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Esses Esquisitos Ingleses

Ser britânico no início do século vinte não era nada fácil. O império de sua majestade passou de um Império absoluto nos séculos anteriores para concorrer com outras nações, se envolvendo em dois grandes conflitos na Europa territorial. Não por acaso, Keynes, afirmou que a Inglaterra agia como se não fizesse parte da Europa, sempre distante dos reais problemas políticos e sociais do território.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a insistência do Premier inglês Chamberlain na sua política de “paz a qualquer custo” deu uma boa margem para que Hitler tomasse gosto pela sua política expansionista. Quando a guerra era invitável, e a Força Expedicionária Britânica chega a França, alguns meses depois, tem que ser resgatada de volta para casa.

Rommel, quando lutou contra os ingleses no deserto, dizia que não acreditava que o britânicos abriam mão de perseguir suas tropas para tomar o seu chá da tarde. Mas nunca subestimou os ingleses, sempre admirou e foi profundo admirador dos súditos do Rei.

Não podemos deixar de comentar os uniformes estranho e os capacetes esquisitos do Exército Real.

Fotografia: Contando a Segunda Guerra Mundial – Parte IV

No início de 1940 ambos os lados planejavam suas operações. Os Aliados concluíram que uma ataque da Alemanha deveria ser respondido com um avanço em direção à Bélgica. Os belgas, contudo, estavam ansiosos por manter sua neutralidade e não pretendiam provocar Hitler, o que o impediu que os Aliados assumissem posições estratégicas adequadas.

 Enquanto isso, Hitler dava continuidade a seus planos de um ataque a oeste. Em 10 de janeiro de 1940, informou seus generais de que o ataque iniciaria em 17 de janeiro de 40. Nesse ponto, o destino interveio: uma pequena aeronave alemã transportando dois oficias com os planos detalhados para a invasão dos Países Baixos perdeu o rumo e fez um pouso de emergência na Bélgica. Os planos não foram destruídos e Hitler, tendo presumido que estes haviam sidos comprometidos, adiou o ataque, sem saber que, para os Aliados, os planos eram meramente uma distração.

 No início de março, os detalhes da invasão foram mudados novamente, os generais Gerhardt von Rundestedt e Erich von Manstein sugeriram um ataque através das Ardenas, um território de florestas densas e considerado amplamente inadequado para os blindados. De fato, os Aliados consideravam bem implausível que a força principal do ataque inimigo viesse daquela direção.

Como era esperado que em 1940 continuasse sem nenhuma ação significativa em terra, alguns observadores sugeriram que Hitler blefara por tempo demais, permitindo que os britânicos e franceses reforçassem suas posições ao longo da provável linha de ataque alemão. Em 05 de abril, Neville Chamberlain proclamara que Hitler “perdera o ônibus”. Três dias depois, os alemães invadem a Noruega.

 Noruega

 Apesar de declarar neutralidade, e Noruega tinha clara importância estratégica. Os suprimentos alemães de minério de ferro sueco passavam pelo porto norueguês de Narvik, enquanto no país permitiriam que a Alemanha lançasse ataques aéreos contra o norte da Grã-Bretanha, além de propiciar ancoradouros para operações marítimas.

 Em 27 de janeiro, Hitler já havia esboçado os primeiros planos para a invasão da Noruega, ao mesmo tempo em que os Aliados procuravam uma maneira de interromper o fornecimento de minério de ferro aos alemães. Em 16 de fevereiro, o destróier HMS Cossack, após persegui-lo até um fiorde norueguês, abordou o navio de transporte alemão Altmark, libertando prisioneiros de guerra que este transportava (capturados de embarcações afundadas pelo Graf Spee). Os noruegueses protestaram contra a violação de suas águas territoriais, porém suas reclamações foram refutadas. O governo britânico ressaltou que a embarcação alemã entrou em águas norueguesas primeiro, deixando claro que a marinha britânica agiria quando as autoridade norueguesas não estivessem preparadas para fazê-lo. Hitler, então, convenceu-se de que não poderia confiar nos noruegueses para fazer frente aos britânicos.

 Em 28 de março de 1940, os britânicos e franceses concordaram em minar as águas da Noruega para impedir o tráfego de embarcações alemães. A decisão foi anunciada em 05 de abril, no mesmo dia em que Chamberlain sugeria que Hitler perdera a chance. Na verdade, as ordens alemãs para a invasão da Noruega foram dadas em 02 de abril, sendo que a força invasora alemã foi avistada no dia 07. Dois dias depois, soldados alemães desembarcavam na Dinamarca e na Noruega. Copenhague cai em 12 horas e os dinamarqueses não têm opção senão se renderem em 10 de abril.

 Os alemães encontram mais dificuldade na Noruega: combates acirrados entre embarcações britânicas e alemães em águas norueguesas entre 10 e 12 de abril resultaram em diversas perdas para os alemães. Tropas britânicas desembarcaram em Harstad nas olhas Lofoten, em frente a Narvik, em 15 de abril. No dia seguinte, unidades francesas e britânicas desembarcaram em Namsos. Em 18 de abril, tropas britânicas chegam a Aandalesnes. O plano era que as forças em Namsos e Aandalesnes se reunissem e tomassem Trondheim. Todavia, o comandante em Aandalesnes é convencido a ajudar os noruegueses em Lillehammer, que estavam sendo repelidos por pesado fogo alemão. Isso faz com que o contingente em Namsos, menos forte que o esperado, não possa rumar para Trondheim. No decorrer da semana seguinte, os alemães contra-atacam na Noruega central e empurram os Aliados de volta para Aandalesnes. Em 26 de abril, o Supremo Conselho de Guerra Interaliado concluiu que todas as forças devem ser evacuadas da Noruega. A evacuação é completada em 03 de maio e os Aliados avançam para Narvick. Ao final da terceira semana de maio, a estrada para Narvick está aberta. No fim do mês, as tropas alemães baseadas ali estão com poucos suprimentos e à beira de um colapso. Em 28 de maio, os Aliados lançam um ataque final e tomam Narvick. Contudo, durante o avanço sobre a cidade, a situação estratégica muda: os alemães haviam invadido a Bélgica e a Holanda em 10 de maio, fazendo com que a Noruega parecesse ser bem menos importante. Os Aliados decidem, então, por uma evacuação, que é lavada a cabo entre 03 e 08 de junho. A tragédia final da campanha aconteceu no último dia, quando o porta-aviões HMS Glorious foi afundado com quase toda a tripulação.