias americanas. Na citação que lhe concedeu a Medalha lê-se:

“[…]Como Oficial Comandante de Polícia do Exército,[…] demostrou grande habilidade como organizador[…], trefegando constantemente pelas rodovias sob bombardeio inimigos, checando a execução das missões e restaurando a ordem em lugares que foram destruídos pelo fogo inimigo[…]”

Ainda na citação se lê: “[…] conduziu com grande inteligência os Planos de Evacuação e Custódia dos prisioneiros alemães”. E que “sua conduta foi de acordo com as mais altas tradições das Forças Aliadas”.

De retorno ao Brasil, durante o período de desmobilização da FEB, o Capitão Sabino, permaneceu no Comando da 1ª Companhia de Polícia Militar por mais 116 dias, passando o comando em 15 de dezembro de 1945. Isto o tornou o primeiro Oficial de Polícia Militar do Exército Brasileiro. Ressaltando que a Companhia de Polícia Militar da 1ª DIE não foi desmobilizada e passou a ser 1ª Companhia de Polícia Militar da 1ª Região Militar e que, posteriormente, por força do Decreto nº 23.466, de 06 de Agosto de 1947, tem sua designação alterada para 1ª Companhia de Polícia do Exército. E, por último, é transformada, através da Portaria Reservada nº 121-99 de 24 de dezembro de 1951, no 1º Batalhão de Polícia do Exército.

Depois? Ah! Depois! Infelizmente ele morreu sem o devido reconhecimento de seu Exército. Morreu e sua primazia na criação da Polícia do Exército do Brasil passou para escuridão histórica!

Mas ele foi um grande Soldado! E isso ninguém pode mudar! Daqueles Oficiais R/2 que seus soldados o seguem instintivamente! Daqueles que os subordinados entram na linha de frente não por ser ordem de um superior, mas por ser ele! O Comandante! Que seus homens dariam a vida para protege-lo. Isso é ser soldado! Morrer por quem vale a pena! É um Oficial R/2 SIM! E um dos melhores que esse Exército de Caxias já produziu!

 

Muito Prazer em Conhecer Comandante!! Feliz Dia do Soldado!

 

 UMA VEZ PE, SEMPRE PE!




























Uma Luz na Escuridão Histórica: Gastão Coimbra e o Seu Maravilhoso “Homens da Pátria”

O professor e historiador Roney Cytrynowicz  escreveu um artigo que dizia o seguinte sobre o envolvimento do Brasil na Segunda Guerra Mundial: 

O lugar da Segunda Guerra Mundial na história e na memória coletiva da população do São Paulo, e do Brasil [grifo nosso], tem sido, no entanto, marcado muito mais pela ausência do que por uma presença efetiva e consistente. A guerra, episódio central da História do século 20, não está presente na memória da cidade de São Paulo; ela não é celebrada coletivamente, não é lembrada. Os soldados que lutaram e os mortos não são referenciados a não ser por pequenos grupos diretamente ligados a eles. 

 Infelizmente uma verdade gritante que se agrega a característica do Brasil em ser um País sem memória. Mas, sempre haverá ações que possam ir de encontro a essa nociva cultura. Essas ações, não raras vezes, são protagonizadas por pessoas que, distantes dos financiamentos públicos e de suas estatais, têm que vivenciar sacrifícios pessoais para ter sua obra sendo exibida.

 Gestão Coimbra conseguiu formar um bastião de resistência para levar ao público uma obra cinematográfica que retrate o sacrifício de jovens, que deixaram suas famílias e sua terra, para obedecer ao chamado patriótico de uma nação em guerra.  O longa-metragem HOMENS DA PÁTRIA é muito mais do que um filme, é um projeto que traz ao público histórias marcantes e reais de pessoas humildes que estivem à serviço do Brasil e lá deixaram suas vidas ou grande parte de sua juventude; histórias reais vivenciados por brasileiros que, infelizmente, são estigmatizados pelo ideologismo governamental que vira as costas para a importância histórica dos mais de 25 mil brasileiros que lutaram na Itália e a memória de quase 500 mortos.

 Apesar dos sacrifícios para concepção do projeto, é facilmente perceptível a fidelidade histórica do filme de 90 minutos, possibilitando uma vivência com os fatos narrados, ou seja, será uma aula de história e o reconhecimento da Força Expedicionária Brasileira na formação de uma política de regaste do nosso passado recente.

 Esses são alguns motivos para que TODOS possam apreciar e convidar outras pessoas, principalmente àqueles que acham que o Brasil pulou de 1939 para 1945.

 O Todos os envolvidos nosso muito obrigado!

 

 

NATAL, TRAMPOLIM DA VITÓRIA: UMA AULA DE CIDADANIA HISTÓRICA – FUNDAÇÃO RAMPA

Muitos textos e artigos foram publicados aqui no BLOG para expressar a indignação quando o abandono histórico que o Brasil relega sua participação na Segunda Guerra Mundial. Infelizmente, nenhum é tão gritante quando a completa ausência de informações sobre o que americanos consideravam ser o “Trampolim da Vitória”.  A bela cidade de Natal figura como a cidade que mais sentia os efeitos da guerra, simplesmente pelo fato dela ser a principal rota aérea para apoio e suprimento das operações ocorridas em todo Teatro do Mediterrâneo que sustentavam os bombardeios ao sul da Alemanha, além de operações do Pacífico. Era a maior Base Aérea Americana fora  dos Estados Unidos, por isso, a importância das operações do Pernamirim Field serem consideradas como cruciais para o esforço de guerra dos Aliados.

Os impactos sociais com a presença de centenas de americanos mudou a cara da cidade de Natal e transformou a vida de milhares de cidadãos. Para aqueles americanos, vivenciar as terras tropicais durante a guerra foi a melhor experiência que se poderia ter em um conflito de sofrimento humano inenarrável.

Tudo ficou em um passado obscuro e sem qualquer tipo de ligação com o presente. Não há mais paralelo histórico que possa trazer à luz a riqueza e importância da presença dos Aliados no importantíssimo e estratégico Saliente do Nordeste, exceto pela batalha individual de heróis contemporâneos como Augusto Maranhão e Marcos Sedin, aliando esforços para manter a História de sua cidade com a Fundação Rampa.

Aos Diretores da Fundação Rampa, nossa humilde continência.

http://www.fundacaorampa.com.br

 O Tenente Mário Messias, secretário da Associação Nacional dos Veteranos da FEB/Regional Pernambuco, enviou um conjunto de fotografias que orgulharia qualquer pesquisador. São fotos de Ivan Dmitri/Michael Ochs Archives / Getty Images.

História do Brasil: 70 de Anos do Embarque do 1º Escalão da FEB

Em 02 de julho de 1944 iniciava a trajetória de uma das mais importantes atividades militares desse País. A Força Expedicionária Brasileira  deixava o Brasil rumo ao Teatro de Operações da Itália. A FEB foi a única tropa Latino-Americana a atuar em um Teatro de Guerra.

