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Posts Tagged ‘segunda guerra’

Stálin – Exemplo de Ditador Sanguinário

Joseph Stálin sem sombra de dúvida foi um dos maiores genocidas que já passaram pela terra! Com sua ascensão ao poder em 1922, adotou uma política ditatorial que, abertamente, caçava seus opositores e matava seu próprio povo em uma escala jamais vista pelos próprios soviéticos. Em nome da Revolução, matou concorrentes dentro e fora do País, como Trotsky (Conheça mais sobre a Trotsky) .

Quando eclodiu a guerra, o velho georgiano se aliou a Hitler na primeira oportunidade e, posteriormente, ao ser atacado durante a Operação Barbarossa, se aliou aos seus antigos inimigos. Durante o desenrolar da Guerra pela Pátria Mãe, Stálin não hesitava em executar generais que desobedeciam suas ordens ou deixar seu povo para trás quando as tropas inimigas tomavam as cidades soviéticas.

No final das contas, não estamos colocando em check a ideologia que culminou na Revolução Russa, mas no personagem histórico que, comprovadamente, dizimou seu próprio povo durante quatro décadas.

Quer saber mais Stálin? Stálin: Ditador, Fato!

Hitler era mesmo Vilão?

Curiosidades:

 Stálin adotou esse nome após a Revolução. Durante sua juventude em Tiflis era conhecido como “KOBA” em homenagem ao protagonista do romance Robin Hood, de 1883, esse era seu codinome favorito ao longo de sua vida revolucionária. Entre os mais próximos, o futuro líder da URSS, era conhecido como “SOSO, uma forma diminuta georgiana para Ioseb (Joseph). Alguns historiadores sustentam que a palavra em georgiano antigo para “aço”, o que leva a crer a escolha de Stal (aço) com o sufixo possessivo russo IN, ou seja Stálin. Os bolcheviques alteram seus nomes dessa forma, incluindo LÊNIN.

Ninguém sabe ao certo a data de nascimento de Joseph Stálin. Iosif Dzhugashvili, nome de batismo do futuro ditador soviético, segundo registros encontrados na Igreja Uspensky, Gori, Georgia, nasceu no dia 06 de dezembro, contudo, confunde-se com 18 de dezembro de 1878. O próprio Stálin deixou seu currículo no início do século XX com 18 de dezembro. Mas Stálin é STÁLIN e, em 1922, quando assumiu o poder, alterou a data de seu aniversário para 21 de dezembro, para que a União Soviética pudesse celebrar.

Stálin escrevia cartas curtas para sua mãe. Ela, na velhice, perguntou para Stálin: “Quem você agora?”, ele respondeu: “Lembra do Czar?” – “lembro”, respondeu ela. “Eu sou como o Czar”. Ela finalmente responde: “Seria melhor se fosse padre!”.

 

 

 

Crimes de Guerra durante a Segunda Guerra Mundial: Vencidos e Vencedores!

Importante que se estabeleça um princípio importante sobre a Segunda Guerra Mundial: não havia “mocinhos” na Segunda Guerra Mundial! Não era uma guerra do “bem” contra o “mal”, foi a degradação da humanidade. Embora devamos enaltecer os esforços e os sacrifícios de toda uma geração que lutou instintivamente para sobreviver, sejam combatentes ou civis, mas não podemos enaltecer a guerra em si. Guerra é exatamente isso: Guerra! Isso quer dizer que TODOS os seus partícipes irão se desgeneralizar de uma forma ou de outra até perder a noção do bem e do mal; perder a sua própria humanidade.

Nesta linha, publico aqui a opinião de um pensador gaúcho que sempre tem contribuído com opiniões centradas, Chico Bendl. Sua opinião reflete alguns pontos que também consideramos essenciais para que a História, enquanto ciência, cumpra seu papel, quando no estudo da Segunda Guerra Mundial, o qual listamos abaixo:

  1. A Ciência História deve estar acima dos Vencedores;
  2. Ela evolui e deve contemplar uma revisão dos Fatos em ato contínuo (Revisionismo);
  3. O Revisionismo Histórico deve acrescentar perspectivas sobre os Fatos Históricos, mas com equilíbrio e sem ser objeto de manipulação dos historiadores;
  4. A Ideologia do historiador deve sucumbir a Fatos Históricos. A visão do historiador não pode influenciar na análise destes mesmos fatos;
  5. Como condiz a todo cientista, não existe verdade absoluta, existem evidências científicas que nos levam a um veredicto, portanto, cabe ao historiador trazer a luz as evidências que nos levam a verdade, mesmo que esta seja temporal.

Comentário de Francisco Bendl

A minha grande indagação diz respeito às razões pelas quais um povo se lança em guerra contra outros porque assim determinou o seu presidente ou líder político!

Milhões morrem por capricho de déspotas ou títeres, que não têm qualquer consideração pela espécie humana, a aniquilam através de crueldades indescritíveis.

Não consigo entender por mais que eu leia sobre a Segunda Guerra Mundial, que o povo alemão, culto, inteligente, de tradições e costumes refinados, tenha obedecido cegamente a Hitler, e ocasionou o maior conflito da história da Humanidade!

Da mesma forma repudio os ataques atômicos a Hiroshima e Nagasáki, igualmente a carnificina absolutamente desnecessária com o bombardeio aéreo em Dresden, matando milhares de civis criminosamente.

Lamento profundamente ter havido apenas o Julgamento de Nuremberg, condenando os nazistas, pois paralelamente a este tribunal deveria haver aqueles que julgassem os crimes de guerra cometidos pelos aliados, que não foram poucos, incluindo os japoneses pelo que fizeram na China e com os americanos nas batalhas pelo Oceano Pacífico.

E se quisessem de fato punir o genocídio da última guerra mundial, então que os italianos se sentassem também na cadeira dos réus quando invadiram a Abissínia, em gesto tresloucado pelo fascista Mussolini.

Desgraçadamente, a história é escrita pelos vencedores, que os isentam de culpa pelas atrocidades praticadas, e deixando desta maneira um espaço enorme à punição daqueles que liberaram seus monstros dentro de si, que soltaram as bestas escondidas em suas mentes, e macularam o ser humano a tal ponto que animal algum na face deste planeta é tão brutal e cruel quanto ao bicho homem, na verdade o lobo da própria espécie, conforme sentenciado por Plauto (254-184) em sua obra Asinaria.
No texto se diz exatamente: “Lupus est homo homini non homo”. Foi bem mais tarde popularizada por Thomas Hobbes, filósofo inglês do século XVII.

O mais angustiante é que os exemplos da Segunda Guerra não foram suficientes para aplacar a ira incontida no ser humano, pois de 1.945 até 2016, 71 anos se passaram, e jamais tivemos na história tantas guerras, revoltas, revoluções, como as registradas nessas sete décadas, gerando fome, miséria, injustiças, calamidades, torturas, sofrimentos à humanidade, e sem que se discuta um fim para tanta morte ou qualquer atitude para minimizar as vidas ceifadas.

Dresdem foi um dos tantos exemplos de bestialidade, que de nada serviu para a consciência do animalesco homem!

Série Desvendando Adolf Hitler – Apresentação

              Quem não conhece Hitler? Qualquer jovem que passa pelo Ensino Médio deve, indiscutivelmente, conhecer o principal personagem da Segunda Guerra Mundial. Adolf Hitler é a figura mais presente nos estudos históricos do século XX e continuará a ser, sem sombra de dúvida, por centenas de anos. Mas quem é de fato Adolf Hitler? Quem era Hitler, antes de Hitler? Ele tinha o sangue judeu? Como ele chegou a ser o Fürher da Alemanha? Como ele chegou ao apogeu do sucesso político e militar e, pouco tempo depois, cravou um tiro na cabeça encerrando sua existência? Teria ele morrido realmente naquele bunker em abril de 1945? Hitler fez alguma coisa boa para a humanidade? O messias alemão de sua época ou a besta encarnada? São perguntas que balizam a pesquisa e não as respostas.

                Toda a composição histórica desse personagem possui centenas e centenas de variáveis e interpretações, que foram exaustivamente estudadas por dezenas e dezenas de pesquisadores, mas muita ideologia do pós-guerra tornou a imagem histórica do austríaco de bigode engraçado turva e sem a transparência exigida pela ciência. Contudo, passado 70 anos do fim do conflito, uma nova geração de pesquisadores tem provido substanciais pesquisas sobre a figura de Hitler, desprovida do ideologismo faceiro dos vencedores da Segunda Guerra Mundial. O mito da besta bíblica encarnado passa a dar lugar à figura histórica que foi produto do seu tempo.

                Levando em consideração todos os elementos que compõem a recente visão histórica de Hitler, vamos criar um Especial Semanal sobre Adolf Hitler, desde sua infância como filho de um funcionário alfandegário, passando pela sua tentativa de ganhar a vida em Viena; seu alistamento no Exército até o início de sua carreira política, ascensão e queda. Nosso objetivo, bastante audacioso, diga-se de passagem, é considerar Hitler enquanto figura histórica, desprovida de qualquer tipo de motivação ideológica ou política para defender ou condená-lo. Deixaremos para você julgá-lo de forma definitiva.

                Todo sábado, uma publicação sobre Desvendando Adolf Hitler:

  1. Desvendando Adolf Hitler: O garoto da mamãe!

Treinando para o Dia D – Fotos Coloridas.

