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Posts Tagged ‘segunda guerra mundial’

Morte…Seja Em Combate ou Não, É Triste!

Cain matou Abel…

                Primeira narrativa bíblica de um homicídio traz em sua concepção a descrição do assassinato. Uma retórica humana que estaria presente no decurso do tempo, a morte não natural, o homicídio perpetrado por outro semelhante. Cain, o irmão invejoso e traiçoeiro, leva a cabo todo seu ódio contra sua parentela, tirando-lhe a vida. O assassino e o assassinado; o homicida em sua primeira versão.

                Na história da humanidade as guerras travadas forjaram o que conhecemos hoje de mundo moderno. Não obstante aos preceitos amorais que levaram Cain a matar seu irmão, sangue de incontáveis homens foram jorrados pela terra que Deus criou desde aquele episódio. Impérios foram criados, tiveram seu apogeu e desfaleceram com a mesma violência com que foram criados. Chegamos até o segundo milênio da era cristã, ainda contabilizando os homicídios como parte do nosso cotidiano da era evoluída.

                Uma coisa não mudou. Matar não é algo natural, muito embora seja corriqueiro. Não é natural nem mesmo para as guerras e conflitos (estranho?). Pelo menos esse é o senso comum que permeia a mente humana. Evidentemente isso não se aplica a alguém que não tem qualquer apreço pela vida, mata sem remoço, pois trata-se de um psicopata, sociopata ou portador de qualquer outra patologia mental. Mas ainda assim, matar por matar não é natural. Em uma guerra matar no front, na linha de combate, faz parte do que os militares chamam de “contingência de guerra”. Não há como não acontecer. Inevitável para qualquer soldado integrante de um combate. Mas, todos atenuam o fato dessa contingência, com o preceito do “matar para não morrer” e é a condição mental que se estabelece para tornar a morte algo, aceitável.

                Lembrei de alguns relatos de nossos soldados integrantes da Força Expedicionária Brasileira, durante a Segunda Guerra Mundial nos campos de batalha da Itália. Os relatos são de veteranos que mataram alemães. Mesmo no ardor do combate, muitos se lamentaram por terem ceifado a vida de outros homens. Estes relatos estão registrados na excelente obra do professor Cesar Campiani Maximiano, Barbados, sujos e fadigados. Soldados Brasileiros na Segunda Guerra Mundial:

                “(…) Juntos, examinaram os cadáveres. Os estilhaços da granada haviam mutilado horrivelmente o rosto de um dos inimigos. O sangue que escorria da fronte do alemão misturou-se com a lama pegajosa que, lentamente, ia aderindo ao seu uniforme. Os olhos esgazeados do soldado abatido, num misto de espanto e ira, traduziam a surpresa e a impotência daquele que fora abatido pelo gaúcho. Poços de uma água avermelhada e barrenta formaram-se em torno dos corpos. O cenário, antes que trágico, era repulsivo e deprimente.

– E agora sargento? – indagou Moura – Nós não temos que enterrar os alemães não?

Djalma não respondeu. Continuava a olhar fixamente os cadáveres. Uma tremenda ânsia de vômito o dominava, ao mesmo tempo que seus olhos se enchiam de lágrimas ao pensar que jovens vidas havia sido ceifadas através de sua mão armada” . (CAMPIANI, 2010, Pag. 201)

                “Dos nossos, Gil era o único abalado. Caminhava pensativo, casmurro, sem dizer nada. Estava triste por ter morto um sargento alemão. (…) Lamentou para mim, dizendo com ar desolado:  – Matei um homem. – Eu respondi: – Não adianta pensar nisso: era ele ou tu, thê. Guerra é guerra! Não estamos aqui pra bonito. Tu serás promovido. Na certa! Quem sabe, thê, ganharás uma medalha! – Ele retrucou sério, arregalando os olhos: – É um mundo cruel, incoerente e desumano. Quem mata na paz vai pra cadeia. É uma assassino. Quem mata na guerra ganha medalha. É um herói. Deus me perdoe, pois matei um semelhante a quem não conhecia”.  (CAMPIANI, 2010, Pag. 203)

 “(…) ao verificar seus documentos, encontramos uma fotografia que chamou a nossa atenção, porque era de três meninas loirinhas, parecidas com as meninas de Santa Catarina. Como tinha algo escrito, demos a um soldado que era filho de alemão para ler. Ele traduziu para nós – ‘Papai, estamos rezando para que essa guerra acabe, pois não suportamos mais as saudades que sentimos do senhor. Beijos de SUAS FILHAS’

 – Coitadinhas – pensei -, mais verão o pai!…”   (CAMPIANI, 2010, Pag. 204)

Mesmo a coragem, a honra, a lealdade e o amor pátrio podem mitigar o flagelo humano da perda violenta da vida.

A Invasão da Polônia em 1939: Aspectos para Refletir

“Abrisse-se as portas do inferno”. Essa é primeira frase que se verificou nos jornais ocidentais quando Hitler, a despeito de todas as advertências inglesas e francesas, lança suas tropas contra a indefesa Polônia. Mais de 75 anos depois daquela fatídica sexta-feira, no distante 1º de setembro de 1939, ainda há muita controvérsia sobre o início do conflito e as causas que levaram o mundo a escuridão da guerra por anos. O próprio Hitler, já derrotado seis anos mais tarde, em seu bunker nos arredores da devastada Berlim, registra em seu testamento político que, ao contrário do que possam falar, ele não desejava a guerra em 1939. Se ele não desejava a guerra, então quais os motivos que levou ele ao conflito? Vejamos uma pequena análise das circunstâncias da eclosão da guerra.

Em 1938, líderes ocidentais se reúnem em Munique para discutir as investidas Nazistas contra a região dos Sudetos, de minoria germânica. Hitler recebeu os lideres da França, Inglaterra e da Itália para estabelecer as condições para evitar à guerra. As nações assinaram o Acordo Munique, mesmo sem a presença da Tchecoslaváquia, a região dos Sudetos foi anexado a Alemanha. Era a política da “paz a qualquer custo”, protagonizado pelo Premier Britânico Neville Chamberlain.