 Uma pergunta incômoda: Nossos livros didáticos fazer alguma alusão a isto?

 Hoje estaremos publicando um material importante para a História de nossos País e para que as pessoas saibam que homens foram enviados como legítimos representantes do nosso Brasil e, no mínimo, deixaram parte de sua juventude nos campos de batalha.

Esse depoimento foi escrito pelo então Coronel Floriano de Lima Brayner, Chefe do Estado Maior da Força Expedicionária Brasileira, e nos mostra um fato curioso sobre o Embarque do 1º Escalão para a Itália.

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O General Mascarenhas de Morais desencadeou a operação “embarque” que importava lançar o Grupamento nº 1 (1º R.I.) para Santa Cruz, onde estacionaria como se estivesse embarcado; o Grupamento 11º (11º R.I.) para o Recreio dos Bandeirantes, com o mesmo objetivo: finalmente, o Grupamento nº 6 (6º R.I) para o embarque real.

Vinte e quatro horas depois entrava no porto do Rio de Janeiro o poderoso transporte “General Mann”, super-artilhado, com alojamento para 6.000 homens. Atracou no Armazém 2 do Cais do Porto, abriu os portões do embarque, e às 21 horas dessa jornada de 30 de junho*  começou a “engolir” os 6 mil homens do 1º Escalão de Transporte. Mascarenhas, cuja bagagem já estava embarcada, presidiu todos os detalhes da operação, com serenidade e a costumeira energia. Como Comandante da Área de Embarque, eu o assessorava em todos os momentos.

Presentes e extremamente atentos, dois generais americanos, vindos especialmente para presenciar o embarque, eram assessorados pelo General Kröner, Adido Militar dos Estados Unidos. Em dado momento, algo inesperado aconteceu: uma patrulha de Fuzileiros Navais que fazia a Segurança da Área de Embarque, encontrou um soldado expedicionário escondido. Leva-o imediatamente à presença do Grupo de Autoridades presentes, com grande desgosto para o nosso Comandante que não teve meias-palavras para invectivar aquele que considerou o desertor nº 1 da F.E.B. O homem ouviu a torrente de insultos de cabeça baixa, sem esboçar a mínima reação. A mesma patrulha levou-o até a escotilha de embarque, entregando-o ao oficial que fiscalizava a entrada dos homens. Algum tempo passado, uma escolta de bordo bem à presença das autoridades, com o pretenso desertor, declarando, de Ordem do Ten.Cel. Motta, que dirigia a operação dentro do navio, que o homem não pertencia a nenhuma das unidades embarcadas! Surpresa Geral. Emoção. A informação dizia  que o homem não era tipicamente um desertor. Ao contrário; ele estava ali para tentar o embarque como clandestino, de vem que a sua unidade – Um Grupo de Artilharia – estava na Vila Militar e só embarcaria no 2º Escalão.

E porque esse interesse em seguir com o 1º Escalão?
Simplesmente por motivo sentimental. Um companheiro e conterrâneo da cidade mineira, amigo de família, seguia no 1º Escalão.
Ao partirem de sua cidade para se incorporarem à F.E.B. trocaram juramentos perante seus pais, de que zelariam sempre, um pelo outro. Naquele momento, quando as circunstâncias iriam os separar – um seguia no 1º Escalão, enquanto a unidade do outro permaneceria no Rio, o peso do juramento prevaleceu, e ele aproveitaria a confusão dos últimos momentos e entraria no navio, para esconder-se e só aparecer quando estivesse ao largo e aceitassem o fato consumado, de um clandestino que não seria devolvido. Um plano simplista, ingênuo e convincente. Os Chefes militares reunidos ali, ouviram-no conta com desembaraço, a proeza frustrada e, mais do que isso, o apelo veemente, em tom dramático, para que o deixassem seguir com seu companheiro, da cidadezinha mineira. O Gen. Mascarenhas que tivesse expressões candentes ao classifica-lo como 1º desertor da F.E.B., só faltou-lhe pedir desculpas, censurando-o, todavia por ter permanecido silencioso quando verdadeiramente insultado e ofendido nos seus brios.

Afinal de conta o homem era mais herói do que covarde!

Fonte: Brayner, Floriano de Lima –  Recordando os Bravos, Civilização Brasileira – São Paulo, 1977.

* O Embarque de fato ocorreu de 30 de junho, ficando embarcado no porto até 02 de junho, quando houve a solenidade de partida com a presença do Presidente Vargas.

Os Comboios

Foram ainda transportados por via aérea, 44 médicos e 67 enfermeiras, totalizando 25.334 participantes da Campanha da Itália.

            Considerando a possibilidade de ataques por submarinos alemães, a travessia do Atlântico e do Mediterrâneo, foi cercada de um rigoroso dispositivo de segurança, do qual participou também , a valorosa Marinha brasileira.

            O transporte foi feito pelos navios americanos “General Mann” e “General Meigs”, comboiados por destróiers da nossa Marinha e navios de combate americanas até o Estreito de Gilbraltar. Essa medidas de segurança foram completadas com as bombas de profundidade dos nossos destróiers, com o próprio armamento dos transportes de guerra e o contínuo funcionamento do radar e dos aviões existentes nos cruzadores americanos da escolta. Apesar de todo este aparato de segurança, eram diários os exercícios de alarme para abandono de navio e obrigatório o uso permanente de coletes salva-vidas, as regras de segurança impuseram também, o escurecimento

 do navio durante a noite.

            A partir do Estreito de Gibraltar, a escolta foi feita somente por navios americanos e ingleses, dispondo inclusive, de permanente cobertura aérea.

            A entrada do “General Mann” no mediterrâneo, se revestiu de grande solenidade, tendo o Comandante do navio, o Capitão Paul Maguire, dirigiu à FEB, uma entusiástica saudação, ao qual extraiu-se este trecho: “ Brasileiros! Sois a primeira força sul americana que deixou seu continente para combater em ultramar, com destino ao Teatro de Guerra Europeu, constituindo um novo Exército de homens livres que se vem a juntar a tantos outros na luta pela liberdade dos povos oprimidos. Quem poderá avaliar da suprema importância que podereis representar nos campos de batalha? Não a primeira vez na História, que a adição de alguns homens, em determinado setor de luta, fizesse pender definitivamente para eles o fiel da balança e os louros da vitória”.

            Em resposta assim se expressou o General mascarenhas de Morais: – “Senhor Comandante! Conduzistes as primeiras tropas terrestres sul americanas através do Atlântico; ides fazê-las penetrar no Mediterrâneo e depois entregá-las ao Teatro de Guerra no Sul da Europa. A minha Pátria está vivendo assim, o ciclo da grande e gloriosa Pátria de Washington. Colonizados e vitalizados pela civilização europeia, somos as Nações do Hemisfério Ocidental mais identificadas na defesa do patrimônio da Humanidade em terras americanas e, em muito em breve, nos campos de batalha da Europa. E esta identidade de destino de dois povos unidos por tão alevantada aliança, traduz-se no entrelaçamento de nossa bandeiras no Mediterrâneo, no próprio berço da civilização cristã, que hoje engrandece os Estados Unidos e o Brasil. Unidos na América e sobre as águas do Atlântico, seremos na Europa também irmãos do mesmo ideal”.