  A máxima da infantaria sempre será: “Treinamento difícil, combate fácil”. Para realizar uma operação nunca antes imaginada, esse jargão fora o principal motivador para o início da Operação Overlord, mas conhecida como o Dia D. Desde o final de 1943 milhões de soldados, aviados e marinheiros treinaram a exaustão aquela que seria a maior operação anfíbia da guerra até aquele momento. Os Aliados queriam desembarcar na Europa ocupada nas primeiras horas da invasão 200 mil homens e uma quantidade de equipamento descomunal. Para tanto, seria necessário empreender na doutrina e na disciplina da tropa para que todos os níveis de comando pudessem entender e executar todas as missões previstas para alcançar os objetivos. Não havia margem para erros, pois as falhas iriam ser cobradas com vidas. Por isso, meses após meses, todos os militares envolvidos treinavam a exaustão suas missões. De operações de desembarque a escaladas em montanhas, como foi o caso da Ranges na Pointe du Hoc. Além dos treinamentos das divisões aerotransportadas e de ataques de pequenas unidades de infantaria, missões específicas dos paraquedistas britânicos e americanos.

  Evidentemente que nenhum treinamento se compararia ao cenário de horror que esses jovens seriam submetidos, como foi o caso em Omaha Beach, pois, como diria o próprio comandante Supremo da Força Expedicionária Aliada, General Eisenhower : “Todos os Planos de Guerra se encerram quando a Batalha começa[…]”

 Segue uma excelente galaria desses treinamento de todas as Forças envolvidas no Dia D com fotografias coloridas:

História do Brasil: 70 de Anos do Embarque do 1º Escalão da FEB

Em 02 de julho de 1944 iniciava a trajetória de uma das mais importantes atividades militares desse País. A Força Expedicionária Brasileira  deixava o Brasil rumo ao Teatro de Operações da Itália. A FEB foi a única tropa Latino-Americana a atuar em um Teatro de Guerra.

 Uma pergunta incômoda: Nossos livros didáticos fazer alguma alusão a isto?

 Hoje estaremos publicando um material importante para a História de nossos País e para que as pessoas saibam que homens foram enviados como legítimos representantes do nosso Brasil e, no mínimo, deixaram parte de sua juventude nos campos de batalha.

Esse depoimento foi escrito pelo então Coronel Floriano de Lima Brayner, Chefe do Estado Maior da Força Expedicionária Brasileira, e nos mostra um fato curioso sobre o Embarque do 1º Escalão para a Itália.

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O General Mascarenhas de Morais desencadeou a operação “embarque” que importava lançar o Grupamento nº 1 (1º R.I.) para Santa Cruz, onde estacionaria como se estivesse embarcado; o Grupamento 11º (11º R.I.) para o Recreio dos Bandeirantes, com o mesmo objetivo: finalmente, o Grupamento nº 6 (6º R.I) para o embarque real.

Vinte e quatro horas depois entrava no porto do Rio de Janeiro o poderoso transporte “General Mann”, super-artilhado, com alojamento para 6.000 homens. Atracou no Armazém 2 do Cais do Porto, abriu os portões do embarque, e às 21 horas dessa jornada de 30 de junho*  começou a “engolir” os 6 mil homens do 1º Escalão de Transporte. Mascarenhas, cuja bagagem já estava embarcada, presidiu todos os detalhes da operação, com serenidade e a costumeira energia. Como Comandante da Área de Embarque, eu o assessorava em todos os momentos.

Presentes e extremamente atentos, dois generais americanos, vindos especialmente para presenciar o embarque, eram assessorados pelo General Kröner, Adido Militar dos Estados Unidos. Em dado momento, algo inesperado aconteceu: uma patrulha de Fuzileiros Navais que fazia a Segurança da Área de Embarque, encontrou um soldado expedicionário escondido. Leva-o imediatamente à presença do Grupo de Autoridades presentes, com grande desgosto para o nosso Comandante que não teve meias-palavras para invectivar aquele que considerou o desertor nº 1 da F.E.B. O homem ouviu a torrente de insultos de cabeça baixa, sem esboçar a mínima reação. A mesma patrulha levou-o até a escotilha de embarque, entregando-o ao oficial que fiscalizava a entrada dos homens. Algum tempo passado, uma escolta de bordo bem à presença das autoridades, com o pretenso desertor, declarando, de Ordem do Ten.Cel. Motta, que dirigia a operação dentro do navio, que o homem não pertencia a nenhuma das unidades embarcadas! Surpresa Geral. Emoção. A informação dizia  que o homem não era tipicamente um desertor. Ao contrário; ele estava ali para tentar o embarque como clandestino, de vem que a sua unidade – Um Grupo de Artilharia – estava na Vila Militar e só embarcaria no 2º Escalão.

E porque esse interesse em seguir com o 1º Escalão?
Simplesmente por motivo sentimental. Um companheiro e conterrâneo da cidade mineira, amigo de família, seguia no 1º Escalão.
Ao partirem de sua cidade para se incorporarem à F.E.B. trocaram juramentos perante seus pais, de que zelariam sempre, um pelo outro. Naquele momento, quando as circunstâncias iriam os separar – um seguia no 1º Escalão, enquanto a unidade do outro permaneceria no Rio, o peso do juramento prevaleceu, e ele aproveitaria a confusão dos últimos momentos e entraria no navio, para esconder-se e só aparecer quando estivesse ao largo e aceitassem o fato consumado, de um clandestino que não seria devolvido. Um plano simplista, ingênuo e convincente. Os Chefes militares reunidos ali, ouviram-no conta com desembaraço, a proeza frustrada e, mais do que isso, o apelo veemente, em tom dramático, para que o deixassem seguir com seu companheiro, da cidadezinha mineira. O Gen. Mascarenhas que tivesse expressões candentes ao classifica-lo como 1º desertor da F.E.B., só faltou-lhe pedir desculpas, censurando-o, todavia por ter permanecido silencioso quando verdadeiramente insultado e ofendido nos seus brios.

Afinal de conta o homem era mais herói do que covarde!

Fonte: Brayner, Floriano de Lima –  Recordando os Bravos, Civilização Brasileira – São Paulo, 1977.

* O Embarque de fato ocorreu de 30 de junho, ficando embarcado no porto até 02 de junho, quando houve a solenidade de partida com a presença do Presidente Vargas.

Os Comboios

Foram ainda transportados por via aérea, 44 médicos e 67 enfermeiras, totalizando 25.334 participantes da Campanha da Itália.

            Considerando a possibilidade de ataques por submarinos alemães, a travessia do Atlântico e do Mediterrâneo, foi cercada de um rigoroso dispositivo de segurança, do qual participou também , a valorosa Marinha brasileira.

            O transporte foi feito pelos navios americanos “General Mann” e “General Meigs”, comboiados por destróiers da nossa Marinha e navios de combate americanas até o Estreito de Gilbraltar. Essa medidas de segurança foram completadas com as bombas de profundidade dos nossos destróiers, com o próprio armamento dos transportes de guerra e o contínuo funcionamento do radar e dos aviões existentes nos cruzadores americanos da escolta. Apesar de todo este aparato de segurança, eram diários os exercícios de alarme para abandono de navio e obrigatório o uso permanente de coletes salva-vidas, as regras de segurança impuseram também, o escurecimento

 do navio durante a noite.

            A partir do Estreito de Gibraltar, a escolta foi feita somente por navios americanos e ingleses, dispondo inclusive, de permanente cobertura aérea.

            A entrada do “General Mann” no mediterrâneo, se revestiu de grande solenidade, tendo o Comandante do navio, o Capitão Paul Maguire, dirigiu à FEB, uma entusiástica saudação, ao qual extraiu-se este trecho: “ Brasileiros! Sois a primeira força sul americana que deixou seu continente para combater em ultramar, com destino ao Teatro de Guerra Europeu, constituindo um novo Exército de homens livres que se vem a juntar a tantos outros na luta pela liberdade dos povos oprimidos. Quem poderá avaliar da suprema importância que podereis representar nos campos de batalha? Não a primeira vez na História, que a adição de alguns homens, em determinado setor de luta, fizesse pender definitivamente para eles o fiel da balança e os louros da vitória”.

            Em resposta assim se expressou o General mascarenhas de Morais: – “Senhor Comandante! Conduzistes as primeiras tropas terrestres sul americanas através do Atlântico; ides fazê-las penetrar no Mediterrâneo e depois entregá-las ao Teatro de Guerra no Sul da Europa. A minha Pátria está vivendo assim, o ciclo da grande e gloriosa Pátria de Washington. Colonizados e vitalizados pela civilização europeia, somos as Nações do Hemisfério Ocidental mais identificadas na defesa do patrimônio da Humanidade em terras americanas e, em muito em breve, nos campos de batalha da Europa. E esta identidade de destino de dois povos unidos por tão alevantada aliança, traduz-se no entrelaçamento de nossa bandeiras no Mediterrâneo, no próprio berço da civilização cristã, que hoje engrandece os Estados Unidos e o Brasil. Unidos na América e sobre as águas do Atlântico, seremos na Europa também irmãos do mesmo ideal”.

            A primeira missão da Marinha Brasileira chegara ao fim comboiando o 1º Escalão até o Estreito de Gibraltar. Nesta ocasião o General Mascarenhas de Morais transmitiu a seguinte mensagem telegráfica ao Capitão de Mar e Guerra Antônio Alves de Câmara Júnior, Comandante da Frota brasileira: “ – Em nome dos brasileiros que partem para a linha de frente, a fim de continuar o glorioso trabalho de nossa Marinha na defesa de nossa soberania, apresento minhas despedidas: gratíssimo pela vossa proteção contra os submarinos”.