Não demorou muito, em 10 de março de 1939, Hitler ocupa toda a Tchecoslaváquia,  o encontro de Munique era mais estratégia de Hitler para ganhar tempo. Inglaterra e França, perplexos nada fazem, exceto uma promessa do Führer de que a ânsia territorial da Alemanha se encerrara. Não há guerra por isso, mas não por muito tempo.

Quando o “Cabo Austríaco” afirma: “As fronteiras de 1918 nada representam para a Nova Alemanha”, alusão clara que as imposições das condições territoriais de Versailhes não seriam mais toleradas, começa a planejar o próximo passo militar: a Polônia. Não antes sem estruturar uma estratégia que deixou o mundo estupefato, um pacto de não agressão com sua inimiga ideológica desde os tempos do Mein Kampf, os soviéticos. Ele queria uma fronteira comum e a certeza do não envolvimento da União Soviética, por isso considerou a divisão de influência e territorial do Leste Europeu com os Vermelhos. Sem se preocupar em abrir uma frente de combate indesejada em 1939, o caminho para Polônia estava assegurado.

A principal argumentação de Hitler era com relação à cidade Livre de Danzig, considerado uma aberração pelo Líder alemão. A partir de 23 de agosto, depois de assinado o Pacto Molotov-Ribbentrop que chocou o mundo mais do que a ineficiência dos políticos ingleses de entender as ações Hitler, nada mais impediria a Nova Alemanha a teoria nazista do Espaço de Vital (Lebensraum) .

Evidências históricas apontam para um planejamento detalhado das atividades alemãs para se voltar para a Polônia, sem a interferência Russa e com a o aval inicial da Itália. A ineficácia dos franceses e a indisposição inglesa tornou possível uma vitória militar em poucas semanas, mesmo com a bravura polaca, nada poderia ser feito com a primeira demonstração real do poderio militar da Alemanha, colocando em prática uma doutrina de avanço nunca antes vista, era a Blitzkrieg em sua versão mais letal.

Apesar das demonstrações de indignação e a Declaração de Guerra da Inglaterra e França e, posteriormente, pequenas incursões e ataques à fronteira franco-alemã, nada mais foi feito para impedir que em 06 de outubro a Alemanha anexasse à Polônia.

Em 17 de setembro a União Soviética invade a Polônia pelo norte, argumentando proteger os poloneses de origem soviética, evidentemente já alicerçados pela cláusula secreta do Pacto Molotov-Ribbentrop que dividia a Polônia entre as duas potências militares e que só seria conhecida no pós-guerra.

Uma Questão Histórica

Se a Alemanha invade a Polônia e a União Soviética também executa a mesma manobra 16 dias depois, qual o motivo da Declaração de Guerra das potências ocidentais ser apenas contra a Alemanha?

Essa é uma pergunta que muitos ideólogos fazem até hoje. Isso é uma retórica extremamente frágil de argumentação histórica.

França e Inglaterra (todo o domínio inglês) Declaram guerra em 03 de setembro, ou seja, 48 horas depois do início da invasão alemã. Dia 17, data da invasão do Exército Vermelho, a guerra já estava praticamente decidida, o Governo polaco praticamente já estava no exilio e a Polônia lutava uma guerra desesperada. Os diplomatas e políticos não entendiam a invasão dos soviéticos como uma questão territorial em 39, mas uma estratégia de impedir que o avanço alemão chegasse à fronteira soviética e, em última instância, não queriam uma escalada da guerra aos moldes de 1914. Portanto, compreensível que não houvesse uma Declaração formal de guerra aos soviéticos.  Importante essa concepção histórica para entendimento do conflito.

Por fim

                Mesmo à revelia da argumentação do Líder Alemão em seu Testamento Político, todos os indícios que se seguem desde que Hitler assumiu o poder plenamente em 1934, apontam para a conquista territorial através da intervenção militar, fato que concretizou com a Guerra Total em 1939 e a capitulação da Polônia, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo e finalmente a própria França.

                   Em 1941, a Nova Alemanha chegava ao ápice do Reich de Mil Anos, que duraria apenas mais quatro anos, com o Líder supremo alemão se matando com sua amante em seu último reduto nos arredores da devastada Berlim.

Qualquer outra afirmativa distante dessa argumentação é de difícil sustentação.

Fonte:

Kershaw, Ian – Hitler; tradução Pedro Maia Soares – São Paulo: Companhia das Letras, 2010

Jordan, David – A chronology of World War II – the ultimate guide to biggest conflict of the 20th century. Grange Books Ltd,  2007.

As 200 melhores Fotos da Segunda Guerra Mundial – Parte 02

Seguindo a segunda parte das melhores fotografias da Segunda Guerra Mundial.

As 200 melhores Fotos da Segunda Guerra Mundial – Parte 01

 Retomando as atividades do BLOG, resolvemos iniciar uma nova fase do nosso espaço, depois de um período de férias. Muitas novidades estão sendo preparadas para que possamos voltar com mais força na pesquisa histórica das Guerra Mundiais.

 Para começar iremos publicar o que mais tem marcado a vida desse espaço, a qualidade dos registros fotográficos. Dividido em duas publicações, confiram as 200 mais impressionantes fotografias da Segunda Guerra Mundial. Vamos lá…

Guerras Mundiais no HISTORY & João Barone e Convidados!

Cover

 O dia 31 de julho será um excelente dia para os entusiastas, pesquisadores e estudiosos da Segunda Guerra Mundial. Na verdade, para ser mais amplo, a jornada da Segunda Guerra Mundial, será nos dias 28, 29 e 30 de julho, com a série Guerras Mundiais, exibida pelo HISTORY CHANNEL, indicada a 03 Emmy.

Minissérie em 6 episódios, que traz a história de uma geração de homens que lutaram como soldados nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, e que se tornaram líderes na Segunda Guerra Mundial. Hitler, Churchill, De Gaulle, MacArthur, Patton, Stalin e Mussolini hoje são conhecidas lendas globais, e fizeram parte das duas guerras sangrentas que abalaram a humanidade por 30 anos. Desde as primeiras batalhas, eles souberam o quanto lhes custaria subir ao poder, lutando por suas vidas na linha de frente. As lições que aprenderam ali os moldou, e os revelou quando o combate irrompeu de novo. Alguns se tornaram heróis, forjados pela coragem debaixo de fogo; outros, despontaram como os vilões mais infames que o mundo já viu. Reconstituir as guerras mundiais dessa forma, é contá-la através desses homens em uma abordagem única e inédita: a Primeira Guerra os mudou e na Segunda Guerra, eles mudaram o mundo.