            A primeira missão da Marinha Brasileira chegara ao fim comboiando o 1º Escalão até o Estreito de Gibraltar. Nesta ocasião o General Mascarenhas de Morais transmitiu a seguinte mensagem telegráfica ao Capitão de Mar e Guerra Antônio Alves de Câmara Júnior, Comandante da Frota brasileira: “ – Em nome dos brasileiros que partem para a linha de frente, a fim de continuar o glorioso trabalho de nossa Marinha na defesa de nossa soberania, apresento minhas despedidas: gratíssimo pela vossa proteção contra os submarinos”.

            Em seguida, recebeu o General Mascarenhas de Morais a seguinte resposta: “Os representantes da Marinha do Brasil tiveram a grande honra em comboiar vossa Forças e fazem votos de todo o sucesso para maior glória das Armas brasileiras.”

            Em todos os escalões, estabeleceu-se as mesmas medidas de segurança durante a viagem

marítima.

Respondendo Sobre Monte Castelo!

Maurício Sievers, Veterano do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília e membro do Conselho Nacional dos Veteranos da Polícia do Exército do Brasil (CONAVEPE), enviou-nos questionamentos sobre a atuação da Divisão de Infantaria Expedicionária (DIE), durante os fracassados ataques contra Monte Castelo em novembro e dezembro de 1944, que deixou uma centenas brasileiros mortos e feridos e estacionou o avanço Aliado na conquista do Vale do Pó.  Eis os questionamentos:

“[…]Gostaria de saber do nobre amigo, […] em especial sobre as várias tentativas fracassadas da TOMADA DE MONTE CASTELO, que além do Terreno íngreme, Tiros, Lama, Frio, Bombardeios, o Medo corroendo o estômago e a presença constante da morte, foram alguns dos detalhes que rondaram as mentes e corpos dos bravos heróis, também podemos dizer que as FALHAS ESTRATÉGICAS devem-se a INEXPERIÊNCIA e a falta de HABILIDADE do General Zenóbio da Costa e de todos os seus comandados, foram responsáveis pelo tombamento de tantos homens naquela missão? É mito ou verdade que os Americanos responsabilizaram unicamente o General Zenóbio pelas incursões fracassadas a Tomada de Monte Castelo?” –

Primeiramente, para efeito de conhecimento, o Marechal Zenóbio da Costa é o idealizador da Polícia do Exército no pós-guerra no Brasil, portanto mais do que justo discorrer sobre a pessoa do Zenóbio da Costa no ápice de sua carreira militar, que é sua atuação como Comandante da Infantaria Divisionária brasileira no Teatro de Operações do Mediterrâneo.

Tomando como base os questionamentos, evidenciamos duas linhas de argumentação. A primeira é o fato de haver FALHAS ESTRATÉGIAS e que, estas falhas, recaem pela falta de experiência do comandante da Infantaria Divisionária e seus soldados. E o segundo, é que os americanos imputaram a culpa no próprio Zenóbio da Costa.

Na abordagem da primeira visão, tomaremos o conhecimento sobre a hierarquia que acompanhava a Força Expedicionária Brasileira na Itália. Segundo o Marechal Lima Brayner, então Chefe do Estado Maior da Divisão Brasileira, em 01 de agosto de 1944, “A 1ª Divisão Brasileira foi realmente incorporado ao 5º Exército do IV Corpo de Exército Americano”.

A 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, comandado pelo General de Divisão Mascarenhas de Morais, era formada pelo QG da 1ª DIE, Estado Maior Divisionário (1ª, 2ª, 3ª, 4ª Seção e, claro Chefia), Estado Maior Especial, Tropa Especial (onde está incorporada o Pelotão de Polícia, comandada pelo 1º Tenente R/2 José Sabino Monteiro), e o Depósito Divisionário.

A Infantaria Divisionária (Não confundir a 1ª DIE) comandada pelo General de Brigada Zenóbio da Costa, tinha sob seu comando o 1º, 6º e 11º Regimento da Infantaria.

As operações ofensivas eram determinadas pelo comando do V Exército e o Estado-Maior da Divisão realiza o planejamento da operação, cabendo ao comandante da Infantaria Divisionária dispor suas tropas, segundo as determinações para execução das operações da 3ª Seção do Estado Maior da Divisão, este chefiado pelo Coronel Castelo Branco (futuro Presidente do Brasil).

Lembremos que o houve quatro ataques a Monte Castelo. Dias 23 e 24 de novembro, ataques coordenados pela Task Force 45 americana, envolvendo apenas o III Batalhão do 6º RI; dias 29 de novembro e 12 de dezembro, envolvendo toda a Divisão Brasileira e coordenada pelo próprio Mascarenhas de Morais. As análises do desempenho das tropas brasileiras estão fixadas apenas nas últimas duas operações.

Podemos elencar vários motivos que levaram o fracasso e consequente perda de vidas brasileiras, mas nada relacionado à atuação do General Zenóbio da Costa.  Podemos afirmar, com base nos registros das operações fornecidas pelo próprio Chefe do Estado Maior da Divisão, Coronel Lima Brayner e a análise da obra “A FEB por um Soldado”, de Joaquim Xavier Silveira, que a 3º Seção Divisionária expediu ordens diretas de colocar tropas em linha recém-chegadas, como é o caso 11º RI, além de operações sucessivas utilizando a mesma estratégia e com tropas cansadas como erros estratégicos para o fracasso desses ataques. Outro ponto foi à falta de coordenação em todos os ataques. A Hora H, que deveria iniciar o ataque, não foi obedecida pelos elementos envolvidos, acabando por alertar o inimigo em diversos setores. O General Zenóbio tentou executar ordens expedidas diretamente oriundas do Comando da Divisão, não por sua estratégia. A questão da culpabilidade do General Zenóbio é irreal.

Com relação à falta de experiência e habilidade do General Zenóbio, é impensado que a Destacamento da FEB, formado em setembro de 1944 havia conseguindo várias vitórias tendo como comandante o Zenóbio da Costa, portanto qual o motivo de expor sua falta de experiência? A campanha do Destacamento da FEB entre setembro a dezembro daquele ano prova que o Comandante da Infantaria já tinha provado seu valor na campanha, e se ainda assim, havia falta de experiência, esta não concorreu para o resultado final da Batalha. O dispositivo para os ataques foram dispostos no terreno depois de um exaustivo deslocamento, adiciona-se a isso, vários outros fatores, fora do controle do comandante da infantaria, incluindo as bem fortificadas posições do inimigo.

