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Archive for 07/12/2011

Especial Pearl Harbor – 70 Anos – Nas Vésperas do Ataque

No dia 25 de novembro, Roosevelt manteve uma reunião na Casa Branca com os mais destacados dirigentes políticos e militares americanos. Estavam presentes: o Secretário de Guerra Stimson, o Secretário da Marinha Konx, o Secretário de Estado Hull, o General Marshall e o Almirante Stark. Nessa conferência o presidente e seus ministros discutiram a possibilidade de um ataque japonês de surpresa.

Stimson narrou posteriormente os pormenores da discussão. Reproduzimos seu relato: “O Presidente, logo de início, referiu-se às relações com o Japão. Mr. Hull disse que os japoneses estavam inclinados para o ataque e que poderiam atacar a qualquer momento. O Presidente disse que os japoneses eram conhecidos por realizar um ataque sem prevenir e manifestou que poderíamos ser atacados, digamos, por exemplo, na próxima segunda-feira… Um problema nos inquietava profundamente. Se alguém sabe que seu inimigo está por atacar, não é inteligente esperar até que ele dê o salto sobre a gente, tomando a iniciativa. Apesar do risco que implicava deixar que os japoneses efetuassem o primeiro disparo, nos dávamos conta que a fim de termos o pleno apoio do povo americano era desejável ter certeza que os japoneses foram os que fizeram isso de tal forma que não ficasse dúvida em mente alguma sobre quem eram os agressores… A questão era como devíamos manobrá-los (aos japoneses) para levá-los à situação de disparar o primeiro tiro sem que o perigo para nós fosse muito grande. Era um assunto difícil”.

Ao concluir a reunião na Casa Branca Stimson dirigiu-se ao seu gabinete na Secretaria de Guerra e ali recebeu de seus assessores uma notícia urgente. Os japoneses estavam embarcando grandes contingentes de tropas no porto de Xangai, e as unidades avançadas dessa frota de invasão já se encontravam navegando junto à costa chinesa ao sul da ilha de Formosa. Assim, o ataque contra a Malásia e as Índias Orientais já estava praticamente em marcha. Stimson telefonou imediatamente ao Presidente Roosevelt, e lhe informou a dramática nova.

A possibilidade de acertar a trégua proposta por Hull ficou assim completamente eliminada. Além disso, em novas consultas, Hull comprovou que as potências aliadas e principalmente a China opunham-se a um acordo com o Japão.

Na noite de 25 de novembro chegou a resposta de Churchill e seu conteúdo decidiu finalmente Hull a abandonar todas as intenções de conciliação com os japoneses. O primeiro-ministro britânico assinalava que a projetada trégua era prejudicial a Chiang Kai-shek e poderia contribuir para o desmoronamento da resistência chinesa. Hull comunicou então sua decisão a Roosevelt, o qual lhe deu plena aprovação.

A nova proposta redigida por Hull era uma exposição clara e terminante das exigências americanas. Oferecia aos japoneses suspender as sanções econômicas e propunha a assinatura de um tratado de comércio e um pacto mútuo de não agressão, sob a condição de que os Japão retirasse todas as suas forças da China e da Indochina e reconhecesse como único governo chinês o regime de Chiang Kai-shek. Esta oferta, com certeza, não seria aceita pelo governo de Tojo, pois equivalia à renúncia de todas as conquistas realizadas pelos japoneses no continente asiático. Assim entendeu Hull que, em 27 de novembro, disse ao Secretário de Guerra Stimson: – Lavei minhas mãos a respeito desse assunto e agora está em suas mãos e nas de Knox, do Exército e da Marinha. O jogo da diplomacia estava encerrados.