  No dia 31, a partir das 21h00, será transmitido ONLINE pelo Hangout um vídeo Chat com João Barone e os convidados Marcelo Madureira, Arthur Dapieve e Chico Miranda. Falaremos sobre a Segunda Guerra Mundial, abordando, inclusive a participação brasileira.

  Para participar é só Clica neste LINK: https://plus.google.com/u/0/events/c3u0jqefnibrf8h2keekcgdqcs4

 Confirme sua presença e mande sua pergunta! PARTICIPEM!

 MAIS INFORMAÇÕES: http://seuhistory.com/programas/guerras-mundiais

 

 

 

A Velha e Boa Alemanha de SEMPRE!

Depois da consagração da Copa do Mundo do Brasil, a imprensa brasileira muito tem alardeado sobre a organização e o planejamento dos alemães e seu metodismo para tornar-se a maior potência futebolística do mundo. Mas, para quem conhece o histórico da Alemanha, não é difícil entender os motivos que levaram a Alemanha a atingir esse nível de planejamento e execução, já que isso faz parte da cultura desse povo. Sempre fez. O mundo sentiu de forma voraz essa cultura de organização e execução calculista na mais trágica das formas. A Alemanha fez sua fama pela vocação belicista. Contudo, não quero falar sobre as duas guerras, daria margem para infindáveis discussões entre adeptos e acusados do rastro de destruição e morte dos regimes que estiveram no poder seja na Alemanha do Kaiser; seja na Alemanha Nazista.

A prova inconteste da magnitude da abnegação alemã surge exatamente quando o povo esteve destroçado, ou seja, no final da Segunda Guerra Mundial. Não há outro exemplo mais contundente de humilhação que uma nação tenha vivenciado com privação ao extremo, nos difíceis meses posteriores a guerra. Cidades completamente destruídas, mortos aos milhões, estupros em massa, foram os ingredientes que acompanharam a chegada das forças estrangeiras a partir de abril de 1945 e por lá permaneceram até 1989.

Não importa os motivos da guerra, as ideologias ou qualquer tipo de juízo de valor sobre seu desfecho causal, o que interessa são os fatos e isso aponta para um povo extraordinário e resistente, e com uma impressionante vocação para se reinventar e se adaptar as mais adversas situações; seja causado por regimes nefastos; seja para reerguer-se da quase aniquilação ou até mesmo para se planejarem para ser o país do futebol.

Uma Luz na Escuridão Histórica: Gastão Coimbra e o Seu Maravilhoso “Homens da Pátria”

O professor e historiador Roney Cytrynowicz  escreveu um artigo que dizia o seguinte sobre o envolvimento do Brasil na Segunda Guerra Mundial: 

O lugar da Segunda Guerra Mundial na história e na memória coletiva da população do São Paulo, e do Brasil [grifo nosso], tem sido, no entanto, marcado muito mais pela ausência do que por uma presença efetiva e consistente. A guerra, episódio central da História do século 20, não está presente na memória da cidade de São Paulo; ela não é celebrada coletivamente, não é lembrada. Os soldados que lutaram e os mortos não são referenciados a não ser por pequenos grupos diretamente ligados a eles. 

 Infelizmente uma verdade gritante que se agrega a característica do Brasil em ser um País sem memória. Mas, sempre haverá ações que possam ir de encontro a essa nociva cultura. Essas ações, não raras vezes, são protagonizadas por pessoas que, distantes dos financiamentos públicos e de suas estatais, têm que vivenciar sacrifícios pessoais para ter sua obra sendo exibida.

 Gestão Coimbra conseguiu formar um bastião de resistência para levar ao público uma obra cinematográfica que retrate o sacrifício de jovens, que deixaram suas famílias e sua terra, para obedecer ao chamado patriótico de uma nação em guerra.  O longa-metragem HOMENS DA PÁTRIA é muito mais do que um filme, é um projeto que traz ao público histórias marcantes e reais de pessoas humildes que estivem à serviço do Brasil e lá deixaram suas vidas ou grande parte de sua juventude; histórias reais vivenciados por brasileiros que, infelizmente, são estigmatizados pelo ideologismo governamental que vira as costas para a importância histórica dos mais de 25 mil brasileiros que lutaram na Itália e a memória de quase 500 mortos.

 Apesar dos sacrifícios para concepção do projeto, é facilmente perceptível a fidelidade histórica do filme de 90 minutos, possibilitando uma vivência com os fatos narrados, ou seja, será uma aula de história e o reconhecimento da Força Expedicionária Brasileira na formação de uma política de regaste do nosso passado recente.

 Esses são alguns motivos para que TODOS possam apreciar e convidar outras pessoas, principalmente àqueles que acham que o Brasil pulou de 1939 para 1945.

 O Todos os envolvidos nosso muito obrigado!

 

 

NATAL, TRAMPOLIM DA VITÓRIA: UMA AULA DE CIDADANIA HISTÓRICA – FUNDAÇÃO RAMPA

Muitos textos e artigos foram publicados aqui no BLOG para expressar a indignação quando o abandono histórico que o Brasil relega sua participação na Segunda Guerra Mundial. Infelizmente, nenhum é tão gritante quando a completa ausência de informações sobre o que americanos consideravam ser o “Trampolim da Vitória”.  A bela cidade de Natal figura como a cidade que mais sentia os efeitos da guerra, simplesmente pelo fato dela ser a principal rota aérea para apoio e suprimento das operações ocorridas em todo Teatro do Mediterrâneo que sustentavam os bombardeios ao sul da Alemanha, além de operações do Pacífico. Era a maior Base Aérea Americana fora  dos Estados Unidos, por isso, a importância das operações do Pernamirim Field serem consideradas como cruciais para o esforço de guerra dos Aliados.