Não há, pelo menos da historiografia atual, qualquer indicação de que os americanos colocaram a culpa no fracasso no próprio General Zenóbio da Costa, pois seria ilógica essa acusação. O Oficial de Ligação do Comando do Estado Maior do V Exército dentro da própria Divisão Brasileira era o Coronel Stevenson G. Carrel, que tinha por missão repassar todas as informações ao General Clinttemberg, comandante do V Exército. Portanto, o comando americano sabia que as estratégias escolhidas para os ataques partiram do Estado Maior da Divisão, diga-se de passagem, com animosidades entre o Coronel Kruel (Chefe da 2ª Seção) e do Coronel Castelo Branco (Chefe da 3ª Seção).

Então, temos o último questionamento, os fracassos de Monte Castelo foram provocados, principalmente, pela falta de experiência do próprio soldado brasileiro? A resposta pessoal para essa afirmação é não! Não foi o principal elemento do resultado da Batalha. Pois, nos ataques anteriores, desferidos por experientes tropas americanos não tiveram êxito. Mas é evidente que houveram sérios problemas de conduta de campanha da nossa tropa. Principalmente se levarmos em consideração que a Divisão utilizou tropas ainda no período de adaptação ao Teatro de Operações. Cito aqui um evento ocorrido por ocasião da substituição de tropas do 1º Regimento de Infantaria por elementos do III/Batalhão do 11º Regimento, que chegaram rapidamente já tendo que defender uma linha nas proximidades de Guanela, no dia 01 de dezembro de 1944. Posição conquistada duramente dois dias antes. Um determinado comandante de Companhia, ligou para o Comando do Batalhão informando que a posição da Companhia estava sendo atacada e que ele iria abandonar a linha. De imediato foi enviado reforços para a Companhia. Uma granada de artilharia atinge a retaguarda do PC da Companhia e o Capitão abandona seu posto e seus soldados o seguem. Esse capitão é substituído e retorna para casa. É importante dizer que isso é comum em qualquer Exército. Mas a falta de experiência em combate era notável entre as nossas tropas, nas não foi determinante para o resultado em Monte Castelo.

Lembro que o soldado brasileiro fez sua fama exatamente depois dos malogrados ataques em dezembro de 1944, a partir dai, passamos a realizar patrulha e defender uma Linha de dezenas de quilômetros, durante todo um rigoroso frio e tenebroso inverno. Até que em fevereiro de 1945, tomamos em definitivo este que é para Força Expedicionária Brasileira símbolo do sangue derramado de nossos soldados e orgulho de nossa vitória.

Fotos de Montese com Legenda

Em alusão a uma data tão significativa, o vice-presidente da Associação Nacional dos Veteranos da FEB/Regional Pernambuco, Rigoberto de Souza Júnior, nos enviou algumas excelentes fotos de um dia que insiste em ser esquecido por nossa nação.

 

Tomanda de Monte Castelo – Uma Pequena Reflexão

A Ideologia política, partidária, filosófica ou qualquer outra é como bebida alcoólica, tem que ser usada com moderação. Os extremismos ideológicos talvez sejam os agentes que impulsionaram o mundo para o caos desde os tempos imemoráveis. Infelizmente, de um modo geral, a humanidade ainda busca esse equilíbrio para aplicar determinadas ideologias sem sufocar outras. Alguns povos, partidos políticos e pessoas, ainda tem dificuldade para aceitar a coexistência ideológica. Podemos citar o Bolchevismo da Revolução Russa de 1917 e sua aplicação prática, principalmente através do ditador Stálin, que implementou uma dura política de destruição completa de outras ideologias consideradas incompatíveis com a do Estado. Hitler, obviamente, seria outro exemplo do extremismo ideológico. Em seu discurso durante a campanha presidencial de 1932, declara que não tem pretensão de adotar o multipartidarismo ou outra ideologia diferente do nacional-socialismo, pois seu objetivo era acabar com todas as ideologias partidárias existentes.

Esta exposição, guardada as devidas proporções, nos leva a uma reflexão sobre nosso cenário político. É evidente o esforço dos vários setores do governo para enfraquecer ou dizimar qualquer tipo de visão ideológica que se diferencie da percepção petista de mundo. Especificamente sobre a percepção da Presidente Dilma, ela já deu várias demonstrações que não consegue dialogar de forma ponderada com outros segmentos opositores, e que ainda guarda, de forma travestida, os mesmos pensamentos pseudo-revolucionários dos movimentos estudantes que tentaram instalar um regime de exceção no país.

E o que isso tem haver com a Tomada de Monte Castelo? A conquista militar que completa 69 anos é um, em vários outros eventos, que o Governo atual esmera esforços para que o povo brasileiro não tome conhecimento. Basta lembrar a proibição explícita do governo para não haver referência nos aquartelamentos aos eventos ocorridos em 31 de março 1964. A Tomada de Monte Castelo é um feito do Exército Brasileiro e do Povo Brasileiro. Muito sangue nacional foi derramado para que este Monte figurasse como uma conquista brasileira. É importante que se faça referência aos mortos em Monte Castelo, pois a bravura do soldado brasileiro esteve acima de qualquer erro de comando ou importância estratégica dos Aliados para aquele Teatro de Operações e é inquestionável. Monte Castelo, por maior ou menor importância que se possa dar, tem em cada centímetro de terreno conquistado a marca da bravura da mistura das raças que se fizeram presente neste feito militar, tanto quanto nas Batalhas dos Guararapes, marca de formação do senso de nação. Por isso, é importante que os jovens desta geração possam ter conhecimento do sacrifício de vidas brasileiras na Itália. E que nenhum governo transitório pode renegar as raízes de honra e entrega sacrificial que nossos soldados deram para elevar a Bandeira do Brasil, que é infinitamente mais altiva do que qualquer bandeira de partido político ou ideologia.

Conclamamos todos que são conhecedores dos feitos dos brasileiros no Teatro de Operações da Itália – refiro-me ao sacrifício daqueles que lutaram na Itália, não apenas os mortos, mas também aqueles que deixaram parte de sua juventude nesta campanha – que possam sempre que possível fazer referência à participação brasileira na Segunda Guerra Mundial e não deixar que a ideologia de um governo transitório ignore a história do nosso Exército, pois a História do nosso Exército é a História do nosso próprio povo, com todas as suas perfeições e imperfeições. E que os 69 anos da Tomada de Monte Castelo possa residir de forma permanente na memória do nosso povo.

FEB: “Verás que um Filho Teu Não Foge A Luta!”. Mas e Agora?

Em 09 de agosto de 1943, a Portaria Ministerial Nº 4744, criava a Força Expedicionária Brasileira – FEB. Tinha início naquele momento a mais briosa ação que uma nação ruralizada e subdesenvolvida iria empreender para formar uma tropa combativa contra aqueles que eram considerados os melhores soldados do mundo.