Em Tóquio, o documento americano causou uma imediata reação. O gabinete resolveu iniciar a guerra no momento em que as forças de ataque estivessem prontas para entrar em ação. O Ministro das Relações Exteriores enviou sem demora um telegrama ao Embaixador Nomura – decifrado pelo serviço de inteligência da marinha americana – no qual lhe comunicava a decisão do governo de dar por terminadas todas as negociações. Como último trâmite, Nomura deveria apresentar um relatório com os pontos de vista japoneses que lhe seria enviado com urgência. A entrega desse documento significaria a ruptura diplomática das relações entre ambos os países. Este telegrama que também fôra interceptado e decifrado pelo serviço de inteligência da marinha americana, permitiu que o governo de Washington tomasse conhecimento antecipado de que a nova nota japonesa equivaleria, de fato, ao início da guerra.

Diante da crítica situação, os secretários da Guerra e da Marinha viram-se com o problema de escolher a atitude que as forças armadas americanas adotariam. O General Marshall e o Almirante Stark aconselharam novamente não iniciar as hostilidades até que os japoneses tivessem atacado ou ameaçassem diretamente as possessões americanas, britânicas ou holandesas no Pacífico. Esta proposta foi aceita e foi transmitida uma mensagem de alerta de guerra às guarnições americanas localizadas naquele oceano.

O Almirante Kimmel, chefe da frota ancorada em Pearl Harbor, foi avisado de que as negociações com o Japão estavam rompidas, devendo ele esperar um ataque para os próximos dias. Assinalaram no entanto que tal ataque, de acordo com as informações recolhidas, teria por objetivo as Filipinas, Tailândia, Malásia ou Bornéu. A mensagem não continha qualquer indicação de que a agressão poderia ser dirigida contra Pearl Harbor, apesar de terem sido interceptadas numerosas comunicações de Tóquio ao cônsul japonês no Havaí, solicitando detalhadas informações sobre o número e tipo de navios estacionados em Pearl Harbor, e o lugar exato de seus ancoradouros.

Às 2 horas da tarde de 1o de dezembro o gabinete japonês reuniu-se na presença do Imperador Hiroíto. Tojo anunciou que já não podia esperar nada das vias diplomáticas e que era necessário iniciar imediatamente a guerra. Os chefes da Marinha e do Exército anunciaram que estavam prontos e ansiosos por entrar em ação. Diante dessas entusiásticas manifestações o Imperador Hiroíto permaneceu em absoluto silêncio. A decisão de iniciar a guerra foi tomada, no entanto, com sua tácita aprovação. No dia seguinte o Almirante Yamamoto enviou ao Almirante Nagumo, cuja frota já se encontrava navegando para Pearl Harbor, a mensagem em código que confirmava a ordem de ataque: Escale o monte Nitaka.

Fonte: http://adluna.sites.uol.com.br/

Adolfo Luna Neto – É filho do segundo-sargento Adolfo Luna Filho, portanto nada mais justo do que publicar a pesquisa do filho de um Guerreiro da FEB.

Especial Pearl Harbor – 70 Anos – Tojo assume o poder

A crise provocada pela suspensão das remessas  de petróleo deu lugar a uma série de agitadas reuniões entre os dirigentes políticos e militares japoneses. O Primeiro-Ministro Konoye, apoiado pelo Almirante Nagano, chefe do Estado-Maior da Marinha, decidiu realizar uma última tentativa para induzir os EUA a que depusessem sua oposição às ambições japonesas. O general Tojo, Ministro da Guerra, chegou a autorizar uma entrevista direta entre Konoye e Roosevelt, mas colocou como condição que o primeiro-ministro não cedesse em ponto algum dos planos de expansão para o sul.

A projetada conferência, no entanto, não chegou a ser realizada porque Roosevelt, convencido da falsidade das propostas japonesas, negou-se a se encontrar com Konoye. No dia 2 de outubro de 1941, o Secretário de Estado Hull comunicou essa decisão ao Almirante Nomura, embaixador japonês em Washington. A sorte de Konoye ficou assim  selada. Ante o malogro de sua política de negociações, viu-se forçado a apresentar sua demissão e, no dia 18 de outubro, assumiu o poder o General Tojo, decidido partidário da guerra.