Os impactos sociais com a presença de centenas de americanos mudou a cara da cidade de Natal e transformou a vida de milhares de cidadãos. Para aqueles americanos, vivenciar as terras tropicais durante a guerra foi a melhor experiência que se poderia ter em um conflito de sofrimento humano inenarrável.

Tudo ficou em um passado obscuro e sem qualquer tipo de ligação com o presente. Não há mais paralelo histórico que possa trazer à luz a riqueza e importância da presença dos Aliados no importantíssimo e estratégico Saliente do Nordeste, exceto pela batalha individual de heróis contemporâneos como Augusto Maranhão e Marcos Sedin, aliando esforços para manter a História de sua cidade com a Fundação Rampa.

Aos Diretores da Fundação Rampa, nossa humilde continência.

http://www.fundacaorampa.com.br

 O Tenente Mário Messias, secretário da Associação Nacional dos Veteranos da FEB/Regional Pernambuco, enviou um conjunto de fotografias que orgulharia qualquer pesquisador. São fotos de Ivan Dmitri/Michael Ochs Archives / Getty Images.

Fotos Coloridas da Segunda Guerra – Impressionante – PARTE II

Seguindo com esse excelente acervo. As fotografias que impressionam pela realidade e por proporcionar uma visão diferente do conflito.

 

Fotos Coloridas da Segunda Guerra – Impressionante!

A Segunda Guerra Mundial deixou um acervo fotográfico vasto e ainda não totalmente esgotado. A grande maioria dos registros fotográficos, claro, em preto e branco, apesar da qualidade e do charme característicos, deixam a desejar quando é representar a realidade dos cenários. Principalmente para uma geração acostumada com os megapixels nas alturas.

Para minimizar essas faltas tecnológicas, alguns técnicos tem se desdobrado para aplicar cores digitalmente às imagens ao acervo da Segunda Guerra. Alguns, é verdade, não tem obtido êxito, pois muitas fotos perdem a naturalidade, contudo outros têm impressionado pela qualidade e pela realidade dos cenários. Vale a pena conferir.

Medalha…Medalha…Objeto de Reconhecimento do Soldado…Quase sempre!

Desde o princípio da civilização, quando o homem iniciou seus conflitos tribais até os grandes eventos militares, todos os povos sentiam a necessidade de condecorar seus soldados e seus comandantes pelas conquistas militares. Muito mais do que os despojos de guerra, as medalhas projetavam a bravura e as conquistas dos soldados, consequentemente respeito e status social.

Após o fim da Grande Guerra, a pobreza abateu sobre a República de Weimar, os bravos soldados alemães que lutaram durante anos e receberam altas condecorações militares, muitos mutilados de guerra, colocavam seus uniformes, com suas medalhas e se sentavam nas calçadas das principais cidades germânicas para pedir esmolas. Suas condecorações eram os instrumentos para sensibilizar as pessoas e lhe dar sustento. O próprio Hitler sustentava a mais famosa condecoração militar da Alemanha, a Cruz de Ferro. O Cabo Hitler recebeu a medalha quando levava mensagens de seu regimento. Até o fim da sua vida, Adolf ostentou sua Cruz de Ferro com orgulho.

Durante a Segunda Guerra Mundial as condecorações foram um elemento primordial na dura defesa do território soviético. Muitas condecorações militares foram criadas e oferecidas a homens e mulheres que lutaram em todas as frentes soviéticas contra o invasor alemão. Ao final da guerra e nos anos subsequentes, todos ostentavam suas medalhas e condecorações orgulhosamente.

A participação do Brasil no teatro de operações da Itália produziu vários heróis. Todos devidamente condecorados com medalhas de mérito de bravura individual, como é o caso do Tenente Apollo Rezk, o militar mais condecorado na campanha italiana. Todos que participaram da Força Expedicionária Brasileira foram agraciados com a Medalha de Campanha. Aos feridos, Sangue do Brasil.

Infelizmente, hoje as condecorações militares são mais objetos do ego humano do que o reconhecimento por serviços prestados. Muitas medalhas distribuídas de forma indiscriminada e por conveniência política, tornaram-se apenas condecorações do narcisismo de pessoas conhecidas como Muttley, personagem do desenho Corrida Maluca, que repetia insistentemente Medalha…Medalha…, depois de qualquer ação.

Excelente Leitura Sobre o Teatro de Operações do Pacífico.

O mercado literário sobre a Segunda Guerra Mundial é vasto e com muitas obras com fundo histórico questionável. Livros que despertam mais interesse pela curiosidade do leitor, do que pela qualidade da exposição dos eventos analisados. Isso explica o esforço de alguns “historiadores” que insistem em dizer que Hitler fugiu para a América do Sul em um comboio de submarinos repleto de ouro. Sem se preocupar com fontes históricas sérias, formam argumentos insípidos que servem apenas para deturpar a história.

Mas também temos excelentes publicações. Obras preocupadas em contextualizar o leitor no conflito e permitir que ele possa julgar fatos a partir da exposição dos acontecimentos pelo autor.

Uma excelente opção de leitura é a obra de Karen Farrington (Segunda Guerra Mundial. Vitória no Pacífico. Do Ataque a Pearl Harbor à vitória em Okinawa. Editora M.Books: História – Guerras e Batalhas, 2014). Apesar de expressar uma visão americana dos eventos, a autora consegue deixar margem para os problemas na campanha do Pacífico e suas implicações políticas das nações envolvidas. Traz informações importantes sobre os preparativos das operações e suas dificuldades de execução que abrangem todas as ofensivas empregadas pelos americanos, no mais difícil front da guerra para os Estados Unidos da América.

 SEGUE ABAIXO RESUMO DA PUBLICAÇÃO E UMA GALERIA DE FOTOS QUE EXPRESSA AS CONDIÇÕES DO TEATRO DE OPERAÇÕES DO PACÍFICO.

BOA LEITURA!

RESUMO:

Em 7 de dezembro de 1941, a marinha japonesa atacou Pearl Harbor. Simultaneamente, o exército japonês lançou ataques maciços na Malásia, Hong Kong e nas Filipinas. A esfera de influência dos japoneses se espalhou num ritmo fenomenal.