            Em seguida, recebeu o General Mascarenhas de Morais a seguinte resposta: “Os representantes da Marinha do Brasil tiveram a grande honra em comboiar vossa Forças e fazem votos de todo o sucesso para maior glória das Armas brasileiras.”

            Em todos os escalões, estabeleceu-se as mesmas medidas de segurança durante a viagem

marítima.

Fotos Coloridas da Segunda Guerra – Impressionante!

A Segunda Guerra Mundial deixou um acervo fotográfico vasto e ainda não totalmente esgotado. A grande maioria dos registros fotográficos, claro, em preto e branco, apesar da qualidade e do charme característicos, deixam a desejar quando é representar a realidade dos cenários. Principalmente para uma geração acostumada com os megapixels nas alturas.

Para minimizar essas faltas tecnológicas, alguns técnicos tem se desdobrado para aplicar cores digitalmente às imagens ao acervo da Segunda Guerra. Alguns, é verdade, não tem obtido êxito, pois muitas fotos perdem a naturalidade, contudo outros têm impressionado pela qualidade e pela realidade dos cenários. Vale a pena conferir.

Serviço de Intendência. Onde a Vitória ou a Derrota Inicia!

Quando falamos em guerra, ou mais especificamente sobre a Segunda Guerra Mundial, logo alguém se levanta e fala sobre a revolução da guerra na utilização de blindados ou a importância da artilharia como força intimidadora nos campos batalha, ou até mesmo as novas formas doutrinárias para aplicação da infantaria. Mas, nenhuma outra arma ou serviço, passou a ser tão importante para o contexto de grandes operações militares, quanto o emprego da Intendência. O Serviço de Intendência Militar é o mais importante elemento para o contexto de uma guerra. A partir dela e para ela, os exércitos se configuram nos campos de batalha. Seus soldados, com as mais diversas qualificações profissionais que o Serviço exige, são empregados em áreas tão diferentes, tão distintas, que o conjunto destes, pode determinar o resultado de uma guerra.

A Alemanha quando se aventurou pelo vasto território russo, sabia que a sua logística seria o fato preponderante para a vitória ou para derrota. Erich von Manstein, alegou que a Wehrmacht deveria alcançar esmagar o inimigo em algumas semanas, do contrário, estaria enfadado ao fracasso, dado as linhas de suprimentos estarem fragilizadas. Neste mesmo contexto, quando Liddell Hart, historiador do Exército Inglês, perguntou a Wilhelm Guderian quais os motivos da derrota da Alemanha na União Soviética, ele, criador da doutrina do emprego de blindados Segunda Guerra, apontou para o Serviço de Intendência, que não fora capaz apoiar de perto as tropas mais avançadas.

Os Oficiais da Força Expedicionária Brasileira, ao chegar ao Teatro de Operações da Itália, foram matriculados em um estágio de combate, em um dos centros de treinamento Aliado. Ao final do estágio, o Coronel americano, comandante do Centro, solicitou a presença do General Mascarenhas de Morais, acompanhado do Coronel Lima Brayner, Chefe do Estado Maior, que registrou a conversa em suas memórias. “General”, disse o Comandante do Centro, “Os seus oficiais são extremamente dedicados e com grande vocação à liderança”. Chamou um dos Oficias que estava em forma e começou a inspecionar o militar brasileiro. “Mas esse material que eles estão usando é de péssima qualidade. Esse sapato, não aguentará mais do que alguns dias na linha…Esse capa, não tem nada de impermeável…Seus uniformes não são apropriados para esta guerra, General….”. A FEB, no primeiro contato na Itália, já tinha a certeza que seu Serviço de Intendência, teria que se superar.

Este Artigo é dedicado ao Presidente da Associação dos Oficiais da Reserva do Recife (AORE) 1º Tenente Int. Rogério Vasconcelos Júnior aos Alunos e instrutores do Curso de Intendência do CPOR/Recife e ao Aspirante  Int. Torreão do 7ºDSup, neto do Veterano da Força Expedicionária Brasileira Rigoberto de Souza.

Amanhã, 17/abril, publicaremos um artigo sobre o Serviço de Intendência da FEB.

Superioridade de Raça Não é Uma Invenção Nazista

Muito se fala sobre a Segunda Guerra Mundial e muito se estuda esse evento, contudo não para a História como Ciência, mas importante do que o evento em si, é o contexto em que esse evento se enquadra dentro de um aspecto mais amplo. Por exemplo, Hitler não inventou a superioridade das raças, esse aspecto particular do Nacional-Socialismo foi criado a partir de teorias científicas aceitas como a teoria da Eugenia defendida como ciência pelo antropólogo inglês Francis Galton em 1883, baseada na melhoria das qualidades inatas de uma determinada raça. Segundo artigo publicado na Revista História da Biblioteca Nacional:

– Na afirmação de Galton, os cérebros de uma “raça-pátria-mãe” encontrava-se, sobretudo em suas elites, e aí se deveria concentrar a atenção e os esforços para o aprimoramento. Seria estatisticamente “mais proveitoso” investir nas elites e promover “melhor estoque do que favorecer o pior”

Outro aspecto que definiu e moldou o pensamento científico sobre o tema é do francês Arthur de Gobineau (1816-1882), em seu “Essai sur l’inégalité des races humaines” (Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas) de 1853, supôs que a raça indo-europeia seria a ancestral de todas as classes dominantes da Europa e da Ásia Ocidental, sobretudo da nobreza francesa da qual ele alegava ser descendente.

A partir das observações postas, podemos afirmar que muitos dos pensamentos sobre superioridade de raça não foi novidade exclusiva dos alemães, mas o Nacional-Socialismo inovou na implementação de políticas governamentais para exterminar outras etnias.

O entendimento da Segunda Guerra Mundial vai muito além dos aspectos militares. Entender esse evento cataclísmico com profundidade nos oferece um quadro exato do cenário geopolítico do mundo contemporâneo.

Ataque de Infantaria na Primeira Pessoa – Segunda Guerra

 Um vídeo muito interessante produzindo com o objetivo de tornar a pessoa que assiste um participante da ação de um pequena grupo de combate contra uma guarnição da Wehrmacht. Muito legal!

Guerra no Deserto: Relatos da Afrika Corps

Hans Klein nasceu em 1921, era marceneiro antes de entrar para a Divisão Hermann Göring da Luftwaffe em 1942. Enviado para a África, serviu no Afrika Korps entre 1942-43, onde alcançou o posto de cabo.

No inicio de 1942 eu fui recrutado para servir na Força Aérea (Luftwaffe), na Divisão Paraquedista Hermann Göring.
Diferente do que costuma ser publicado, a Divisão não era integrada por voluntários, na verdade éramos diretamente recrutados ou transferidos de outras unidades, e eu nunca conheci algum voluntário na nossa companhia. A Divisão Hermann Göring era uma unidade fantástica, e foi uma honra servir em suas fileiras.

Nossa Divisão teve um bom programa de treinamento, e era uma unidade sólida e orgulhosa. Eu fui enviado a Utrecht, na Holanda, para treinamento, mais especificamente, para ser estafeta. Além da instrução militar, aprendi a dirigir diversos tipos de motocicletas e veículos, além de aprender auto-mecânica e elétrica.

Lamento dizer isto mas muitos dos homens na minha Divisão achavam que o Marechal da Força-Aérea Hermann Göring era um fanfarrão. No início da guerra ele fez a estúpida afirmação de que se algum avião inimigo alcançasse Berlim ele mudaria o seu nome para “Meier”, e desde então nós o chamávamos de Hermann Meier em nossas conversas.

A primeira campanha em que eu estive envolvido foi a ocupação do território de Vichy, na França, em novembro de 1942. Não houve qualquer resistência e prosseguimos em direção ao sul até a cidade de Cognac, que é uma das mais belas cidades na França.

No final de 1942 a situação no norte da África era crítica, e foi decidida a criação do Grupo de Combate (Kampfgruppe) Schmidt, formada com elementos da Divisão Hermann Göring. Fomos transportados via aérea para a área de Nápoles, na Itália, e depois para a África, em aviões de transporte Junkers-52. Estes aviões eram lentos mas bastante robustos. Voamos rente ao nível do mar, entre 7 e 15 metros de altura, por sobre as ondas, esperando que não acontecesse algum problema mecânico. Tivemos a escolta de alguns caças e fomos afortunados por não acontecer nenhum incidente durante a viagem. Chegamos a Túnis e eu assumi o meu posto de estafeta. Lutamos e participamos de várias batalhas durante meio ano, até que a luta cessou na África.

Em um dia típico na África havia a constante troca de tiros da artilharia na maior parte do dia, mas não mais que 50 ou 60 tiros em ambas as direções. Apenas o suficiente para deixar o outro lado perturbado. Nós continuamente nos protegíamos pois estávamos muito próximos da linha de frente. Estávamos freqüentemente juntos aos observadores avançados, que não estavam a mais que 700 metros das linhas inglesas. Na metade do tempo fazíamos patrulhas na terra de ninguém, mas nossas atividades mudavam constantemente. Quando não estávamos patrulhando nós ficávamos nos nossos buracos, protegidos dos ataques aéreos. Usualmente recebíamos uma calorosa visita todos os dias.

Muita de nossa atividade era feita durante a noite. Nós colocávamos minas ou saiamos em patrulha. Se nos encontrávamos na linha de frente, o que acontecia na maior parte das vezes, recebíamos tiros de barragem do inimigo a cada 15 minutos. Na primeira oportunidade que tínhamos, procurávamos dormir, geralmente no final da madrugada.

