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Ia Drag – A Primeira Batalha da Guerra do Vietnã


De 14 a 22 de novembro de 1965 o mundo assistiu perplexo a primeira grande batalha envolvendo forças americanas contra tropas de outra nação desde o cessar fogo na guerra das Coreias. Em uma operação de captura e emboscada, dois batalhões da 7ª Cavalaria e da 5ª Cavalaria, comandadas pelo então Coronel Hal Moore, empregando uma nova forma de combate, onde unidades de infantaria aerotransportadas iriam desembarcar em um determinado setor para consolidar uma posição. A mobilidade da tropa era a nova doutrina empregada nessas operações. A Batalha aconteceu a noroeste de Plei Me, nas serras do Vietnã do Sul.

Desde 1956 os Estados Unidos, percebendo o avanço do Comunismo na região, os Estados Unidos vinham apoiando e dado suporte a ações militares do Vietnã do Sul, mas sem qualquer envolvimento de tropas nos campos de batalha. Só a partir do início dos anos 60 as condições políticas e diplomáticas são agravadas, principalmente quando os vietcongues, guerrilheiros sul-vietnamitas pró-Vietnã do Norte, e que lutaram contra as tropas americanas durante todo o conflito, juntamente com tropas norte vietnamitas começaram a atacar bases americanas no Vietnã do Sul.

A Batalha de Ian Drag, apesar da suposta vitória americana, foi um desastre estratégico com sérias perdas para as Unidades Militares envolvidas, sendo um saldo total de 304 mortos e 524 feridos, enquanto a estimativa do lado das forças vietnamitas gira em torno de 554 mortos e 669 feridos – o Exército americano estima em 1519 mortos vietnamitas. Controvérsias a parte, é certo de que o suposta vitória deu uma falsa impressão que os Estados Unidos podiam perfeitamente lidar contra um inimigo diferente de todos os outros exércitos que o país já tinha enfrentado. Mas o transcorrer da batalha foi bem diferente. As tropas americanas tiveram que solicitar várias vezes a utilização de artilharia e apoio aéreo, inclusive um código pouco usado pelo Exército foi conclamado durante a Batalha: “Flecha Quebrada”, seria o código que informa a todas as unidades aéreas que uma Unidade americana estava prestes a ser massacrada, e o resultado disso é que todos os aviões disponíveis seriam lançados no socorro dessa Unidade.

Outro fato curioso é que a CIA recomendou, no calor da Batalha, que o comandante Hal Moore, fosse enviado de volta para o QG, pois era inconcebível que um Coronel fosse morto na primeira operação militar americana no Vietnã. Moore negou-se e deixar seus homens a própria sorte.

No final das contas o exército americano não estava preparado para a quantidade de baixas sofridas pelas forças, mas a suposta vitória alavancou uma guerra que se arrastou até 30 de abril de 1975, quando as tropas americanas se retiraram da Indochina.

O Tenente General Hal Moore juntamente com o jornalista Joseph L. Galloway que participou na batalha, escreveram o livro “We Were Soldiers Once…And Young”  que descreve a batalha. Em 2002, Mel Gibson estrelou o filmes: “Fomos Heróis” que é baseado no livro e uma narrativa da primeira parte da Batalha de Ia Drag.

Nova Doutrina de Combate

Local do Desembarque

Baixas Americanas

Muitos Feridos

Oficial morto em combate

Primeiro Prisioneiro de Guerra - "Há 4 batalhões aqui loucos para matar americanos"