 À medida que as nações da Ásia caíam uma a uma e as tropas britânicas e americanas na região eram rapidamente subjugadas, parecia que o sonho do império japonês estava para se tornar realidade.

 Da luta selvagem pelas ilhas do Pacífico à reconquista da Birmânia, contra todas as chances, pelo “esquecido” 14º Exército, Vitóriano Pacífico conta toda a história de como a guerra contra os japoneses no Extremo Oriente foi finalmente vencida.

SOBRE A AUTORA: Karen Farrington –é escritora e ex-jornalista do Fleet Street, que se especializou no estudo de conflitos ao longo do século XX. Ela marcou o 50º aniversário do final da Segunda Guerra Mundial com a publicação de Eyewitness to World War II, compilado de várias entrevistas com veteranos ao redor do mundo, sendo que muitos deles contribuíram para a Vitória no Pacífico.

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1- Capa Vitória no Pacífico

Serviço de Intendência. Onde a Vitória ou a Derrota Inicia!

Quando falamos em guerra, ou mais especificamente sobre a Segunda Guerra Mundial, logo alguém se levanta e fala sobre a revolução da guerra na utilização de blindados ou a importância da artilharia como força intimidadora nos campos batalha, ou até mesmo as novas formas doutrinárias para aplicação da infantaria. Mas, nenhuma outra arma ou serviço, passou a ser tão importante para o contexto de grandes operações militares, quanto o emprego da Intendência. O Serviço de Intendência Militar é o mais importante elemento para o contexto de uma guerra. A partir dela e para ela, os exércitos se configuram nos campos de batalha. Seus soldados, com as mais diversas qualificações profissionais que o Serviço exige, são empregados em áreas tão diferentes, tão distintas, que o conjunto destes, pode determinar o resultado de uma guerra.

A Alemanha quando se aventurou pelo vasto território russo, sabia que a sua logística seria o fato preponderante para a vitória ou para derrota. Erich von Manstein, alegou que a Wehrmacht deveria alcançar esmagar o inimigo em algumas semanas, do contrário, estaria enfadado ao fracasso, dado as linhas de suprimentos estarem fragilizadas. Neste mesmo contexto, quando Liddell Hart, historiador do Exército Inglês, perguntou a Wilhelm Guderian quais os motivos da derrota da Alemanha na União Soviética, ele, criador da doutrina do emprego de blindados Segunda Guerra, apontou para o Serviço de Intendência, que não fora capaz apoiar de perto as tropas mais avançadas.

Os Oficiais da Força Expedicionária Brasileira, ao chegar ao Teatro de Operações da Itália, foram matriculados em um estágio de combate, em um dos centros de treinamento Aliado. Ao final do estágio, o Coronel americano, comandante do Centro, solicitou a presença do General Mascarenhas de Morais, acompanhado do Coronel Lima Brayner, Chefe do Estado Maior, que registrou a conversa em suas memórias. “General”, disse o Comandante do Centro, “Os seus oficiais são extremamente dedicados e com grande vocação à liderança”. Chamou um dos Oficias que estava em forma e começou a inspecionar o militar brasileiro. “Mas esse material que eles estão usando é de péssima qualidade. Esse sapato, não aguentará mais do que alguns dias na linha…Esse capa, não tem nada de impermeável…Seus uniformes não são apropriados para esta guerra, General….”. A FEB, no primeiro contato na Itália, já tinha a certeza que seu Serviço de Intendência, teria que se superar.

Este Artigo é dedicado ao Presidente da Associação dos Oficiais da Reserva do Recife (AORE) 1º Tenente Int. Rogério Vasconcelos Júnior aos Alunos e instrutores do Curso de Intendência do CPOR/Recife e ao Aspirante  Int. Torreão do 7ºDSup, neto do Veterano da Força Expedicionária Brasileira Rigoberto de Souza.

Amanhã, 17/abril, publicaremos um artigo sobre o Serviço de Intendência da FEB.

Vietnã! Alguém Lembra os Motivos, Causas e Envolvidos?

Diferentemente do que se possa imaginar, a Segunda Guerra Mundial, para os contemporâneos deste conflito, entenderam que estavam lutando pela liberdade no mundo. Ninguém que participou deste conflito questionava a motivação da guerra. Os americanos foram atacados, os ingleses sofreram terríveis perdas e outros países justificavam sua participação simplesmente dizendo que era a guerra do bem contra o mal. Neste conflito, pelo menos para quem participou, tudo era claro.

Já a Guerra do Vietnã a coisa não foi tão fácil assim. Primeiro era uma guerra questionável. De fato, o inimigo que se lutava era muito mais do que um Exército ou uma nação vil, mas uma guerra ideológica, com o inimigo muitas vezes infiltrado entre os aliados. Era a Guerra Fria na sua versão mais pungente. Os Estados Unidos já se envolvera em conflito semelhante no início da década de 50, a Guerra da Coreia. Sabiam que uma nação dividida, uma nação separada pela ideologia e sistemas de governos diferentes poderiam produzir campos de batalha tão ou mais aterrorizante quanto as terríveis campanhas da Segunda Guerra. E eles produziram.

Refletir sobre a Guerra Vietnã é refletir sobre as consequências e dos resultados da própria Segunda Guerra Mundial. Mas do que um conflito em uma região suburbana do mundo, este evento marcaria para sempre a história da maior potência ocidental, e colocava em check a reputação das Forças Armadas mais aclamada das últimas décadas.

Como dissemos em publicações anteriores, assim como a Guerra de Inverno (1939/40) e a invasão da União Soviética, homens que lutam por seu país, em sua própria terra, sempre estarão dispostos a tudo para derrotar e expulsar o inimigo, independente de suas intenções. Depois do Vietnã, muitas outros guerras provariam isso, pois isso é o que a história ensina.

Pernambuco: Guerra no Mar, no Ar e nas Ruas.