Nossos suprimentos de comida, água e munição não eram adequados. Usualmente tínhamos falta de tudo. Deveríamos receber quatro litros de água por dia, mas na prática eram apenas dois litros para cada um de nós. Raramente tomávamos banho, a menos que estivéssemos próximo à costa do Mediterrâneo.

Em uma noite a minha moto foi pelos ares, atingida em cheio pela barragem. Não havia muito o que fazer. Supostamente a Divisão Hermann Göring era motorizada, e nós esperávamos que chegassem os veículos, mas os cargueiros em que estavam sendo transportados foram afundados no caminho e nós nunca recebemos os equipamentos.

As moscas eram um problema constante, e não tínhamos controle sobre elas, nuvens delas vinham sobre nossas faces e usávamos uma rede sobre a cabeça o tempo todo. Para comer o pão, algumas vezes, poucas vezes, tínhamos geléia ou carne enlatada, e devíamos antes retirar as moscas e rapidamente colocar o pão sob a proteção da rede, esperando que nenhuma tivesse entrado junto com a comida.

O calor durante o dia era tremendo, com média de mais de 40oC a sombra, era muito desgastante. A noite fazia tanto frio quanto quente era o dia, e tínhamos que vestir agasalhos para as missões noturnas.

O nosso comandante, o Marechal de Campo Erwin Rommel, foi o homem mais importante que já conheci. Ele era uma lenda para os soldados que lutaram na África, nós tínhamos um respeito e admiração natural por ele.

Eu o vi pessoalmente em várias ocasiões durante a minha tarefa de estafeta. Ele nunca me dirigiu a palavra, mas estar próximo a sua pessoa causava uma forte impressão. Nós sabíamos que em todas as decisões que ele tomava, sempre levava em conta a vida e a segurança de seus homens. Ele surpreendia o inimigo e encontrava uma maneira de manobrar em torno deles de forma a proteger os seus soldados. Esta foi a sua marca de galanteria na campanha da África.

Por problemas de saúde o Marechal passou o comando para o General Hans Von Arnim que era muito inteligente e ágil, mas não tinha o mesmo carisma que seu antecessor, e assim sentíamos como que afastados do seu comando. Havia uma grande camaradagem entre nós, os soldados do Afrika Korps, e a nossa moral era bastante elevada.

Por outro lado, os nossos aliados italianos passavam por uma série de dificuldades. Aos oficiais italianos sequer lhes passava pela cabeça dormir ou comer ao lado de seus soldados, em contraste, os oficiais alemães estavam sempre compartilhando das mesmas rotinas de seus subordinados, nós éramos muito unidos e isto nos dava um sentimento de orgulho. Isto continuou mesmo quando nos tornamos prisioneiros de guerra. Recebemos posteriormente a admiração dos jornais americanos pela forma “democrática” de integração do nosso corpo militar.

Tínhamos uma grande camaradagem com os italianos, mas dava pena de sua situação, se nossos suprimentos eram escassos, a deles era totalmente inadequada. A sua liderança além de inepta não providenciava a sua apropriada alimentação bem como o suprimento de munição e armamento adequados. Os italianos não tinham a mesma disposição de luta porque não tinham nada decente com que se defender. Os seus tanques não eram de segunda categoria mas sim de terceira. Os aliados tinham novos tipos de tanques entregues aos milhares e os italianos tinham que lutar com um modelo construído em 1928, eles não tinham a menor possibilidade de vencer. Se a pressão na batalha fosse muito grande eles simplesmente viravam as costas e desistiam. Preferiam mais ser capturados a lutar por um sistema que nunca lhes ofereceu nada.

Um dia ficamos face a face com quatro tanques americanos que entraram em nosso campo minado. Um deles estava atirando contra nós, e eu, num impulso, corri até ele e coloquei uma granada entre as suas lagartas. O som da explosão fez com que a equipagem saísse do tanque e se rendesse a nós. Pelo feito ganhei a medalha da Cruz de Ferro de 2ª classe.

Após a batalha de El Alamein nossa retirada foi constante, mas também organizada. Tínhamos sempre que estar com um olho nos italianos pois sua retirada podia se transformar em debandada, além disso os seus oficiais sempre queriam levar todas as suas coisas nos caminhões, incluindo ai as suas confortáveis camas, equipamento de cozinha, banheiros e apetrechos de luxo de toda natureza, enquanto isso nós levávamos apenas o estritamente necessário.

Em um determinado ponto estávamos cercados ao sul da Tunísia, próximo a cidade de Pond du Fahs. Durante três dias sofremos pesado bombardeio e não tínhamos força suficiente para quebrar o cerco, nossas chances de escapar eram muito pequenas, então fomos instruídos a destruir os documentos e nosso equipamento para evitar a captura pelo inimigo. Recebemos permissão para comer nossas rações de emergência, que eram reservadas somente para o último e desesperado momento. Ela contém comida desidratada e energética, e até barra de chocolate. Resignadamente esperávamos pela morte ou captura nos próximos minutos.

Felizmente fomos socorridos no último momento pela 10ª Divisão Panzer que furou o cerco e libertou nossas tropas. Continuamos então a retirada através da Tunísia. Em caminhões atingimos a cidade de Zaghouan, onde cerca de 25.000 soldados alemães, de diferentes unidades concentraram-se. Estas unidades estavam muito misturadas. Os combates diminuíram e apenas mantínhamos escaramuças para cobrir a retirada.

Em 11 de maio de 1943 eu estava junto com cerca de 5.000 soldados alemães em Zaghouan, que ficava localizado em uma montanha acerca de 600m de altitude, cobrindo a retirada dos demais. Os americanos estavam fazendo um bombardeio pesado sobre a cidade. Eles também lançavam folhetos de aviões dizendo que se não nos rendêssemos pela manhã a cidade seria bombardeada e destruída, mas claro, nós não nos rendemos.

Além das armas pessoais e morteiros, nós tínhamos cerca de 20 canhões de 88mm, o melhor canhão da campanha na África. Os americanos atacaram com cerca de 30 tanques, vindos de uma única direção, e cerca de 25 outros vindo de outra. Eu me lembro que tínhamos apenas 15 tiros por peça, então esperamos até o último momento para atirar. Os tanques estavam a apenas 300 metros quando abrimos fogo fazendo uma barragem incrível. Imediatamente entre 12 e 15 tanques foram pelos ares. Durante dois dias as carcaças arderam.

Recebemos ordem de recuar alguns dos nossos tanques que estavam desgastados e precisando de reparos Não tínhamos peças sobressalentes e mecânicos suficientes para recuperar todos. A situação no geral deteriorava-se a cada momento.

Pouco tempo depois perdemos o contato com o Quartel-General em Túnis e com o General Von Arnim. Estávamos concentrados ao sul da frente, mas na verdade não havia uma frente definida, éramos mais uma tropa presa em um bolsão. O bombardeio americano da manhã seguinte foi intenso e terrível, era o nosso fim. Recebemos ordem de destruir nossas armas. O comandante passou a ordem para nos concentrarmos em uma determinada região da cidade para a rendição final.

Não tínhamos nada para comer, nossas munições acabaram e apenas a água era ainda distribuída regularmente. Por volta das 08:30hs da manhã de 12 de maio de 1943 foi formalizada a nossa rendição, e não nos pareceu um fim muito dramático. Marchamos para fora da cidade de Zaghouan, os tanques americanos pararam perto de nós.

Os americanos nos colocaram em campo aberto, onde entramos em formação. Não tínhamos comida ou água, e ficamos assim por dois dias. Eles não tomaram a mínima atitude ou cuidado para conosco e o tempo estava muito quente. Pouco depois fomos entregues aos franceses, mais especificamente, aos homens da Legião Estrangeira. Ficamos muito apreensivos pois eles eram bem hostis em relação a nós. Fomos revistados e despojados de tudo que tínhamos. O tratamento que recebemos como prisioneiros de guerra foi terrível.

Por dois dias nos fizeram marchar até um ponto ao norte de Pond du Fahs. Um bom número de nós foi ferido pelos guardas da Legião durante a marcha até o campo de prisioneiros. Nós marchávamos em quatro ou cinco fileiras e, de tempos em tempos, os legionários vinham atrás em um caminhão puxando um cabo atado a um rolo de arame farpado e dirigiam em velocidade passando entre nós. Praticamente todos nós fomos feridos neste processo. Apenas aqueles que conseguiam ouvir a tempo os gritos e o barulho do veículo tinham uma chance de desviar, eu fui um dos poucos que conseguiu.

O campo de prisioneiros em Pond du Fahs media entre 300 e 400 acres, cercado por arame farpado. Éramos entre 12.000 e 14.000 prisioneiros no campo. Ficamos ao ar livre, os franceses não nos deram tendas ou pás para cavarmos buracos onde pudéssemos nos proteger do sol e do vento. Nunca recebemos qualquer tipo de material para fazermos abrigos.

Não recebíamos água com regularidade, tínhamos que dosar e economizar o precioso líquido. Imaginamos uma maneira de escapar mas não tínhamos ilusão pois não havia água ou comida na região, além disso estávamos bastante debilitados fisicamente, e não conheço nenhum prisioneiro alemão na Africa que tenha conseguido escapar.

Não demorou para surgirem centenas de casos de morte por inanição, falta de água e insolação. Cavei várias covas para enterrar os mortos. Éramos mais de 12.000 homens esquecidos no deserto, nem mesmo a Cruz Vermelha tomou conhecimento. Normalmente os prisioneiros são contados e colocados sob a proteção das leis internacionais, mas não para a Legião Estrangeira.