No dia 2 de novembro o novo gabinete realizou uma reunião decisiva. Depois de longas discussões os ministros concordaram em realizar uma última gestão ante o governo americano, com a finalidade de chegar a um compromisso. Se essa tentativa fracassasse, o Japão de lançaria, sem demora, à luta. Três dias depois o gabinete realizou uma nova conferência e ultimou os detalhes da ação a seguir. Apresentaria em primeiro lugar uma proposta de acordo aos americanos. Caso esse oferecimento fosse rechaçado seria entregue um segundo documento no qual estariam expostas as exigências mínimas dos japoneses para evitar o conflito. Se até o dia 25 de novembro não tivesse sido obtida a aprovação dos americanos, seria comunicado ao Imperador que estava em suas mãos a decisão final para o início da guerra.

Sem demora o Ministério de Relações exteriores transmitiu ao Embaixador Nomura a resolução do Governo, junto com o texto das duas proposições. A mensagem, interceptada e decifrada pelos serviços de inteligência americana, continha um dramático aviso: “Tanto em letra como em espírito esta nossa oferta é, certamente, a última…”.

Assim, graças aos informes “Magia”, o governo dos EUA teve conhecimento antecipado de que se aproximava o fim das negociações com o Japão. No mesmo dia que o gabinete japonês adotou essa decisão, os chefes de estado-maior do Exército e Marinha americanos, General Marshall e Almirante Stark, apresentaram a Roosevelt um extenso relatório em que analisavam a crítica situação.

Ambos os chefes opinavam que os Estados Unidos deviam evitar o início da guerra enquanto de completava o reforço das guarnições do Pacífico. Com esse fim não devia apresentar-se ao Japão nenhum ultimato. A luta devia começar quando este país atacasse diretamente as possessões americanas, britânicas ou holandesas. Roosevelt reuniu-se com seu gabinete no dia 7 de novembro e solicitou a opinião dos ministros sobre as possibilidades de um choque armado. Todos, sem exceção, estiveram de acordo em que o ataque japonês poderia ocorrer a qualquer momento. Decidiu-se, no entanto, prosseguir com a política adotada e estender ao máximo as discussões com o fim de ganhar tempo para aumentar o poderio americano no Pacífico.

Na tarde desse mesmo dia o Embaixador Nomura entrevistou-se com o Secretário Hull e entregou-lhe a primeira proposta, exigindo-lhe pronta resposta. No dia 10 de novembro Nomura foi recebido por Roosevelt que lhe anunciou que o Japão teria que provar com fatos suas declarações pacifistas retirando todas as suas tropas da China e Indochina. O compromisso esperado pelos japoneses ficou, assim, frustrado. Nesse mesmo dia, no Japão, o Almirante Nagumo, chefe da frota encarregada do ataque a Pearl Harbor, ordenou a suas unidades que completassem os preparativos de combate para o dia 20 de novembro. A partir desse momento, a marcha para a guerra iria desenrolar-se inexoravelmente.

As últimas conversações

Diante do fracasso dessa primeira gestão, Nomura, agora acompanhado do Embaixador Kurusu, enviado urgentemente de Tóquio, comunicou fazer maiores concessões para conseguir um acordo. A resposta não tardou em chegar. O governo japonês não estava disposto a realizar novas concessões, e Nomura devia apresentar sem demora a segunda e última proposta.

No dia 20 de novembro o Embaixador japonês entregou a Hull a nota decisiva. O Secretário de Estado tomou o documento e lhe deu uma rápida leitura. Já conhecia integralmente seu texto, pois este havia sido decifrado pelos serviços de escuta. O Japão aceitava retirar suas tropas da Indochina depois que se tivesse chegado a um acordo pacífico com a China. Exigia também que os EUA se comprometessem a não interferir de forma alguma na disputa entre o Japão e a China. Em resumo: a paz com os chineses, negociada de acordo com as exigências japonesas, seria o ponto de partida para a liquidação das disputas. Os Estados Unidos, como retribuição a essas vagas promessas, deviam suspender suas sanções econômicas e recomeçar as remessas de petróleo ao Japão.