A história da atuação dos nazistas no Nordeste traz grupos que se reuniam uniformizados, espiões que atuavam na Base Americana em Natal e partidários que tentaram viabilizar uma rádio de ondas curtas em Pernambuco.
Quando estoura a 2ª Guerra Mundial, no dia 1º de Setembro de 1939, Mussolini tem mais adeptos em Pernambuco do que Hitler. Em parte, graças à propaganda que o consulado italiano vinha fazendo desde a década de 1920, quando o “Duce“ assumiu o poder. Além disso, o fascismo conta com muitos simpatizantes entre os integralistas que, um ano antes, tentaram assassinar o presidente Getulio Vargas e sua família, no Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro. Os italianos são mais presentes em várias atividades: comércio, mecânica leve, funilaria, música e na fabricação de alimentos e refrigerantes (a Fratelli Vita, na Boa Vista, que foi depredada em Agosto de 1942), depois do afundamento dos navios mercantes brasileiros.
A colônia alemã era menor, porém mais influente, especialmente nos meios industriais e, a propaganda alemã também foi mais eficiente, especialmente após a ascensão do Nazismo – que adotou um tom anticomunista: “ A Segunda Guerra Mundial empolgou a população de Pernambuco que logo se dividiu entre partidários do Eixo e dos Aliados. No Recife, havia uma velha tradição de admiração pela Alemanha em que Tobias Barreto introduziu o germanismo no Estado, o que era reforçado pela admiração que muitas pessoas tinham pela decantada inteligência, competência e dedicação ao trabalho do povo alemão, herdada da Primeira Guerra Mundial. Esta colônia era expressiva sobretudo nos meios industriais e, esta admiração aumentou na década de 1930, quando o Consulado alemão fez uma intensa divulgação entre os estudantes e profissionais, da propaganda contra o comunismo russo, procurando amedrontar a população com a hipótese de os comunistas um dia chegarem ao poder no Brasil”(Manuel Correia de Andrade – em Pernambuco Imortal).
O Partido Nazista existiu em Pernambuco, entre meados da década de 30 até Getúlio Vargas proibir [partidos estrangeiros em 1937]. Até o momento, os nazistas nunca precisaram agir na clandestinidade: seus integrantes, na maioria absoluta eram funcionários da Fábrica Lundgren, na cidade de Paulista, que iam às reuniões uniformizados(inclusive com a braçadeira com a suástica), e até assinavam atas. Não foi apenas em Pernambuco que os Nazistas foram ativos, pois haviam núcleos importantes em outros estados – Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, sendo que estas representações foram criadas por Hans Hanning Von Consul, que era oficialmente adido cultural na Embaixada da Alemanha no Brasil.

Foram ao todo 83 células com 2.822 militantes, o maior número de filiados ao Partido nazista fora da Alemanha (os Landesgruppe). Estes militantes, mesmo depois da proibição de fazer política, continuaram na ativa, tanto na espionagem como na propaganda. O Recife interessava à espionagem por causa do movimento do Porto, que passa a ser base da 4ª Frota Naval Americana e, da proximidade com a base aérea de Natal, montada pela Força Aérea Americana.
Uma parte considerável da história da atuação dos nazistas no Nordeste está nos arquivos do extinto DOPS (Departamento de Polícia Política e Social de Pernambuco). Este órgão, depois que o Brasil entrou na guerra ao lado, entre outros da União Soviética, pararam de caçar comunistas, para caçar nazistas e fascistas. Uma das maiores descobertas nestes arquivos foi feitas pela historiadora Susan Lewis, foi que houve na cidade de Igarassu, durante a 2ª Guerra Mundial, um campo de confinamento, para onde foram mandadas, cerca de 400 famílias de alemães e japoneses, mas em condições que em nada lembravam os campos de extermínio nazistas, onde foram executados milhões prisioneiros, a maioria judia.
Até o final da guerra, em todo o país, foram presos 47 espiões, todos condenados pelo Tribunal de Segurança do Estado Novo e, em Recife o DOPS teve muito trabalho com espiões alemães, inclusive dois processos – ambos assinados pelo delegado Pedro Corrêa, sendo um de espionagem e outro por propaganda, que ilustram bem a situação que aqui se passava.
O processo por propaganda indiciou Evaldo Stalleiken, que, se hoje fosse vivo seria considerado um designer de primeira: ele fez o desenho da carteira de cigarros Nacionaes, de modo que a junção de 4 carteiras, formava a suástica e, as mesmas postas em outra posição, formavam a Cruz de Ferro, uma das maiores condecorações do Exército Alemão. Ao ser chamado pelo delegado para se explicar, ele disse que fez o desenho de múltipla utilidade sem querer…

O segundo inquérito, referente à espionagem, foi sobre a tentativa de montar uma rádio de ondas curtas, para aproveitar a posição geográfica do saliente nordestino, chamado de Trampolim do Atlântico Sul, que acusou Hans Heinrich Sirvet e Herbert Friedich Julius Von Heyer, que ofereceram dinheiro para que o técnico Walter Grapetim faça as instalações desta rádio, que já estava montada. O técnico Grapetim, procurou o alemão Oscar Shiler, responsável pela parte técnica da Rádio Clube de Pernambuco, que o aconselha a “não se meter em tal assunto”, que foi seguido à risca por ele.

Artigo enviado pelo Pesquisador Rigberto de Souza Júnior

Texto extraído da “Revista Continente Documento Ano III nº 33/2005”

As Idas e Vindas dos Ingleses na Segunda Guerra Mundial

Quando a França caiu em 1940 e a Alemanha passa a desferir pesados bombardeios sobre Londres, o mundo não acreditava na resistência inglesa por muito tempo. Todos sabiam que as forças alemãs iriam a qualquer momento cruzar o Canal e desembarcar suas tropas nas terras do Rei George VI. Era uma questão de tempo.

Contudo, a heroica resistência inglesa e o apoio dos Estados Unidos para furar o bloqueio naval, aliado a incompetência da Luftwaffen de não conseguir superioridade aérea sobre a Grã-Bretanha, foram determinantes para que a Alemanha se voltasse para o seu inimigo natural, a União Soviética.

Em 1941, a guerra entra em uma nova fase, Hitler é compelido pela Itália para o norte da África. Nasce o mito da Raposa do Deserto, que não resiste à entrada americana na guerra. Os Aliados passam para a ofensiva. A Itália cai. Recursos e homens se voltam para a Europa. É o Dia D tomando forma.