O ano de 2013 marca o 70º Aniversário de criação da FEB. Alguma manifestação pública ou reportagem sobre o tema? Alguma nota alusiva sendo proferida em escolas públicas? Pois é. Perguntas sem respostas: qual a legado  histórico para o Brasil da Força Expedicionária Brasileira? Qual a contribuição que o sacrifício de quase quinhentos mortos deixaram de lição para os brasileiros? Na máxima da ciência, quando na afirmação, o que move o mundo são as perguntas e não as respostas, então temos algumas boas perguntas, mas que depois de sete décadas não encontramos qualquer tentativa de resposta por parte do próprio Brasil. Quem responde? A mídia? A internet? O povo? O Exército? Ou esquecemos tudo e seguimos nossas vidas sem  olhar para trás?

A Força Expedicionária Brasileira foi criada pelo Brasil para ser o próprio Brasil no Teatro de Operações da Itália. Seus componentes foram brasileiros natos, com média de idade de 20 anos, portanto jovens pernambucanos, fluminenses, paulistas, capixabas, paranaenses, mineiros, enfim, de vários Estados e regiões do nosso país. Foram enviados para Itália, muitos voluntários! Sustentavam no seu braço esquerdo o símbolo conhecido como “Coração do Brasil” em seus uniformes.

Nos primeiros meses, após as primeiras baixas brasileiras, os que sobreviviam não pensavam em outra coisa, a não ser que aqueles que se sacrificaram, morreram pelo BRASIL. No cumprimento do dever que cabe a cada brasileiro! Não se sacrificaram por um regime de governo temporal, ou por uma presidente! Morreram pelo seu país. Sustentando em seu coração o próprio CORAÇÃO DO BRASIL que estava em seus uniformes. Nenhum deles escolheu morrer na Itália, eles queriam voltar vivos para suas famílias, mas sabiam que estavam ali para defender sua própria terra e, portanto, sua própria gente!

Perplexidade minha quando percebo que a morte de brasileiros de nada valeu para esse Brasil do século XXI. Minha alma se entristece quando vejo que o Brasil passou 70 anos sem fazer a justa menção ao sacrifício pátrio desses homens. Não estou querendo que façam arautos ou os coloquem como deuses pelo que fizeram, mas que eles sejam lembrados pelo exemplo de sacrifício à serviço do país. Os nossos jovens precisam saber que outros jovens de gerações anteriores deram sua vida pelo Brasil que eles conhecem hoje.

A sua terra de campos verdejantes foram cultivadas por sangue, suor e lágrimas. Sangue dos que morreram, suor dos que trabalham e lágrimas das mães, esposas e filhas que perderam seus entes queridos com o CORAÇÃO DO BRASIL EM SEUS UNIFORMES. Só quando os jovens conheceram e valorizarem o passado do seu país, essa nação será grande. Enquanto isso estaremos relegado a uma nação inculta e constantemente ameaçada por ideologias corruptas e agentes corrosivos de nossa PÁTRIA AMADA.

Por Francisco Miranda

O Cemitério Militar de Pistóia e o Último dos Brasileiros Morto na Itália

 O quanto uma nação pode contemplar tanto descaso histórico ao ponto de ignorar escandalosamente o sacrifício de gerações passadas? Quem somos afinal? Que nação o Brasil irá se tornar se continuamos a vivenciar o descaso com brasileiros que deram suas vidas para forjar esse país? Muito pior, quando observamos que o descaso governamental se baseia em argumentação ideológica destrutiva de nossa própria identidade como povo, que se orgulha em cantar “Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta,!”.

Segundo o pensamento científico o que move a humanidade são as perguntas e não as respostas, mas neste caso, as perguntas estão sem respostas década após décadas.

 

Pistóia foi a cidade que acolheu os corpos dos brasileiros que deram sua vida pelo seu país. Isso mesmo, eles deram a vida pelo seu país, pois foi o Brasil que os enviou! Para lutarem e morrerem na Itália. Todos brasileiros! Todos nascidos em diversas regiões do país que, deixando suas famílias e suas vidas, partiram para lutar a Segunda Guerra Mundial ostentando a Bandeira do Brasil e de lá só retornaram a sua terra natal, em 22 de dezembro em cotejo fúnebre para repousar eternamente no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial e para repousarem na memória dos brasileiros que nem mesmo entendem que a bela construção arquitetônica no Aterro do Flamengo guarda os restos mortais de brasileiros natos, bravos e que honram a frase: “ Nem teme, quem te adora, a própria morte.” , enquanto deixamos a desejar como nação: “ Dos filhos deste solo és mãe gentil…

 

O MONUMENTO VOTIVO MILITAR BRASILEIRO DE PISTÓIA


Depois de quase 5 anos em que o terreno do antigo Cemitério foi deixado repousar para permitir a drenagem da terra, foram começados os trabalhos para a construção do Monumento. Neste meio tempo muito grande foi a tarefa diplomática para conseguir os recursos e as autorizações necessárias para conseguir realizar o Monumento Votivo do Cemitério Militar Brasileiro. Foi o filho do então Embaixador Francisco D’Alamo Lousada, Engº Dr. Carlos Eduardo, que realizou uma grande opera de persuasão junto as personalidades e Autoridades do Governo e ao Ministro das Relações Exteriores Juracy Magalhães, vencendo inúmeras dificuldades para conseguir recursos governamentais. O Monumento foi projeto do Arquiteto Olavo Redig de Campos, discípulo do projetista de Brasília Oscar Niemayer, auxiliado pelo Engenheiro italiano Luigi Cafiero na realização que foi executada pela firma Zarri. A inauguração aconteceu em 7 de junho de 1966, na presença das mais altas Autoridades brasileiras, com destaque para S. E. Francisco D’Alamo Lousada, Embaixador junto ao Governo italiano em Roma, o Embaixador junto à Santa Sé Henrique de Souza Gomes, o General do Exército brasileiro Floriano de Lima Brayner, chefe da delegação especial das Forças Armadas brasileiras. Também as Autoridades italianas prestigiaram a cerimônia sendo presentes, entre outros o Ministro das Relações Exteriores, o subsecretário da Defesa ,o Prefeito de Pistóia, o Bispo da diocese de Pistóia, além de inúmeros representantes das Forças Armadas italianas.