  1. Francisco Bendl
    05/05/2012 às 9:12 PM

    A Guerra do Vietnã foi transmitida ao vivo como se fosse um programa de televisão.
    O mundo viu estarrecido os horrores de uma guerra, o sofrimento, as perdas humanas e materiais.
    A Indochina, como os franceses a chamavam, foi a reedição dos palcos japonês e coreano onde os americanos se digladiavam com o comunismo e seu alastramento pelo mundo.
    Havia algumas peculiaridades e cuidados que os americanos deveriam ficar atentos: a China que observava este embate e o russos, que abasteciam com suas armas e foguetes os norte-vietnamistas.
    Os Estados Unidos deram a cara para bater, e apanharam, foram derrotados fragorosamente em todas as frentes de batalha.
    A começar por eles mesmos com parte do país não querendo o envolvimento nesta guerra e poucos a apoiando, surgindo vários protestos pelos Estados Unidos, alguns violentos, inclusive, contra esta campanha absurda.
    Coincidiu que a Guerra no seu apogeu, 1.968, tivesse vários outros fatores a aumentar-lhe a gravidade: o mundo estava em revolta. França, Itália, assassinato do Robert Kennedy, de Martim Luther King, protestos generalizados de estudantes, e a Ofensiva do Tet, o Ano Novo Lunar, que pegou os combatentes americanos com as calças na mão!
    Somando-se a esta instabilidade política, os custos de uma guerra sem fim, que ocasionavam pesadas perdas de soldados aos Estados Unidos, além dos incapacitados e descartados pela sociedade e governo, que eram vistos como representantes de uma derrota que jamais seria aceita pelos americanos que, em decorrência, passaram a ser excluídos pela sociedade que os recriminava no comportamento adotado em combate.
    Drogas, desobediência hierárquica, erros grosseiros de estratégia, tática e políticos, uma intendência que não dava conta em atender os mortos e feridos, levar comida e munição, culminaram com os americanos serem enxotados do Vietnã em cenas levadas ao ar na hora para um mundo aparvalhado com o feito dos Vietcongs.
    Mais humilhante foi ver a superior qualidade do general comandante vietcong, Vo Nguyen Giap, a “raposa do Vietnã, que já havia derrotado Japão e França, em confronto com o parlapatão William Westmoreland.
    Sim, os americanos apanharam de taquara, confusos com os túneis construídos, com as armadilhas nas selvas do Vietnã, com o objetivo dos asiáticos em mais ferirem os soldados inimigos que matá-los, em razão da quantidade de pessoas que seriam envolvidas na retirada desses soldados colocados fora de combate!
    Desacostumados com uma guerra de guerrilhas, lutando em uma terra que não lhes pertencia, modos e costumes diferentes, cultura diemetralmente oposta, religião desconhecida, longe de suas famílias e abandonados à própria sorte, os Estados Unidos em 1.975, retiraram-se do sudeste asiático com o rabo entre as pernas na mais humilhante derrota que uma super potência havia sofrido ao longo da sua história!
    Mais de 52.000 mortos; cerca de 80.000 feridos; um prejuízo material incalculável; uma geração perdida de jovens que os americanos terão de amargar por muito tempo ocasionado pela soberba, mesmo com superioridade em homens e armamentos, mas faltou fundamentalmente, PATRIOTISMO, o lema de que esta terra é minha, e nela faço o que eu quero!
    Pois os vietnamitas mostraram ao mundo que nada supera a disposição de um povo, a sua determinação em escolher o seu próprio destino, a defesa de si mesmo!

  2. Raimundo Cesar
    27/03/2017 às 8:29 AM

    Chico, como todo bom comuna a sua tese está em 75% furada… o exército americano não perdeu uma unica batalha. De fato aquela foi uma guerra desgastante, na base de armas convencionais teríamos até hoje uma guerra.

    • 11/05/2017 às 8:04 PM

      Bem, não me considero “comuna”, nem “americanista”, caso não tenha percebido a proposta do BLOG é uma visão não ideológica. Em nenhum momento do artigo é relatado que EUA, apesar de consideráveis baixas, relata derrota, contudo, você estuda mesmo a Guerra do Vietnã? Sim, porque declarar que o US Army não sofreu derrotas é não conhecer todos os anos do conflito. Mas tudo bem, afinal, como não sou “comuna” nem “americanista”, quem sabe um dia não começo a postar aqui no apenas as derrotas americanas e norte-vietnamitas?

    • João Victor Gasparino
      24/10/2017 às 4:06 PM

      Que asno esse Raimundo Cesar, os EUA perderam quase todas as batalhas. Só conseguiam infligir baixas destruindo tudo em volta com napalm.

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