Após um tempo, entre seis e oito semanas, vários de nós fomos forçados a trabalhar na limpeza de campos minados. Aqueles que se recusavam eram fuzilados no local. Todos os dias cerca de 100 prisioneiros marchavam para os campos minados. Eu ouvia sempre nessas ocasiões três ou quatro explosões. Os franceses não forneciam qualquer tipo de equipamento ou ferramentas, muito menos algum tipo de orientação sobre o campo e as minas.

Esta rotina diária de retirada de minas durou três semanas. Sabíamos que os franceses tinham o mapa dos campos minados e a localização das minas, porém não forneciam qualquer informação.

Por volta de julho de 1943 fomos forçados a marchar por três ou quatro dias até um campo menor próximo de Túnis. A marcha até o campo foi feita em uma cadência muito lenta devido ao estado de fraqueza em que nos encontrávamos, muitos ficaram pelo caminho para nunca mais voltar.

Durante a marcha só recebemos água uma única vez. Os franceses trouxeram uma grande cisterna de água e simplesmente abriram todas as torneiras. Corríamos desesperados para poder pegar um pouco, não tínhamos nada além das mãos. A água tinha gosto de gasolina e corria para a areia onde formava poças que eram disputadas pelos homens.

O tratamento era intencional, com o objetivo de eliminar os mais fracos. O campo localizado próximo de Tunis ficava a cerca de 80 km de Pond du Fahs no deserto do Saara. Nada além de areia existia na região. Eu calculo que mais de 4.000 prisioneiros ocupavam o campo e a cada dia dezenas morriam de fome, privação ou doenças.

Nos períodos melhores recebíamos 1/4 de litro de água por dia e um naco de pão duro cheio de areia que batia nos dentes como se estivéssemos comendo pedra. Passávamos o dia pensando em comida e água. Improvisamos a construção de abrigos cavando um buraco do tamanho de um homem no qual colocávamos arbustos e argila utilizando a água que não era possível beber. Conseguimos algumas lonas e pudemos finalmente colocar uma proteção contra o sol abrasador.

Não tínhamos provisão de medicamentos e havia apenas um médico alemão no campo, mas ele não podia fazer muito sem instrumentos e remédios. Eu e meu amigo fomos escalados várias vezes para cavar covas rasas e enterrar os mortos. Não sei quantos corpos enterrei mas foi uma quantidade muito grande.

Aqueles que caiam de lado não recebiam qualquer atenção dos franceses e eram deixados para morrer. Após um tempo estabelecidos, os franceses ordenaram que todos se reunissem pois iriamos mudar de campo. Então ordenaram que empilhássemos as lonas e o material de abrigo em uma grande pilha, onde depois foi ateado fogo.

Quando estávamos prontos para marchar eles cancelaram a ordem e mandaram dispersar, vivemos então apenas dentro dos buracos, sem proteção contra o sol e o vento. Claro que foi proposital, com a intenção de retirar o pouco do abrigo que a custo conseguimos construir.

Em um determinado ponto eu entrei em uma espécie de estado de coma que durou mais de uma semana. Não tinha forças sequer para fazer as necessidades mais básicas. Sem hospital, apenas podíamos ficar deitados no chão ou nos buracos. Eu fui capturado em 12 de maio de 1943 e em setembro já tinha emagrecido mais de 40 kg.

Minha vida foi salva porque um major americano achou nosso campo por acidente. Este major tinha ligação com a Cruz Vermelha e com o controle dos prisioneiros de guerra, e resolveu averiguar o campo, descobrindo as péssimas condições em que nos encontrávamos. Uma centena de prisioneiros estavam inconscientes dos cerca de menos de 2.000 que ainda estavam vivos.

O Major voltou no dia seguinte com duas dezenas de ambulâncias e forçou sua entrada no campo francês, apoiado por uma centena de soldados americanos. O major selecionou entre 100 e 120 dos casos mais urgentes para hospitalização. Afortunadamente eu estava entre estes. Fui colocado em uma ambulância onde deram-me algo para comer. Fomos levados então para Tunis onde nos internaram em um hospital da Cruz Vermelha Alemã.

Pouco depois fomos levados para Casablanca para embarcarmos em um comboio que partindo de Oran se dirigia para os Estados Unidos. Havia seis ou sete navios carregados com prisioneiros alemães. Viajamos em um barco mercante e fomos dos primeiros prisioneiros alemães a embarcar para os EUA.

Desembarcamos em Nova York e depois fomos transportados em um trem confortável de passageiros, algo inédito pois na Alemanha os soldados eram transportados em vagões de carga.

Viajamos por quatro dias e três noites até o nosso destino em Tonkawa, Oklahoma, para um campo de prisioneiros cercado de arame farpado. Ficamos alojados em barracas com capacidade para 50 homens cada.

Durante o período em que estávamos prisioneiros fomos levados a ajudar vários fazendeiros da região na colheita e serviços diversos, no campo e nas cidades.

Quando a guerra terminou eu fui um dos afortunados que retornou para casa quatro semanas após a Páscoa de 1946. Após 1946 nem todos os prisioneiros retornaram diretamente para a Alemanha. Muitos passaram ainda um ano ou mais trabalhando na Inglaterra ou na França.

Fonte: World War II magazine – Setembro 2005. Compilado por Wolfgang Garlipp.

Melhores das Melhores Fotos da Segunda Guerra

Publicamos algum tempo fotografias coloridas da Segunda Guerra, mas nada comparada a essa galeria, pois a naturalidade das fotografias nos coloca como se a cena se desenvolvesse a nossa frente, neste exato momento. Uma viagem de volta no tempo.

A União Soviética Invade a Polônia e Ninguém Diz Nada!

A Segunda Guerra Mundial sempre será objeto de estudo de professores, estudantes, pesquisadores e entusiastas em vários aspectos, o motivo principal é que o período fascina pela complexidade.  Um repositório de fatos que se não for tratado com a devida clareza, dará margens para dúbias e constrangedoras inverdades históricas. De certo que nem sempre será possível atingir esta clareza, pelo contrário, as especulações e interpretações são ferramentas de estimulo ao estudo do período, mas é necessário critério e, principalmente, sensatez ao especular fatos, já que a ideologia contamina e torna tendenciosa a análise dos fatos relacionados a este conflito que permeia a mente humana há mais de 70 anos.

Não por acaso, a eclosão da guerra em setembro de 1939 foi apenas o estouro de uma bomba relógio ativada assim que o Tratado de Versalhes foi assinado. Falando sobre isso, Hans von Seeckt, um dos mais proeminentes militar da Alemanha e o idealizador da utilização de Blindados, declara: “aceitamos uma paz de 20 anos” (LIDDELL HART, 1980), e exatamente 20 depois, a guerra volta a assombrar o Velho Continente. Não poderia haver profecia mais segura.

01 de setembro de 1939 a Alemanha inicia a invasão da Polônia. Aviões alemães atacam a cidade polonesa de Wielun, matando cerca de 1.200 pessoas. São as primeiras vitimas de milhões que estariam por vir. A principal característica dessa invasão era a certeza de que a Alemanha estaria com as fronteiras da própria Polônia, a leste, assegurada por um esdrúxulo tratado de não-agressão com a União Soviética, portanto militarmente, já se estabelecia o cenário a ser imposto por Stálin e Hitler para a Polônia. O tratado colocava no mesmo lado inimigos naturais aquela altura. A União Soviética, poucos meses antes, tentaram um acordo com as potências ocidentais contra a própria Alemanha, mas que não foi estabelecidas graças as chamadas “zonas de influência” (frase muito utilizada durante o pós-guerra), e a liberdade da União Soviética de entrar com tropas em território polaco e nos Estados Bálticos, caso se sentisse ameaçada.

Em 23 de agosto de 1939 o Pacto Molotov-Ribbentrop é assinado e o mundo não entende como dois sistemas de governo antagônicos e de ódio mútuo poderiam agora selarem a paz. Mas a profundidade das negociações eram muito mais acentuadas do que a composição ideológica dos regimes. O tratado foi negociado já levando em consideração as áreas de influência (os aliados não aceitaram, mas o regime de Stálin e Hitler souberam negociar essas áreas), dividindo os países Bálticos, România e a própria Polônia a partir das intervenções militares que estariam por vir. E aconteceu!

 Quando a invasão teve início todos aguardavam uma resposta contundente da Inglaterra e França. A própria Alemanha mobilizou Divisões da Wehrmacht para a linha Siegfrield esperando uma ofensiva francesa que nunca chegou. No dia 03 de setembro, após o ultimado, a França e a Inglaterra declaram guerra a Alemanha. A batalha na Polônia prossegue e o Exército polonês tenta desesperadamente manter a defesa do país. O governo polaca clama pela intervenção dos aliados. A Inglaterra prepara um Força Expedicionária, enquanto a França não se entende quanto o emprego do seu Exército e resolve estacionar nas suas próprias fronteiras protegidos pela Linha Maginot.

O que realmente intriga e é objeto de questionamento por parte dos adeptos pró-Alemanha no estudo da Segunda Guerra, ocorre quando a União Soviética invade a Polônia dia 17 setembro, ou seja, 14 dias após a Declaração de Guerra contra a Alemanha, mas nem mesmo cessam as relações diplomáticas entre os aliados e os soviéticos.