Varias simbolizais caracterizam o Monumento, como muito bem explicado na entrada onde em duas colunas em base triangular são gravadas as palavras:


A TERRA

A terra de sepultura
É terra sagrada
Na Itália o campo-santo
É a terra intocável
Do antigo cemitério
E lá continua agreste
Como antes
Sagrada pelo “Sangue dos heróis”

A CRUZ

A cruz toma posse do terreno
Fixa seus limites
Consagra seu destino
São as linhas brancas
Da enorme cruz
Que marcam o lugar para sempre
Ao altar de Deus
Se ascende pelo pé da cruz
Os braços se abrem
Em verdes campos
De esperança e fé

O SACRIFÍCIO
Ao centro da cruz
Está o altar de Deus
Pelo sacrifício do altar
Os mortos se elevam
À glória de Deus
Aqui domina a vertical
As colunas elevam o pálio
Bem alto

A ÁGUA

O horizonte é o perfil da terra
Da terra que recebe os mortos
Para o descanso eterno
É a linha horizontal
Do longo espelho d’água
Serena, estática
Como as coisas acabadas
Como um cálice

A PEDRA

A pedra é símbolo da resistência
A pedra é tenaz
A pedra é dura
O muro de pedra guarda
Gravados para sempre
Os nomes gloriosos
E a memória dos vivos
Os nomes emergem
Das águas tranqüilas
As águas refletem os nomes no céu
É a gloria dos heróis

A GLÓRIA

Para ascender à gloria dos mortos
Um longo caminho
Em meio às pedras
O caminho das batalhas vencidas
O das vitorias
Alcançadas no sacrifício
O nome de Monte Castelo
E tantos outros
Gravados no chão de pedra
Reúnem a longa caminhada
De nossos irmãos

O RESPEITO

A presença dos vivos
É marcada pelo respeito
Um lugar apartado
Para a glorificação
Na contemplação
À direita do altar
No lugar de honra
A Bandeira do Brasil
E a gratidão da pátria.

Olavo Redig de Campos

ESTA TERRA SAGRADA FOI SEPULTURA DOS SOLDADOS BRASILEIROS MORTOS NO CAMPO DE HONRA PELA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. SEUS NOMES ESTÃO GRAVADOS NESTA PEDRA PARA ETERNA MEMÓRIA DOS HOMENS

A atender as visitas desde o 1947 foi o Sr. Miguel Pereira, integrante da FEB que teve a honra de ficar como guardião, recebendo inúmeras importantes visitas (passaram até dois Presidentes do Brasil) e sem poupar esforços, ao longo dos anos, recuperou boa parte dos extraviados, bem como os contatos com as Prefeituras dos locais onde os soldados brasileiros atuaram, estreitando ainda mais as relações entre os dois países. Falecido em fevereiro de 2003 deixou ao filho a tarefa de continuar a “missão” de cuidar deste singelo lugar onde Historia, Honra e Glória estão de mãos dadas, num cartão postal que fala num conjunto único das qualidades humanas do povo do Brasil.

Mário Pereira
Administrador Monumento Votivo Militar Brasileiro

Último dos Brasileiros

 Foi no fim da mesma cerimônia que um idoso da cidade de Montese – onde aconteceu uma das mais duras batalhas – declarou conhecer o local onde um brasileiro estava ainda sepulto. Depois de um ano de pesquisa, o Guardião do Monumento, Miguel Pereira, conseguiu localizar os restos exatamente no local indicado, achando provas que não deixavam dúvidas quanto à nacionalidade dos restos e sim sobre a identidade certa de quem podia ser o corpo, entre os ainda 15 desaparecidos. A decisão de deixá-lo repousar no Monumento, enquanto Desconhecido, e então representando todos os irmãos tombados no cumprimento do Dever, transformou o local – de fato – num Sacrário.

Autoridades administrativas, judiciárias e policiais da Comuna de Montese e da Província de Módena assistem à entrega da urna do "Pracinha de Montese", às autoridades brasileiras, no Cemitério de Montese. O Subtenente Miguel Teixeira, da Reserva do Exército, ex-Expedicionário, encarregado da Conservação do Monumento de Pistóia, conduzirá a urna ao seu destino definitivo. Montese 30/5/1966\

Autoridades administrativas, judiciárias e policiais da Comuna de Montese e da Província de Módena assistem à entrega da urna do “Pracinha de Montese”, às autoridades brasileiras, no Cemitério de Montese. O Subtenente Miguel Pereira, da Reserva do Exército, ex-Expedicionário, encarregado da Conservação do Monumento de Pistóia, conduzirá a urna ao seu destino definitivo. Montese 30/5/1966

   É necessário que se faça menção ao trabalho do Arquivo Histórico do Exército (AHEX). Um oásis para os pesquisadores do período. Mantém um acervo maravilhoso e também disponibiliza material ONLINE (www.ahex.ensino.eb.br).  Temos que divulgar!

O Infante Brasileiro na Campanha de Inverno

 Crônica publicada no Correio da Manhã, assinado apenas como “Veterano”, de janeiro de 1945. Esta publicação visa abranger o entendimento sobre questões que ainda geram dúvida em muitos brasileiros sobre o papel do soldado da FEB na Campanha da Itália. Não por acaso, a concepção errônea sobre o valor do nosso soldado na campanha da Itália se encerra quando o brasileiro é apontado com um especialista em patrulhas, mesmo depois das fracassadas investidas em Castello, em novembro e dezembro de 1944. A contrário do que se possa imaginar, para uma soldado nascido e criado nos trópicos, muitos, inclusive, oriundos dos escaldantes sertões nordestino, combateram com destemor com pequenas frações sob temperaturas que chegavam a 20 graus abaixo de zero em algumas regiões no norte da Itália. O soldado brasileiro esteve na vanguarda do setor do Quinto Exército em toda a campanha da Itália, desde que chegou ao Teatro de Operações. Como diz o artigo abaixo: “O Soldado Brasileiro é lutador e Bravo na sua aparente frouxidão…”

O Infante Brasileiro na Campanha de Inverno

Vi a primeira nevada cair na noite de Natal e logo pensei nos soldados. Pensei em todos, mas principalmente no infante. O infante do Brasil! Muitos se têm admirado dele. Eu confesso que não me surpreendeu. O infante do Brasil das campanhas platinas e dos chacos do Paraguai era exatamente como é o infante que combate na Itália. O valor deste infante está imortalizado na História Militar do Brasil. O valor dele nós conhecemos de sobra no país, sempre que é chamado a lutar. Não foi aqui na Itália que ele se revelou. O brasileiro é o homem que ninguém dá nada por ele; ele mesmo não se dá muito valor. O brasileiro é assim – por natureza – lutador e bravo na sua aparente frouxidão. Saiu do Brasil com os ouvidos cheios. O Alemão é o primeiro soldado do mundo. Viu o alemão pela frente e topou. Viu a neve e topou. Topou de cara. Topa tudo! Defendendo-se do frio – 17 graus negativos – lançando mão de todos os recursos de sua imaginação. Perfeitamente equipado para a campanha de inverno, então fica um número. Com uma bota de “pé de pato” e, na cabeça um gorro astrakan, visto no reflexo da neve, parece até um explorador polar. A guerra não para porque as planícies e as montanhas e os rios se transformam em gelo. Há máquinas gigantescas para desimpedir os caminhos. A engenharia trabalha dia e noite sob tempestades de neve para que o infante possa passar. o seu irmão artilheiro está atento, para ajudar e apoiar. a guerra não pára,  não pode parar por causa do frio. O alemão está lá em cima. Domina as estradas, impede a passagem – precisa ser desalojado – e será desalojado. . Mais cedo ou mais tarde terá ceder. O General Mascarenhas de Morais acaba de consagrar um louvor especial à infantaria em uma ordem do dia. “A arma”, diz ele, “do sacrifício, a arma em que a têmpera do guerreiro é posta à prova a todo momento, a arma que não admite no seu meio os tíbios, os desalentados, os incrédulo, a arma que exige a manifestação viril da nossa raça por uma causa que é a reabilitação do mundo escravizado”

Acrescenta o comandante da FEB: “sei que a brava gente de infantaria tem um chefe experimentado em ações de combate – General Zenóbio da Costa – cujo o lema é “para frente, custe o que custar!” Acompanhei as ações da Infantaria primeiramente no Vale do Serchio, e por último no seu atual setor , lançando-se impetuosamente, em condições desfavoráveis, num terreno hostil, contra alemães poderosamente defendidos e mascarados, no Monte Castello. Claro que a FEB desempenha uma parte do esforço do Quinto Exército, e até agora nunca deixou de cumprir, dentro das possibilidades, as missões que lhe foram designadas. não tenho dúvida de que a Infantaria de SAMPAIO irá para a frente, custe o que custas!”.