Mais do que uma simples campanha, a retomada da França significava o reavivamento do brio inglês. Quando meio-milhão de soldados ingleses e franceses foram expulso da Europa Continental de forma melancólica abalou o moral da pátria inglesa, por isso, a simples hipótese de retomar a campanha perdida em 1940, levou vários veteranos da Força Expedicionária Britânica ao delírio.

Na campanha da Normandia coube aos Estados Unidos o comando das operações. Mas as divisões inglesas não se importavam, elas queriam uma revanche contra o exército alemão, pela humilhação sofrida naquele mesmo terreno. E eles avançaram!

Depois da Companha da Normandia, queriam mais! Queriam chegar a Berlim antes do natal. Nasce a Operação Market Garden. É neste ponto que o melhor soldado inglês, Monty, se desfez do sonho de acabar com um inimigo que quase destruiu sua terra. Os alemães ainda tinham forças. A prova maior foi ofensiva no inverno de 1944.

No final das contas, a Inglaterra viu de tudo na Segunda Guerra Mundial. De inimigos declarados serem aliados; e de aliados virarem inimigos. Derrotas e morte de soldados e civis eram uma contingência de guerra que os ingleses sabiam exatamente oferecer.

O Que A Invasão da Polônia Pode Nos Ensinar?

O quadro se redesenha para a História. Impressiona como ainda não sabemos olhar para trás e verificar o que a História nos ensina. Apesar de contextos diferentes, a retórica de acontecimentos explode em nossas caras, e mesmo assim não conseguimos perceber a semelhança dos fatos e acontecimentos e as decisões erradas tomadas no passado, não servem de referência para as tomadas de decisões hoje.

Em uma época não muito distante, uma nação com poucos recursos, tanto econômicos, quanto militares, valia-se do apoio de grandes potências para existir como nação. Possuía uma região autônoma e estava na fronteira de influências de nações opositoras! Qualquer semelhança é mera consciência, será?

Em 01 de setembro de 1939, a Alemanha invade à Polônia! As potências ocidentais enviam ultimato a Hitler para desocupar o território polaco. A Alemanha argumenta que o motivo da invasão é a proteção da população de origem alemã (outra consciência?). As potências que, inicialmente, protestam, ameaçam enviar tropas e aplicar sanções econômicas a Alemanha, nada fazem. Assistem de camarote a Polônia capitular em 06 de outubro daquele mesmo ano.  O país inteiro é anexado a Nova Alemanha e a região Livre da Danzig deixa de existir. Este evento marca o início de seis longos anos de morte e destruição para toda a Europa.

Certamente estamos em contextos diferentes. Não estamos comparando a Rússia com a Alemanha nazista. Estamos relacionando fatos históricos ocorridos e que levaram o mundo a beira do apocalipse. Os atores são diferentes, mas os resultados podem ser os mesmos. Temos que pensar que as consequências de um conflito mundial terá o cenário descrito por Albert Einstein:

“Eu não sei com que armas a Terceira Guerra Mundial acontecerá, mas a Quarta Guerra será lutada com paus e pedras.”

 

Blindados e Outros Veículos

A força dos blindados mudou o curso da guerra. Antes, um desajeitado monte de ferro, mas se tornou a primeira e mais destrutiva arma de guerra já posta em combate até então. Seguindo a mesma linha, outros blindados apareceram para várias funcionalidades específicas, como retirar minas terrestres, patrulhamento, transporte de tropas, defesas antiaéreas e muitas outras funções para veículos blindados dos mais diversos.

Segue galeria dos veículos blindados

Os principais POSTs sobre Tanques da Segunda Guerra Mundial

O Que Representa para Nossa História a FEB?

“A participação do Brasil não é mais exaltada do que deveria?”, “A participação do Brasil foi medíocre”, “O Brasil foi bucha de canhão!”, “Tirando algum vigilância no litoral, a Segunda Guerra Mundial passou desapercebida no Brasil”. Essas frases foram proferidas por professores e estudantes de História.

Incrível como há um grande equívoco no estudo desse período. Ainda não percebi se proposital ou não. Uma extrema ignorância e incorreta interpretação histórica de alguns acadêmicos, que de forma escancarada, estupram e deturpam fatos históricos que não só mancham o sangue dos quase 500 brasileiros mortos nos campos de batalha e dos mais de 1000 homens, mulheres e crianças que perderam suas vidas nos mares, bem como difamam a própria História do Brasil.

Em uma perfeita colocação sobre a visão da análise histórica do envolvimento do Brasil na Segunda Guerra, o doutor Roney Cytrynowicz, em sua obra, Guerra Sem Guerra – a mobilização e o cotidiano de São Paulo durante a Segunda Guerra Mundial –, realiza uma concludente análise sobre o estudo deste período:

O lugar da Segunda Guerra Mundial na história e na memória coletiva da população do São Paulo, e do Brasil [grifo nosso], tem sido, no entanto, marcado muito mais pela ausência do que por uma presença efetiva e consistente, A guerra, episódio central da História do século 20, não está presente na memória da cidade de São Paulo; ela não é celebrada coletivamente, não é lembrada. Os soldados que lutaram e os mortos não são referenciados a não ser por pequenos grupos diretamente ligados a eles.

[…] a referência à guerra parece mais como um constrangimento obrigatório, na historiografia e na memória, dada sua magnitude na história do século 20, do que uma elaboração “interna” à história do país e ao testemunho dos seus contemporâneos. Mas não se estabelecem os nexos causais com a história brasileira neste período.  […] (Roney CYTRYNOWICZ, 2000).

Os fatos históricos e sua interpretação isenta e voltado apenas para uma historiografia afastada da ideologia tendenciosa aponta para uma colaboração estratégica, registrando a participação popular em todo o processo de envolvimento do Brasil, inclusive com perdas significativa de brasileiros.