Hull, assim como Roosevelt, considerou que tal acordo era totalmente inaceitável. No entanto, e com o fim de ganhar tempo de que precisavam os chefes militares, decidiram apresentar uma contraproposta aos japoneses, destinada a manter vigentes as relações entre ambos os países. O dia 22 de novembro foi uma data decisiva. O governo japonês enviou uma mensagem a Nomura – decifrada no mesmo dia pelos serviços de inteligência do Departamento da Marinha americana – na qual lhe comunicava que havia resolvido fixar como data final para a assinatura do acordo o dia 29 de novembro. O último parágrafo dizia: “Esta vez garantimos que a data final não pode ser mudada de formas alguma. Depois dela os acontecimentos começarão a ocorrer automaticamente…” Nesse mesmo dia o Almirante Yamamoto, comandante-em-chefe da frota japonesa, enviou um telegrama ao Almirante Nagumo, chefe da esquadra encarregada do ataque a Pearl Harbor, com a ordem definitiva de operações: “A força de Tarefas zarpará de Hitokappu Wan no dia 26 de novembro e se dirigirá sem ser percebida até o ponto de reunião fixado para o dia 3 de dezembro. O dia X será o dia 8 de dezembro”.

O dia X era o dia do ataque a Pearl Harbor – pela diferença de horas, o dia 8 de dezembro no Japão correspondia ao dia 7 nas ilhas Havaí.

Hull realizou urgentes reuniões com os representantes diplomáticos da Inglaterra, Holanda e China com o fim de colocá-los a par da trégua que se propunha oferecer aos japoneses. Em troca da promessa japonesa de paralisar os movimentos militares no sudeste asiático, as potências aliadas se comprometeriam entregar uma quota reduzida de petróleo para abastecer as necessidades civis e quantidades limitadas de alimentos e matérias-primas. Por ordem de Roosevelt, o Secretário de Estado enviou uma mensagem a Churchill comunicando-lhe o plano. Roosevelt de seu punho e letra escreveu ao pé da carta: “Eu não tenha muitas esperanças, e devemos estar preparados para o mais grave, possivelmente agora mesmo”.

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Fonte: http://adluna.sites.uol.com.br/

Adolfo Luna Neto – É filho do segundo-sargento Adolfo Luna Filho, portanto nada mais justo do que publicar a pesquisa do filho de um Guerreiro da FEB.

Especial Pearl Harbor – 70 Anos – Os Informes “Magia”

Em meados de 1940 os serviços de inteligência americana entraram de posse de um material extraordinário: o código “Púrpura”, utilizado pelos japoneses para a transmissão de suas informações secretas da mais alta importância. Com um extraordinário trabalho de deciframento, esse código pôde ser inteiramente interpretado e conseguiu-se também construir máquinas similares à utilizadas pelos japoneses na transmissão das mensagens “Púrpura”.

A forma em que o código caiu em mãos americanas foi puramente acidental. No mês de maio de 1940 um barco veleiro japonês afundou no mar de Bering em meio a uma violenta tormenta. Poucos dias depois um baleeiro norueguês encontrou flutuando no mar o corpo do capitão japonês. Em seu uniforme, os marinheiros noruegueses encontraram um pequeno livro de capa de chumbo forrado com tecido que parecia conter uma série de tábuas de logaritmos. Os noruegueses entregaram esse livro a um guarda-costas americano, cujo capitão, ao examiná-lo, compreendeu que se tratava de um volume de código. Sem perda de tempo suspendeu sua viagem de patrulha e dirigiu-se à base naval de Dutch Harbor. Ao ser examinado o livro pelos experts comprovou-se que continha o ultra-secreto código “Púrpura”, utilizado nas comunicações cifradas pela marinha, aeronáutica e pelo Ministério de Relações exteriores do Japão.