Vamos argumentar alguns perspectivas para fornecer o cenário dessa situação inicial da guerra.

Primeiro a União Soviética sustenta que invadiria a Polônia para proteger os bielorrussos e ucranianos estabelecidos na fronteira russo-polonesa. Esse embasamento foi divulgado através de telegramas as embaixadas da Alemanha, Inglaterra e França1 em 10 de setembro, em seguida,  no dia 17, o governo da Polônia também é informado2. O que podemos observar é que, apesar de encobertar as suas verdadeiras intenções, o governo soviético tenta justificar a ação.

Enquanto a reação dos aliados frente a atitude soviética?

Politicamente o governo francês passava por um quase ridículo momento, e o presidente Albert Lebrun não conseguia um acordo nem mesmo para mobilizar seu exército. Uma declaração de guerra a União Soviética era injustificável politicamente e o governo francês não tinha condições internas para fazê-lo. Enquanto a Inglaterra mobilizou e enviou suas tropas para o continente, mas não poderia declarar guerra contra a União Soviética, tendo em vista que aquela altura não poderia contar com apoio francês. As justificativa soviética e as dificuldades de lutar contra dois grandes países por um Estado que, aquele momento, já não subsistia, era considerado como impensado. Tudo isso somado ao receio de Chamberlain de eclodir o mesmo cenário da Grande Guerra.

Do ponto de vista militar e político em nada acrescentaria a declaração de guerra, pelo contrário, o cenário diplomático ainda tentava atuar para evitar que o conflito se estendesse. Com isso, podemos concluir que, dado as condições da política interna da França e o perfil hesitante do Primeiro-ministro Chamberlain, é claro que a declaração de guerra contra os soviéticos foi cogitada mas nunca levado à cabo. Todos temiam que o guerra se estendesse, mas em 17 de setembro de 1939 aquilo já era inevitável.

1. The Avalon Project, Yale Law School. Supostamente de 14 de Novembro de 2006.

2. (Nota do governo soviético para o Governo polaco em 17 de Setembro de 1939, recusada pelo Embaixador polaco Wacław Grzybowski). obtido q 15 de Novembro de 2006; Degras, pp. 37–45.

Você conhece a Batalha da Floresta de Hurtgen? Final

O tenente George Wilson participou da batalha e nos dá uma descrição dos métodos de guerra alemães. Toda a vez que estes, sob pressão, recuavam, solicitavam tiro de apoio da sua artilharia contra as posições que tinham acabado de abandonar, ao mesmo tempo em que ocupavam casamatas previamente preparadas, situadas a umas poucas centenas de metros na retaguarda.

– Geralmente, a nova linha de combate lhes proporcionava o controle de tudo o que estivesse à frente, localizada, talvez, numa vertente ou à beira de uma ravina. Suas casamatas eram feitas com grossos troncos de árvores e alguns metros de terra por cima. Eram quase imunes aos tiros de artilharia. É bem possível que tivessem concreto também. Não havia a mínima chance de nossos tanques se aproximarem delas para tiro direto, portanto, a infantaria tinha que tomá-las da forma mais difícil, lutando e avançando para conquistá-las uma por uma, através do arame farpado.

Entre o dia 7 de novembro e o dia 3 de dezembro, a 4ª Divisão perdeu mais de 7.000 homens, ou cerca de 10% de cada companhia por dia. Os substitutos fluíam continuamente para compensar as perdas, mas o apetite voraz da Floresta de Hurtgen por baixas era maior do que a capacidade do exército de fornecer novos soldados. Os registros do Tenente Wilson dão conta de sua companhia teve perdas da ordem de 167% dos recrutas: “Tínhamos começado com uma companhia completa, com 162 homens, e perdemos uns 287.”

O I Exército engajou, então, a 8ª Divisão de Infantaria no ataque. Em 27 de novembro, ela cercou a cidade de Hurtgen, o objetivo original da ofensiva nos meados de setembro, época em que fora iniciada. Coube ao tenente Paul Boesch, Companhia G, 121º Regimento de Infantaria, conquistar a cidade. No amanhecer de 28 de novembro, Boesch fez que se posicionassem alguns de seus tenentes no lado esquerdo da estrada que conduzia a cidade, enquanto levava outro pelotão para o outro lado. Boesch falou com cada um dos seus homens, explicando-lhes o que a companhia estava prestes a fazer. Quando deu o sinal, eles avançaram.

– Foi simplesmente infernal – avalia. Uma vez livres daquela floresta, os homens ficaram loucos para lutar.

Tanques americanos apoiaram a companhia de Boesch. Ele conta que, primeiramente, eles crivavam de balas os edifícios com suas metralhadoras .50. Depois, usavam seus canhões de 75 mm para abrir buracos nas paredes, de modo que a infantaria pudesse penetrar.

A 8ª Divisão de Infantaria não conseguiu ir além de Hurtgen. Por volta do dia 3 de dezembro, estava exaurida. Um oficial do estado-maior do regimento ficou chocado quando visitou a linha de combate nesse dia. Ele disse em seu relatório: “Os homens desse batalhão estão fisicamente esgotados. O espírito de luta e a vontade de combater ainda estão lá; a capacidade de continuar lutando não existe mais. Esses homens têm combatido sem dormir nem descansar durante quatro dias e, na noite passada, tiveram que ficar expostos ao tempo, num campo aberto. Tremem de frio, e suas mãos estão tão dormentes que eles têm que ajudar uns aos outros com a manipulação de seus equipamentos Creio firmemente que todos os homens de lá deveriam ser evacuados por meio de recursos das equipes médicas.” Muitos tinham pé-de-trincheira e todos sofriam de grave resfriado, ou coisa pior, além de diarreia.

Fonte deste artigo: Soldados Cidadãos – Stephen Ambrose – Bertrand Brasil

Esses Esquisitos Ingleses

Ser britânico no início do século vinte não era nada fácil. O império de sua majestade passou de um Império absoluto nos séculos anteriores para concorrer com outras nações, se envolvendo em dois grandes conflitos na Europa territorial. Não por acaso, Keynes, afirmou que a Inglaterra agia como se não fizesse parte da Europa, sempre distante dos reais problemas políticos e sociais do território.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a insistência do Premier inglês Chamberlain na sua política de “paz a qualquer custo” deu uma boa margem para que Hitler tomasse gosto pela sua política expansionista. Quando a guerra era invitável, e a Força Expedicionária Britânica chega a França, alguns meses depois, tem que ser resgatada de volta para casa.

Rommel, quando lutou contra os ingleses no deserto, dizia que não acreditava que o britânicos abriam mão de perseguir suas tropas para tomar o seu chá da tarde. Mas nunca subestimou os ingleses, sempre admirou e foi profundo admirador dos súditos do Rei.

Não podemos deixar de comentar os uniformes estranho e os capacetes esquisitos do Exército Real.

Não Era Qualquer Navio, Era O BISMARCK!

  Não estamos falando de qualquer encouraçado da Segunda Guerra, estamos falando do Bismarck, o mais famoso dos navios de guerra. A História do Bismarck já é bem conhecida e já publicamos vários artigos aqui no BLOG sobre a caça que terminou com o afundamento do navio na sua primeira missão. Agora vamos apresentar o Bismarck de forma diferente, em toda a sua pompa, antes de se aventurar pelos mares contra os ingleses. Na segunda publicação vamos mostrar a “Caçada” ao navio de Hitler em Quadrinhos lançado logo depois dos ataques nos Estados Unidos. E por último uma análise da expedição que descobriu o navio com fotografias da situação dele hoje.

 

Detalhes da Guerra Na Normandia

 Artigo publicado por Ernie Pyle que acompanhou tropas no Dia D e nas operações posteriores. O relato foi um dos últimos do Ernie, pois um pouco mais de um ano depois ele seria morto em Okinawa por um atirador japonês. Vale a pena conferir o trabalho de um dos jornalistas que era considerado o melhor correspondente de guerra do mundo.

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Cabeça de praia da Normandia, 15 de junho de 1944 – O navio no qual eu rumo para a invasão do continente traz também alguns componentes da segunda leva de tropas de assalto. Chegamos nas águas congestionadas um pouco depois do escurecer do dia D mais um.

Abordo do navio, temíamos secretamente esta viagem, pois esperávamos ataques de U-boats, lanchas torpedeiras e ataques aéreos, contudo, nada aconteceu.

Ficamos no mar por muito mais tempo do que normalmente ficaríamos para fazer a jornada da Inglaterra para a França. O comboio no qual viajávamos era um dos vários que compunham o que é conhecido como “força”.

Enquanto descíamos, o Canal estava apinhado de forças rumando nos dois sentidos, e, enquanto escrevo, elas ainda rumam para norte e sul. Caça-minas alargaram as passagens para nosso comboio durante todo o percurso da Inglaterra para a França. Estas passagens eram marcadas com bóias. Cada caminho tinha milhas de largura.

Lá nós víramos, diante de nossos olhos, mais navios do que qualquer humano jamais vira em um só relance. Rumando para o norte, navegavam outros gigantescos comboios, alguns compostos de destróieres e outros navios velozes, que rumavam para a Inglaterra a fim de trazer novas cargas de tropas e equipamentos.

Tão longe quanto sua vista pudesse enxergar em qualquer direção, o oceano estava infestado de navios. Devia existir todo o tipo de embarcação oceânica do mundo ali. Eu até mesmo creio ter visto um vapor de roda de pá à distância, mas acho que era provavelmente uma ilusão.