Saliente do Nordeste – Estratégico: Em qualquer circunstância histórica, o Brasil se destaca quando se fala em Atlântico Sul. Não há como negar a importância estratégica do Saliente do Nordeste. Portanto, com as operações de UBoots ocorrendo em todo o Atlântico Norte é mais que compreensível que as nações beligerantes voltassem seus olhares para as Rotas Marítimas do Sul. Por esse motivo os Estados Unidos, antes mesmo de qualquer tipo de envolvimento do Brasil, já negociava a defesa dessa região, ou sua conquista (Operação Pote de Ouro). Em qualquer aspecto, em 1941, o país já estaria envolvido do conflito, pois a Alemanha domina a África do Norte e o receio dos Aliados de um bloqueio no Atlântico Sul era grande. Vargas era pressionado para se posicionar a todo instante.

 

Envolvimento do povo:  Os ataques à embarcações brasileiras em suas linhas de cabotagem, ou seja, de transporte de passageiros, pelo submarino U507, vitimou mais de 600 brasileiros, entre homens, mulheres e crianças. Isso causou uma revolta popular em todos os grandes centros urbanos do país. O governo se reúne sob pressão para declarar estado de beligerância contra a Alemanha.

Dificuldades para formação de uma Força Expedicionária: Quando questionado sobre a formação de Tropas para lutar no Teatro de Operações fora do Brasil, Vargas não hesitou, pois o interesse inicial era a modernização do Exército Brasileiro. Contudo não podemos negar que um exército é o espelho de seu povo. O Exército Brasileiro não conseguiria cumprir as exigências mínimas necessárias para um combatente moderno, e os principais motivos era a pouca instrução, pouca nutrição e principalmente despreparado para o esforço de guerra. A previsão inicial de formar um Corpo de Exército com 90 mil homens, esbarrou nas dificuldades físicas e logísticas do nosso Brasil, claro. Apenas pouco mais de 25 mil homens aptos para lutar até o final da guerra.

Ninguém acreditava na FEB: Depois da euforia inicial, a FEB foi formada por Decreto em 23 de novembro de 1943. Em termos de convocação, preparação e transporte, foram necessários quase oito meses para o primeiro combatente embarcar para um Teatro de Operações. Esse período tranformou desacreditou a FEB, muitos acreditavam que o país não enviaria tropas para lutar. Nasce o estigma popular “É mais fácil a cobrar fumar do que o Brasil ir à guerra…” . A Cobra Fumou!

O tamanho da importância militar da participação brasileira: É possível afirmar que o Brasil teve uma grande importância no Teatro de Operações da Itália? Claro que não! O país atuou com uma única Divisão, enquanto os americanos e ingleses atuavam com mais de 50 Divisões! Como podemos ter sidos decisivos? Agora, tivemos um papel importante quando somos analisados segundo as conquistas de uma Divisão. Se pensarmos em termos de missões, a Força Expedicionária Brasileira defendeu a maior frente do setor do X Exército Americano. Esteve na vanguarda de patrulhas durante os meses de dezembro de 1944 a fevereiro de 1945, em um dos mais rigorosos invernos já registrados do século XX. Levando em consideração soldados oriundos dos sertões nordestinos ou das amenas temperaturas do sudeste do Brasil. Conseguiu um feito militar improvável para uma Divisão. A rendição incondicional de duas Divisões, a 148ª Divisão Alemã e Divisão italiana Bersaglieri com um efetivo total 14.779 militares das duas nacionalidades, além de munição, canhões, armas de vários calibres. Um feito único entre as Divisões que atuavam na Itália. Se o Brasil chega com um soldado desacreditado e com problemas básicos, ao final da guerra o soldado brasileiro é apontado como um bravo combatente.

Esses são alguns dos motivos que todos os brasileiros devem ter, pelo menos o respeito pela participado do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Não exaltando em demasia, nem tão pouco desprezando o esforço e o sacrifício de jovens que lutaram e morreram na Itália, e lembrando das vitimas da agressão nazista em nossas águas e ao nosso território.

Contingência de Guerra? Ou Desumanização Pura e Simples?

 Uma guerra, sempre será uma guerra! As vezes ela existe, mas não é declarada. Seja de qualquer forma produz frutos terríveis. Atualmente a guerra moderna muitas vezes não são exércitos contra exércitos, mas na Segunda Guerra Mundial ficava claro, praticamente em todos os casos, quem era o inimigo e quem era apenas um inocente; quem era beligerante e quem neutro. No âmbito humano, a primeira característica de uma guerra é exatamente a desumanização dos combatentes, é o que muitos chamam de “perder a alma”, é quando a morte é algo corriqueiro e sem valor, que faz parte da guerra! É o que dizem!

Infelizmente mais de 70 anos depois da Segunda Guerra Mundial ainda é uma máxima no contexto militar, contudo a observância da proteção civis inocente também consta no código de conduta de qualquer exército. Mas, infelizmente nem todos respeitam ou respeitaram. Ainda precisamos evoluir, e muito!

Warsaw, 14 de setembro de 1939

Uma sequencia de fotos tirada por Julien Bryen, fotográfo, cinegrafista e documentarista americano.

Ele relata o seguinte:

“Sete mulheres estavam plantando batatas em um campo. Não havia comida em sua região, e elas estavam desesperadas por comida. De repente dois aviões alemães apareceram do nada e lançaram duas bombas aos duzentos metros de distância, em uma pequena casa. Duas mulheres na casa foram mortas. As agricultoras de batatas se jogaram no chã, não esperança de passarem despercebidas. Depois do bombardeio as mulheres retornaram ao trabalho. Elas precisavam de comida. Mas os pilotos nazistas não estavam satisfeitos com o trabalho. Em alguns minutos eles estavam voltando e mergulhando novamente para um novo ataque, desta vez limpando o campo com rajadas de metralhadora. Duas das sete mulheres que estavam no campo foram mortas. As outras cinco escaparam por pouco.

Enquanto eu fotografava os corpos, um pequena garota, aproximadamente dez anos, corria transtornada em direção ao corpo de sua irmã mais velha. A criança nunca tinha visto a morte e não entendia porque sua irmã não respondia a ela…

A criança nos olhava desnorteada. E joguei meus braços sobre ela e segurei-a firme, tentando confortá-la. Ela chorava. Eu confortava-a com dois oficiais poloneses que me acompanhavam.”