Rapidamente foram organizados em Washington os serviços para a intercepção e deciframento das mensagens japonesas. Os informes assim obtidos receberam o nome-chave de “Magia”. Construíram-se seus máquinas de deciframento que foram assim distribuídas: uma foi enviada a Londres, duas ficaram para a secção de Inteligência do Departamento da Marinha e outras duas foram destinadas ao Serviço de Inteligência de Comunicações do Departamento de Guerra. A última máquina disponível, junto com o pessoal encarregado de seu funcionamento foi enviada em abril de 1941 para as ilhas Filipinas para ser utilizada pelo comandante da Frota Asiática e pelo General MacArthur.

Nenhuma máquina “Púrpura” foi instalada na base de Pearl Harbor, onde se encontrava a sede do comando da frota do Pacífico. O chefe dessa frota,. Almirante Kimmel, ficou, assim, subordinado a Washington, no que se refere à recepção dos informes japoneses interceptados. As mensagens “Magia”, decifradas pela Marinha e pelo Exército, foram objeto de um controle muito rigoroso. Só poucas pessoas tiveram acesso direto a esses documentos. Entre elas estavam o Presidente Roosevelt, o Secretário de Estado Hull, o Secretário de Guerra Stimson, o Secretário da Marinha Knox, o general Marshall, chefe do Estado-Maior do Exército, o Almirante Stark, chefe de operações navais, e outras sete altas autoridades navais e militares. Os serviços de inteligência da Marinha e do Exército alternavam-se cada 24 horas na tarefa de interceptar e decifrar as comunicações secretas japonesas e preparavam as cópias dos informes “Magia” para distribuí-las aos funcionários citados. Uma vez estudados esses informes, todas as cópias eram destruídas, menos uma, conservada nos arquivos secretos.

Ao aumentar a tensão entre o Japão e as potências  ocidentais, em meados de 1941, intensificaram-se as transmissões em código entre Tóquio e suas representações diplomáticas em Washington e Berlim. Por isso, os serviços de inteligência americana concentraram sua tarefa de intercepção sobre os circuitos e conseguiram decifrar as mensagens que o governo japonês enviou a seus representantes nos decisivos meses que precederam o ataque a Pearl Harbor.

EUA e Inglaterra estreitam sua aliança

Em 12 de novembro de 1940, o Almirante Stark, chefe de operações navais da Marinha Americana, apresentou a Roosevelt um extenso relatório no qual aconselhava que representantes da Marinha e do Exército iniciassem imediatamente conversações com os chefes militares britânicos, com o fim de traçar os planos e acordos definitivos para apresentar uma frente única contra as potências do Eixo. Roosevelt aprovou imediatamente o projeto.

As discussões foram iniciadas em Washington no dia 29 de janeiro de 1941, cercadas do maior segredo, e tiveram como resultado a aprovação de um acordo militar entre os dois países. Os chefes britânicos insistiram em que a frota americana do Pacífico destinasse parte de seus navios para a defesa da base de Cingapura, mas os dirigentes navais americanos opuseram-se categoricamente a dividir sua esquadra. Finalmente foi resolvido que os britânicos reforçariam Cingapura com navios próprios e os americanos enviariam, se necessário, parte de sua frota do Atlântico para apoiar a marinha inglesa no Mediterrâneo. O conjunto de planos aprovados – que compreenderam todas as regiões do mundo e os problemas estratégicos da guerra marítima, aérea e terrestre – recebeu a denominação de “Acordo ABC-I”.

Os compromissos fundamentais deste plano, no que respeita à participação dos EUA, eram os seguintes: os americanos concentrariam seu esforço bélico na região do Atlântico e da Europa, com a finalidade de apoiar os britânicos em luta contra a Alemanha, considerada como o inimigo principal. No Pacífico a frota americana recebia uma missão essencialmente defensiva.