Havia encouraçados e todos os tipos de vasos de guerra em escolta e patrulha. Havia grandes frotas de “Liberty Ships” Havia frotas de luxuosos transatlânticos transformados em transportes de tropas e frotas de grandes cargueiros e petroleiros. E, de quando em vez, em meio a essa barafunda, avistávamos navios que não conseguíamos descrever: iates convertidos, barcas, rebocadores, chatas. A melhor maneira que encontro para descrever esta vasta armada e a urgência frenética do tráfego é pedir que o leitor visualize o porto de Nova York, no dia mais ocupado do ano e multiplique a cena até que ela tome todo o espectro de visão que o olho humano pode atingir, até a linha do horizonte. E, além do horizonte, ainda haveria dúzias de vezes este número.

Não pudemos desembarcar assim que chegamos à costa de invasão em meio ao grande volume de navios, naquilo que é conhecido como “área de transporte”.

Tudo é altamente organizado em uma invasão, e, cada navio, até mesmo o menor deles, está sempre sob as ordens exatas, mensuradas por minutos. Mas, como nosso comboio foi tão castigado pelos ventos e pelas correntes, acabamos nos adiantando cinco horas no cronograma, apesar do fato de nossas máquinas terem permanecido paradas durante metade do tempo. Gastamos esse tempo circulando.

Embora tenhamos chegado a tempo, eles não estavam prontos para nos receber nas praias e passamos ainda várias horas navegando para lá e para cá entre a multidão de navios próximos à cabeça de praia. Finalmente, depois de muito tempo, recebemos ordens de entrar em fila e aguardar nossa vez.

Nesse momento deu-se a parte mais incongruente da invasão para nós. Aqui estávamos, na primeira fileira de um grande épico militar. Granadas dos encouraçados zuniam sobre nossas cabeças e, ocasionalmente, um cadáver passava pelo nosso navio boiando. Centenas e centenas de navios carregados moviam-se confusamente em torno de nós. Podíamos nos sentar na amurada e ver tanto as nossas granadas, quanto as alemãs, explodindo na praia, onde homens esforçados saltavam para a costa, vadeando desesperadamente e largando armas e equipamentos pelo caminho.

Estávamos no próprio vórtex da guerra e ainda assim, sentávamos lá para esperar. O Tenente Chuck Conick e eu jogávamos buraco nos beliches, enquanto Bing Crosby cantava “Sweet Leilani” pelo sistema de som do navio.

Projéteis acertavam as águas próximas a nós e levantavam colunas de água, que se chocavam contra o casco de nosso navio. Mas em nosso alojamento, homens com máscara contra gases e vestindo salva-vidas sentavam-se, lendo a “Life” e ouvindo a BBC, que nos transmitia notícias de como a guerra, que estava bem debaixo de nossos narizes, progredia.

Mas não era exatamente assim que acontecia em terra. Não, realmente não era nada parecido com um boletim da BBC.

Algum lugar da França, 26 de junho de 1944 – O atirador de escol – até onde eu saiba – é reconhecido como um meio legítimo de se fazer guerra; ainda assim, há algo de furtivo nele que implica com o senso americano de justiça. Eu nunca sentira isso antes de chegar à França e começar a acompanhar nossos soldados. Já tivéramos contato com franco-atiradores antes – em Bizerta, Cassino e vários outros lugares, mas sempre em pequena escala.

Aqui, na Normandia, os alemães se dedicaram de maneira total ao tiro de precisão. Há atiradores de escol em toda a parte. Há atiradores em árvores, em prédios, em pilhas de destroços, no mato, mas eles se localizam, principalmente, nas altas e cerradas cercas vivas que cobrem todos os campos normandos e costeiam cada estrada ou trilha.

Este é um país perfeito para o atirador de escol. Um homem pode se esconder nas boscosas sebes com vários dias de ração e encontrá-los é como procurar agulha em um palheiro. Para cada milha que avançamos, dúzias de franco-atiradores ficam para trás. Eles acertam nossos soldados um por um enquanto se deslocam pelas estradas ou campos.

Não é seguro se mover em uma área de bivaque até que os franco-atiradores tenham sido encontrados. No primeiro acampamento que cheguei, ouvi tiros zunindo por um dia inteiro antes que todos os atiradores escondidos fossem eliminados. Isso lhe dá a mesma sensação assustadora de andar em meio a um lugar que você acredite estar minado.

Nas campanhas anteriores, nossos soldados falariam sobre atiradores esporádicos com desprezo e nojo, mas aqui, a atividade se tornou mais importante e tomar precauções contra ela é algo que temos que aprender bem rápido.

Um amigo oficial disse: “Cada soldado aprendera a se prevenir contra franco-atiradores individualmente, agora temos que nos conscientizar deles como unidade”.

Os franco-atiradores matam tantos americanos quanto podem e então, quando sua comida ou munição terminam, se rendem. Para um americano, isso não é considerado muito ético. O soldado americano médio não tem grande ódio do soldado alemão comum, que luta em terreno aberto, mas seu sentimento contra os sorrateiros atiradores de escol são tão cáusticos que não podem ser publicados. Eles estão aprendendo como matar os atiradores antes que chegue o momento de se renderem.

De modo geral, esta parte da França é muito complicada para qualquer coisa a não ser o combate em pequenas unidades. Essa é uma região de pequenos terrenos, cada qual cercado por uma grossa sebe ou cercas altas de árvores. Dificilmente há um lugar onde você possa enxergar o campo além daquele onde você se desloca. Na maioria do tempo, o soldado não vê mais do que algumas dezenas de metros em qualquer direção.

Em outros lugares, o solo é inundado e pantanoso, com mato muito crescido e denso. Neste tipo de situação a guerra se torna quase homem a homem. Um oficial que servira muito tempo no Pacífico disse que este tipo de luta é a coisa mais próxima de Guadalcanal que ele já tinha presenciado.

Na frente oeste, 11 de agosto de 1944 – Eu sei que todos nós, correspondentes, tentamos por várias vezes descrever para vocês como é esta esquisita luta em cercas vivas no nordeste da França, apesar disso eu insistirei no assunto mais uma vez, pois estamos aqui por dois meses e alguns de nós sentem que este tempo foi suficiente para quebrar o exército alemão no oeste.

Este tipo de luta é realizado sempre em pequenos grupos, vamos tomar então, como exemplo, uma companhia. Digamos que eles avançam por uma viela entre dois campos e que esta companhia é responsável pela limpeza destas duas áreas em cada lado da estrada enquanto avança. Isso significa que você tem aproximadamente um pelotão por campo e, como normalmente as companhias ficam desfalcadas por baixas, você deve ter não mais do que 25 ou 30 homens em cada campo.

Por aqui os campos normalmente não são maiores do que 45 metros de largura por algumas centenas de metros de comprimento. Eles podem ter plantações de cereais, ou pomares, mas normalmente são somente pastos de grama bem verde, cheios de belíssimas vacas.

Os campos são cercados por todos os lados por gigantescas cercas vivas que consistem de bancos de terra antiqüíssimos, cobertos de raízes, sob as quais crescem ervas daninhas, arbustos e árvores de até seis metros de altura. Os alemães usam estas barreiras muito bem. Eles colocam franco-atiradores nas árvores, cavam trincheiras profundas atrás das sebes e as cobrem com vigas e troncos, tornando-as quase à prova de nossa artilharia.

Algumas vezes eles armam metralhadoras com cordões presos, podendo atirar pela sebe sem sair de seus buracos. Eles até mesmo seccionam parte da sebe e escondem ali um canhão ou um tanque, cobrindo-os com vegetação. Eles também cavam túneis sob as cercas vivas, abrindo no lado oposto um buraco suficientemente grande para posicionar uma metralhadora; mas, normalmente, o padrão neste terreno é: uma metralhadora pesada escondida em cada ângulo do campo e soldados ocultos ao longo de toda a sebe, com fuzis e submetralhadoras.

Nossa tarefa agora é arrancá-los de lá. Esse é um negócio lento e cauteloso, e não há nada muito fascinante a respeito. Nossos homens não avançam pelo campo em dramáticas cargas como aquelas que você vê no cinema. Inicialmente eles procediam assim, mas as baixas lhes ensinaram que esta não era a melhor maneira.

Eles avançam em pequenos grupos, um esquadrão ou menos, separados por alguns metros e colados às sebes de cada lado do campo. Eles rastejam por alguns metros, param, perscrutam, esperam e então rastejam novamente. Se você pudesse estar exatamente entre os alemães e os americanos você não conseguiria enxergar muitos homens de cada vez – só uns poucos ali e aqui, sempre tentando manter-se escondidos, mas certamente você ouviria um grande número de barulhos horríveis.

Nossos homens aprenderam, no treinamento, a não atirar até que vissem alguma coisa em que disparar. Mas essa doutrina não funcionou neste país, pois você “vê” muito pouco, portanto a alternativa é continuar atirando constantemente contra as cercas vivas. Isso mantém os alemães nos seus buracos enquanto nossos soldados rastejam em direção a eles.

Os esquadrões de ataque esgueiram-se ao lado das sebes enquanto o resto do pelotão permanece nas suas próprias cercas e mantém a cerca adiante saturada de fogo. Eles também usam lançadores de granadas, e um esquadrão de morteiro um pouco mais atrás, disparando cargas sobre as sebes alemãs.

Os pequenos grupos de vanguarda chegam às sebes inimigas pelos ângulos do campo, tentando, primeiramente, eliminar as metralhadoras ali posicionadas com granadas de mão, lançadores de granadas e submetralhadoras.