07 de Setembro, o Que Representa?

Uma criança aparentando cerca de 4 anos olha para um soldado. Fica quase estático a sua frente…Quase como um soldado profissional levanta a mão direita e lhe presta continência! Será um filho de um militar? O garoto se volta para a mãe. Fala-lhe algo. A mãe volta quase com os olhos cheio de lágrimas e conversa com o soldado. É perceptível a emoção da mãe. A medida que a mãe fala, o soldado vai mudando de aparência…Antes sorridente, agora com uma triste aparência, quase com os olhos lacrimejados…A mãe chama novamente o filho. O garotinho se posiciona ao lado do soldado, este tira o capacete e coloca no garoto. Numa posição quase marcial ele pede para a mãe tirar-lhe uma foto! Quando acaba o soldado abraça o garoto e se controla para não chorar. O garoto abraça-o como se abraça um pai…Um herói…E naquele segundo o soldado era tudo isso. Eles se despendem…pega na mão da mãe e vão embora. Ela agradece acenando com a cabeça e desaparecem na multidão do 07 de setembro. O soldado não suporta e se afasta chorando! Esse soldado não era um soldado da ativa! Era um VETERANO DA POLÍCIA DO EXÉRCITO, do 4º Batalhão de Polícia do Exército, do Grupamento Histórico Aspirante Francisco Mega e estava aguardando para desfilar depois de mais de 20 anos. E passou no palanque RACHANDO O ASFALTO AO MEIO, cravando seu coturno e lembrando o porquê dele está ali! O garoto? Um filho de um Policial Militar morto em ação!

Só isso, valeu a pena todo o esforço para o nosso desfile do Grupamento Histórico Aspirante Francisco Mega! Só isso, nos renova e nos fortalece para continuar uma missão que muitos podem achar sem sentido, mas que para aqueles que vivenciam são inesquecíveis e incompensável.

 A TODOS ENVOLVIDOS DIRETA OU INDIRETAMENTE NESTE PROJETO, NOSSO MUITO OBRIGADO!!

Major Virgílio: Perdemos mais um Herói

 Com muita tristeza a Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira – Regional Pernambuco, informa que faleceu nesta madruga (15/08) o Major Virgílio Daniel de Almeida. O então sargento Virgílio integrou o 1º Regimento de Infantaria, Regimento Sampaio, e participou ativamente das principais batalhas da FEB no Teatro de Operações da Itália.

 A vida segue seu rumo normal e aqueles que lutaram pela nossa pátria e deixaram sua vida ou parte da sua juventude lutando pelo seu país. Parafraseando o Presidente Getúlio Vargas em sua Carta Testamento, estão saindo da vida e entrando para a história.

 Nesse momento de dor e perda, enviamos nossos sentimentos à família enlutada.

Que o Nosso Senhor Jesus Cristo possa guardá-lo pela sua vida de rentidão e dignidade que cabe aos mais nobres.

  Em respeito, nossa continência.

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Povo Brasileiro, Olhai para Teu Passado de Glória!

As questões que envolvem a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial sempre são colocadas à margem de nossa história. Um professor de História em uma comunidade especializada afirmou que, exceto pelos rumores de submarinos alemães na nossa costa o Brasil não teve qualquer mudança em sua rotina com a Segunda Guerra. Um absurdo histórico que jamais poderia ter sido proferido por um pessoa que ensina História.

O início desse processo de envolvimento do país esteve diretamente relacionado com o afundamento de navios mercantes brasileiros em nossas águas, em um ataque deliberado contra nosso país. Os corpos das vítimas, entre elas muitas crianças, passaram semanas aparecendo no nosso litoral,  o que causou comoção popular. O povo, como não poderia ser diferente, saiu às ruas pedindo vingança pelos afundamentos de nossas embarcações, em especial os ocorridos nos dias 15 a 19 de agosto de 1942, executado friamente pelo Capitão-de-Corveta Harro Schacht com o U507.

 Enganam-se aqueles que pensam que o fator preponderante para o engajamento de nossas forças se resume a interesses políticos e econômicos. O povo pediu que o país se posicionasse contra as nações agressoras, e não havia dúvida, o ataque tinha sido praticado por alemães. Não há argumentos historiograficos, e nunca houve dúvida da autoria dos ataques ao transporte de cabotagem do Brasil.

Amanhã, 31 de julho 2013, lembramos os 70 anos do afundamento do U199, pelo  Tenente Torres, fato que nos leva a analisar o grande esforço que nossas Forças Armadas tiveram que executar para garantir a soberania de nosso território. Não só a recém criada Força Aérea Brasileira, mas também a nosso Marinha de Guerra que sofreu pesadas baixas e da nossa Força Terrestre que comemora em 09 de agosto de 2013, 70 anos de criação da Força Expedicionária Brasileira. Fatos marcantes que os brasileiros devem lembrar, é uma obrigação dessa geração, pelo esforço da geração de 1943.

Nesta publicação realizamos uma homenagem às nossas Forças Armadas. O primeiro é  um Boletim de Ordens e Notícias assinado pelo Almirante-de-Esquadra Luiz Fernando Palmer Fonseca, lido oficialmente em todos os navios de nossa Marinha. O segundo um artigo de autoria do Tenente Monteiro, Presidente do Conselho Nacional dos Oficiais da Reserva, historiador e amigo. E o último é uma homenagem ao integrantes da Força Expedicionária Brasileira, fotografias dos integrantes da Regional Pernambuco.

Neste contexto estaremos abordando nossas três Forças e lembrando ao Povo Brasileiro, que quando cantamos em nosso Hino ” Verás que um filho teu não foge à luta…” não é uma utopia, mas uma realidade que se fez presente em outras gerações.