As autoridades militares dos dois países deram plena aprovação ao projeto e começaram a elaborar em detalhe seus respectivos planos de guerra a fim de adaptá-los às diretrizes do “Acordo ABC-I”. A partir desse momento e tal como afirmou o Almirante Stark, ficou de fato resolvida a intervenção dos EUA na guerra. Os acontecimentos iriam decidir em que momento os americanos participariam abertamente na luta.

Quando a Alemanha invadiu a Rússia, em junho de 1941, Roosevelt decidiu estender imediatamente a ajuda militar aos soviéticos. Seu secretário, Harry Hopkins, viajou a Moscou para oferecer dito apoio a Stalin e averiguar quais as necessidades dos russos em armas e material de guerra. Os primeiros laços da aliança entre as três grandes potências, EUA, Inglaterra e a URSS, ficaram assim acertados.

Entretanto, as relações com o Japão estavam bastante tensas. Em abril de 1941, o Ministro de Relações Exteriores japonês firmou em Moscou um pacto de não-agressão com Stalin. De acordo com ele os japoneses obtiveram liberdade de ação para por em marcha seus planos de conquista no sudeste da Ásia e no Pacífico. No mês de julho, o Exército e a Marinha completaram seus projetos para a ocupação da Indochina, Malásia, Índias Orientais Holandesas, arquipélago das ilhas Bismarck e as Filipinas. A Marinha, por iniciativa do Almirante Yamamoto, já se achava ocupada no planejamento secreto do ataque contra a base americana de Pearl Harbor.

Em uma conferência celebrada no dia 2 de julho, na presença do imperador Hiroito, os dirigentes políticos e militares japoneses acertaram, como primeiro passo, ocupar quanto antes a Indochina e, ao mesmo tempo, realizar todos os preparativos necessários para entrar em guerra contra os EUA e a Inglaterra. Esta decisão foi transmitida às missões diplomáticas em Berlim e Washington, e foi interceptada pelos serviços de inteligência americanos. Roosevelt teve assim conhecimento da iminente invasão da Indochina.

No dia 24 de julho, e depois de obter o consentimento do governo de Pétain – a Indochina era então possessão francesa -, os japoneses empreenderam a ocupação de uma série de estratégicos portos e aeródromos naquela colônia. A reação de Roosevelt não se fez esperar. No dia seguinte decretou a congelação de todos os fundos japoneses nos Estados Unidos, medida que deu lugar à completa interrupção de intercâmbio comercial entre os dois países. Poucos dias depois os britânicos e o governo das Índias Orientais Holandesas ordenaram, por sua vez, a cessação do comércio com o Japão.

O ponto vital dessas medidas estava na interrupção das remessas de petróleo. O governo japonês esperava as sanções americanas e britânicas, mas não havia previsto a decidida atitude das autoridades das Índias Orientais Holandesas. Essa colônia era a principal fonte de abastecimento de petróleo do Japão e, portanto, ao cessar suas remessas, os japoneses ficavam com o problema de esgotar a curto prazo suas reservas, sem possibilidade de reabastecimento.

Em 10 de agosto, Roosevelt e Churchill mantiveram, a bordo do cruzador americano Augusta, a célebre conferência do Atlântico. O problema do Japão foi um dos principais assuntos tratados pelos dois estadistas. Roosevelt comunicou ao primeiro-ministro britânico que estava decidido a manter em plena vigência as sanções econômicas e a não permitir a expansão japonesa no sudeste asiático. Acrescentou, no entanto, que estava decidido a continuar as discussões com os japoneses com o objetivo de ganhar tempo para reforçar as guarnições no Pacífico.

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Fonte: http://adluna.sites.uol.com.br/

Adolfo Luna Neto – É filho do segundo-sargento Adolfo Luna Filho, portanto nada mais justo do que publicar a pesquisa do filho de um Guerreiro da FEB.