Geralmente, quando a pressão aumenta muito, os defensores alemães da sebe começam a recuar. Eles levam suas armas mais pesadas e a maioria dos homens por alguns campos e começam a cavar uma nova linha de defesa. Eles deixam uma ou duas metralhadoras, e uns poucos fuzileiros espalhados pela linha antiga; estes homens tentam manter um volume de fogo a fim de atrasar os americanos o máximo possível.

Nossos homens agora se esgueiram para o meio da sebe, atirando granadas para o outro lado e disparando contra a vegetação. A luta é realizada de muito perto, somente uns poucos metros de distância, mas raramente desenvolve para combate homem a homem.

Algumas vezes os defensores alemães se levantam de suas trincheiras com as mãos para cima, noutras eles fogem e são atingidos, em outras ainda, eles simplesmente não saem de seus abrigos de forma alguma e uma granada de mão, jogada nas suas trincheiras, os elimina. Desta forma, finalmente, conquistamos outra sebe e estamos prontos para avançar à próxima.

Esta batalha nas cercas vivas configura-se por uma série de pequenas escaramuças como as descritas acima, milhares de pequenas escaramuças, sendo que nenhuma delas envolve mais do que poucas dezenas de homens, mas, somando-as todas, por dias, semanas e meses, nós temos uma guerra gigantesca, com milhares de homens sendo mortos de cada lado.

Ernie Pyle logo depois de ter sido atingido.

Ernie Pyle logo depois de ter sido atingido.

Mais Fotografias Antes e Depois

Segue abaixo mais uma publicação das fotografias antes e depois (Then and Now):

 

Apresentando a 92ª Divisão Buffalo – Afroamericanos

A tropa brasileira lutou com outras divisões aliadas, contudo, de forma mais destacada, estavam a 10º Divisão de Montanha e a 92º Divisão de Infantaria, conhecida como Divisão Buffalo.

A 92ª Divisão de Infantaria Americana era uma unidade do Exército dos Estados Unidos que combateu na Primeira Guerra Mundial e Segunda Guerra Mundial. Organizada em Outubro de 1917, em Camp Funston, Kansas, a unidade era formada por negros americanos e afro-descententes praticamente de todos os estados americanos.

Antes de partir para França em 1918, a divisão foi presenteada com a insígnia dos “Buffalo Soldiers”. O apelido “soldado búfalo” data do final de 1860, quando os soldados negros se apresentaram como voluntários para o oeste americano. Os índios americanos, que encaravam a nova ameaça como “homens brancos pretos”, inventaram o termo “soldado búfalo” como mostra de respeito para um valoroso inimigo. De acordo com uma história, os índios pensavam que os soldados negros, com sua pele escura e cabelos encarapinhados, pareciam búfalos. Outra história diz que o nome vem do couro de búfalo que muitos soldados negros usavam durante os duros invernos no oeste, como um suplemento à seus inadequados uniformes do governo2

Com esta segregação, foi a única divisão de infantaria americana composta por negros, colocada em combate na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, fazia parte do V Exército e serviu na Campanha da Itália de 1944 até o fim da guerra.

Durante a Segunda Guerra Mundial, as unidades de combate eram racialmente segregadas e muitos deles tinham que provar seu valor para serem aceitos em determinadas companhias. Dos 990.000 negros americanos selecionados para o serviço militar durante a 2ª Guerra Mundial, somente uma divisão negra combateu como infantaria na Europa, a 92ª Divisão de Infantaria. A grande maiorias dos afro-americanos usando uniforme eram designadas para para atividades de construção ou intendência, neste último servindo basicamente na marinha e dentro destes serviços estavam o nada agradável, registro e inventário de sepulturas. O governo alegava que os negros não eram suficientemente motivados ou agressivos para lutar.

Apesar de reconhecida como uma unidade composta de negros, mesmo dentro dela havia segregação começando com os oficiais de primeira linha, onde todos os oficiais superiores eram brancos, ficando os negros com os comandos de segunda linha (oficiais inferiores)

Sob o comando do General de divisão Edward Almond, a 92ª iniciou seu treinamento de combate em outubro de 1942, seguindo para ação na Itália no verão de 1944, subordinada inicialmente à 1 ª Divisão Blindada .

Durante a campanha teriam contato com as tropas francesas e britânicas, nas quais a segregação etnoracial (de negros africanos, marroquinos, argelinos, indianos, gurkhas, árabes e judeus palestinos) também era regra. Também travariam contato com europeus exilados provenientes dos países ocupados pela Alemanha: poloneses, gregos e tchecos; italianos antifascistas; assim como com as tropas da Força Expedicionária Brasileira, que, em vez de segregacionismo, possuíam diversidade étnica.

Depois do desembarque no área continental da Itália em Salerno, em 9 de setembro de 1943, os aliados tinham tentado sem sucesso destruir Kesselring antes de janeiro de 1944. Agora eles mais uma vez esperavam fazer significativos avanços antes das nevascas de inverno que estavam para cair.

Em 1º de setembro, os três batalhões do 370º Regimento, junto com elementos da 1ª Divisão Blindada, cruzaram o Rio Arno e avançaram para o norte por três ou quatro quilômetros. O 370º de Engenharia e o 1º de Engenharia Blindada já haviam limpado os campos minados e preparado o terreno para cruzar o Arno.

Os alemães contra-atacaram com fogo de armas portáteis, metralhadoras e artilharia, enquanto seus elementos avançados começaram a retirar-se em direção à linha Gótica. Os soldados da divisão búfalo avançaram para o norte, além do monte Pisano e atacaram a cidade de Lucca. Eliminaram o restante da resistência inimiga ao longo da estrada conectando Pisa a Luca.

O ataque principal começou em 10 de setembro, e três dias depois os soldados búfalo e os tanquistas da 1ª Blindada estavam na base nos Apeninos setentrionais. No dia 18 de setembro, o II Corpo tinha rompido a Linha Gótica no passo Il Giogo e muitos dos tanques da 1ª Blindada foram enviados para aquela área. O IV Corpo consolidou suas unidades, enquanto mantinha sua seção da linha até tarde no mês, quando patrulhas dos soldados búfalo entraram no Vale do Serchio.

Fonte: Wikipedia

Simplesmente UBoot!

Quando a Segunda Guerra Mundial iniciou, em setembro de 1939, já era notório a potência do submarino como arma imprescindível para a batalha nos mares. Muito embora a referência de domínio marítimo repousava sobre a quantidade de Porta-Aviões de uma nação. A Alemanha implementou o maior projeto de construção de submarinos da história militar. Construiu embarcações melhores e com maiores autonomias e arquitetou um plano de isolamento da Inglaterra pelo estrangulamento econômico.

Um outro diferencial da Kriskmarine era a formação profissional dos integrantes dos submarinos. Cada vez mais especializados, eram formados com a ideia de serem os melhores em suas funções, verdadeiros experts para uma guerra diferente das anteriores, um guerra onde a tecnologia estaria em primeiro plano.

O custo foi alto. Ao final da guerra, 90% dos integrantes dos submarinos alemães estavam mortos, um dos maiores índices entre os envolvidos na guerra. Contudo a quantidade de destruição deixando por essa máquinas de guerra nos mares também faziam jus a temor que levavam aos marinheiros aliados. Um único submarino infiltrado em comboio poderia causar centenas de morte em um só golpe.

Segue a galeria dos submarinos:

Visita do Comandante do Navio-Patrulha Graúna

A atual diretoria da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira – Regional Pernambuco tem vislumbrado alguns acontecimentos que nos enchem de esperança em uma mudança de cultura de nossa população. Um desses testemunhos foi a visita do Tenente-Capitão Santos Silva, da Marinha do Brasil.  Foi com grande satisfação que a diretoria da FEB e o Comandante do Navio-Patrulha Graúna se encontraram em sua sede-centro, para uma agradável tarde de conversas e a alegria de poder ouvir dos próprios veteranos da FEB as experiências vividas no Teatro de Operações da Itália. O encontro foi uma cordial retribuição do Tenente-Capitão, que tal bem recebeu na semana passada os veteranos e seus familiares na embarcação.

Estiverem presentes também todos os diretores da associação, que tiveram a oportunidade de ratificar as ligações entre a FEB e a Marinha do Brasil, que propiciou patrulhamento do contingente dos escalões da FEB que deixou o Brasil para lutar na Itália. O Veterano Ribeiro pôde relembrar um momento especial, quando seu retorno da Itália, seu navio encontrou a escolta brasileira em uma parada em Portugal, e naquele momento recebeu a continência dos marinheiros brasileiro perfilados no convés. Para ele, ficou registrado em sua memória esse fato e o carinho pela Marinha do seu país, que o emociona até os dias de hoje.

O Comandante Santos Silva presenteou a associação com um Quadro do Navio Patrulha Graúna que será colocado no Hall de Honra da sede da nossa Regional.

Agradecemos a Marinha do Brasil pelos sacrifícios de esforços, material e vidas durante a Segunda Guerra Mundial que tornou possível ao Exército Brasileiro o deslocamento de um contingente de mais de 25 mil homens, deixando ainda para a nossa Marinha a primeira linha de defesa de nossas terras, a partir do vasto Atlântico Sul, enquanto seus melhores soldados combatiam em terras estrangeiras.

Precisamos de mais jovens para disseminar os sacrifícios que nossas Forças Armadas fizeram para defender nossos ideais, jovens como o Comandante do Graúna. Se conseguirmos esse objetivo, esse país será mais digno de suas futuras gerações.