Visita do Comandante do Navio-Patrulha Graúna

A atual diretoria da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira – Regional Pernambuco tem vislumbrado alguns acontecimentos que nos enchem de esperança em uma mudança de cultura de nossa população. Um desses testemunhos foi a visita do Tenente-Capitão Santos Silva, da Marinha do Brasil.  Foi com grande satisfação que a diretoria da FEB e o Comandante do Navio-Patrulha Graúna se encontraram em sua sede-centro, para uma agradável tarde de conversas e a alegria de poder ouvir dos próprios veteranos da FEB as experiências vividas no Teatro de Operações da Itália. O encontro foi uma cordial retribuição do Tenente-Capitão, que tal bem recebeu na semana passada os veteranos e seus familiares na embarcação.

Estiverem presentes também todos os diretores da associação, que tiveram a oportunidade de ratificar as ligações entre a FEB e a Marinha do Brasil, que propiciou patrulhamento do contingente dos escalões da FEB que deixou o Brasil para lutar na Itália. O Veterano Ribeiro pôde relembrar um momento especial, quando seu retorno da Itália, seu navio encontrou a escolta brasileira em uma parada em Portugal, e naquele momento recebeu a continência dos marinheiros brasileiro perfilados no convés. Para ele, ficou registrado em sua memória esse fato e o carinho pela Marinha do seu país, que o emociona até os dias de hoje.

O Comandante Santos Silva presenteou a associação com um Quadro do Navio Patrulha Graúna que será colocado no Hall de Honra da sede da nossa Regional.

Agradecemos a Marinha do Brasil pelos sacrifícios de esforços, material e vidas durante a Segunda Guerra Mundial que tornou possível ao Exército Brasileiro o deslocamento de um contingente de mais de 25 mil homens, deixando ainda para a nossa Marinha a primeira linha de defesa de nossas terras, a partir do vasto Atlântico Sul, enquanto seus melhores soldados combatiam em terras estrangeiras.

Precisamos de mais jovens para disseminar os sacrifícios que nossas Forças Armadas fizeram para defender nossos ideais, jovens como o Comandante do Graúna. Se conseguirmos esse objetivo, esse país será mais digno de suas futuras gerações.

Visita ao Navio-Patrulha Graúna – Ligação Histórica

 Uma coisa que o nosso povo não sabe? Enquanto dormimos na tranquilidade de nossos lares, não fazemos ideia de que existem homens velando pela nossa segurança. Isso ficou evidente quando o Brasil declarou guerra a Alemanha e a Itália em 22 de agosto de 1942. Quando a Marinha  de Tamandaré teve que, apesar de seus opacos recursos à época, realizar patrulhas e comboios para garantir a segurança no Atlântico Sul.

E cumpriu com sua missão, impondo-se ao inimigo e garantindo a paz na navegação brasileira.

Neste mesmo espírito e com o mesmo vigor daqueles anos de guerra, o Navio-Patrulha Graúna realiza missões de patrulhamento por toda a costa do nordeste brasileiro, velando o sono dos brasileiros. O Graúna é parte integrante da nossa Marinha de Guerra, que defende um litoral com 7.367 Km de extensão.

Comandado por um jovem Oficial, o Capitão-Tenente Sérgio dos Santos Silva, a embarcação é baseada em Natal, e chega ao Recife para mais uma missão.

O Capitão-Tenente Santos Silva demonstrou não apenas o zelo pela sua Marinha, mas também algo que deve fazer parte da cultura do povo que ele defende. O reconhecimento pela História do seu país. Com esse espírito, o Comandante recebeu a visita dos integrantes da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira – Regional Pernambuco. Estiveram presentes o Presidente da ANVFEB-PE Veterano Alberides de Lima Passos, Veterano Josias Bezerra Melo e o Veterano Rigoberto Souza, acompanhados de suas respectivas famílias. Além do vice-presidente da associação o senhor Rigoberto de Souza Júnior. Em uma tarde especial, o comandante foi presenteado com um Quadro demonstrando o Roteiro da Força Expedicionária Brasileira na Campanha da Itália. Essa visita ocorreu exatamente no dia 11 de junho, data comemorativa aos 148 anos da Batalha Naval do Riachuelo. Portanto nada mais significativo do que ter a História da Força Expedicionária Brasileira sendo lembrada pelos herdeiros do Almirante Barroso, em uma data de especial.

Quando brasileiros se identificam através dos esforços comuns de amor e dedicação a nação, isso deve ser motivo de orgulho para seu povo, mesmo que a grande maioria não saiba a existência daqueles que velam pelo sono dos nossos filhos, nas fronteiras e nos mares. Eles não esperam reconhecimento ou honras, pois fazem isso por amor ao seu país. Eles são nossas SENTINELAS.

Informações Adicionais:

Nome : Navio Patrulha Graúna
Classe: navio patrulha classe Grajaú
Deslocamento : 230 ton
Calado médio : 2,4m
Boca : 7,5m
Comprimento :46,5m
Velocidade de cruzeiro : 10 nos
Máxima velocidade 22 nos
Tripulação : 30 militares
Propulsão : 2 motores de combustão interna  de 2540 Hp cada um
Armamento : 1 (um) canhão de 40 mm e duas metralhadoras de 20mm
O
navio foi incorporado a marinha do Brasil em 15 de novembro de 1994.
O navio possui a missão de realizar patrulhas em águas juridicionais brasileiras a fim de contribuir para o controle da área marítima. E adição o navio também pode ser empregado em ações de superfície e operações de salvamento
E
m paralelo o navio também realiza reabastecimento no mar, inspeções navais e operações aéreas, sendo assim um navio bastante versátil e flexível.

Morreu Um Herói!

Morreu um Herói!

Ele não era Neymar, Ronaldinho nem tão pouco Ronaldo.

Ele nem mesmo era jogador.

Mas era a essência e a expressão máxima da palavra HERÓI!

Sim, morreu um Herói!

Ele era febiano!

O que é um febiano?

É ter deixando parte de sua juventude nos campos de batalha, simplesmente por ser brasileiro!

Morreu um Herói!

Morreu um patriota!

Ele era um grande Homem, daqueles que o Brasil precisa.

Morreu um Herói!

Ele era um febiano!

Daqueles que fará falta ao Brasil!

No meio de tanta gente que furtivamente destrói nosso país.

Ele é um daqueles que se sacrificou para o país.

Morreu um Herói!

Morreu um febiano.

Mas afinal de contas. O que podemos fazer?

Hoje tem jogo da seleção, hoje tem programação na televisão!

Hoje o Brasil ficou mais pobre, mas continuamos felizes, sem saber que um filho que não fugiu a luta se foi.

Morreu um Herói!

Morreu um febiano.

Morreu um brasileiro da mais alta estirpe.

Morreu um Major!

Mas não apenas um Major, morreu um febiano.

Mas afinal de contas o febiano não morre!

Cumpre sua missão!

Homenagem do BLOG ao Major Archias Alves de Almeida Júnior, faleceu por causas naturais no dia de ontem e foi sepultado com honras militares. Ex-presidente da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira – Regional Pernambuco foi um dos homens mais sábios, ponderado, de humor singular e amor pelo Brasil que este humilde pesquisador teve o prazer de conhecer.

Ao Veterano Archias minha continência!

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armas em funeral  01